Para o nosso Filho Fruto da nossa Uniao

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Nossa liberdade fundamental é o direito e o poder de decidir como qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de nós nos afetará.

Se uma leve camada de hipocrisia não cobrisse o apodrecido tronco da nossa moderna civilização, que horrendo espectáculo não se depararia à nossa vista!

Sofrer não serve para nada / Sofrer limita a eficiência espiritual / Sofrer é sempre culpa nossa / Sofrer é uma fraqueza.

É indispensável estudar a natureza dos outros antes de darmos livre curso à nossa.

Elogio da Sombra

A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.

Falhamos ao traduzir exatamente o que se sente na nossa alma: o pensamento continua a não poder medir-se com a linguagem.

O que nos ajuda mais a conservar e manter a nossa força é o fato de sermos amados; e o que se lhe opõe mais é o fato de termos medo. O medo é mau guarda da nossa longevidade; a benevolência, pelo contrário, é fiel e dura até à eternidade.

A duração breve da nossa vida proíbe-nos de alimentar uma esperança longa.

O partido é a mente, a honra e a consciência da nossa época.

Sabe-se que enquanto vivemos estamos mais ou menos expostos à inveja, mas depois da nossa morte os nossos inimigos deixam de nos odiar.

Louco é quem espera que a nossa razão / possa percorrer a infinita via / que tem uma substância em três pessoas.

A nossa grande e gloriosa obra-prima é viver a propósito.

Sem os males que contrastam os bens, não nos creríamos jamais felizes por maior que fosse nossa felicidade.

Há um limite nas dores e mágoas que termina a nossa vida, ou melhora a nossa sorte.

Só achamos que as outras pessoas têm bom senso quando são da nossa opinião.

As línguas dos bajuladores são mais macias do que seda na nossa presença, mas são como punhais na nossa ausência.

Só seremos universais se conhecermos e amarmos nossa aldeia.

Nós, poetas, na nossa mocidade começamos com alegria, / Mas daí passamos finalmente ao desalento e à loucura.

O melhor que podemos fazer de nossa vida é empregá-la em alguma coisa mais duradoura que a própria vida.

A ciência permanecerá sempre a satisfação do desejo mais alto da nossa natureza, a curiosidade; fornecerá sempre ao homem o único meio que ele possui de melhorar a própria sorte.