Palhaço
Com a bela Caetana
Bom encontro pra você,
Que o galope do sonho
E o riso a cavalo
Me ensinaste a ter.
Que me livrou do peso
De não ter imaginação,
De ser doido e mentiroso
E mesmo assim ter razão.
Me fazendo encontrar
O realista esperançoso
Dentro de mim,
Em paz com o meu
"só sei que nada sei"
E meu "só sei que foi assim."
Congelei de medo... tinha de fazer isso, não importa o que achasse correto para mim? Crescer é isto, ter de fazer o que as outras pessoas fazem? Não gosto do que está acontecendo aqui. Como posso sair dessa? Socorro! Como resposta, houve uma explosão no fundo da minha mente, portas arrancadas dos gonzos, uma força lívida arrebentando, agitando. Este idiota está querendo lhe dizer o que você deve ou não fazer? Que história é essa de ‘você tem que fazer’? Você não tem que fazer nada que não queira. Quem é este palhaço para mandar você fazer o que ele quer? Bati com o copo na mesa, a cerveja saltando da borda.
– Eu não tenho que beber nada, Mike! Ninguém me diz o que fazer!”
(Fugindo do Ninho)
CONTRASTES
Existe muita tristeza
Na rua da alegria
Existe muita desordem
Na rua da harmonia
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço
Cada vez mais me embaraço
Analisando essa estória
Existe muito fracasso
Dcntro do largo da Glória
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço
O que mais seria a guerra a não ser
Jovens se matando?
O que mais seria a guerra a não ser
Velhos conversando?
Melancolias de um samba,
Tristeza em pleno carnaval
Um dilema em minha cama,
Viver ou fase terminal.
Filosofias de bar,
Ideologias fúteis de jornal.
Água levanta poeira do asfalto
O cheio me leva ao passado.
Banho de chuva,
Descalço na rua
Olhando o céu
Pensamentos aleatórios ao léu.
Lá vem o sol,
Cada manhã
É uma só
É um sonhar.
Enquanto ao tempo
Cada momento é o ideal
De idealizar,
Se você sentir dor,
Seja pelo o que for,
Há sempre um modo de utilizá-la
Para o bem ou mal
Cabe a você tentar,
Agüente firme.
Um novo anjo torto se afoga em distúrbio
Enquanto autoridades estão em cima do muro,
Lugares confortáveis
São revisitados,
Luzes da cidade iluminam os desajustados.
O cidadão transformado em súdito
Vivendo em uma fazenda de formigas,
Quando não acaba em um caixão de veludo
É obrigado a amargar as feridas,
Constituindo uma constituição,
Incondicional, inconstitucional...
Aprendi a lutar
Quando vi que não era de vidro,
Fui alem dos sentidos,
Mas do que o permitido
Enfrentando o acaso
Me deparei com o destino,
Na luz do refletor...
O que ludibria nossos olhos
E cega o coração
Estrela em comerciais
E em frases de caminhão.
Em cigarros importados
Perfumes falsificados
Na falta de um senso critico
Se torna nosso vicio...
As mães só são felizes,
Quando de tudo não tem informação,
Os pais felizes só são,
Enquanto fingem não prestarem atenção.
Ele, um jogador
Que apostou tudo no amor,
Acabou em um sallon
Ao som de John Coltrane.
Ela, cartomante,
Com pinta de farsante,
Pede outra dose
E brinda a má sorte.
Enquanto ele embaralha
As cartas no balcão,
Ela faz leituras
De mãos no saguão.
Os dois nem imaginam
O que o futuro lhes reserva:
O mago, o enforcado, a morte e o ermitão.
O Galo
As sirenes gritam entre vielas e becos
Enlouquecidamente.
Já eu carrego sentimentos
Separados em gavetas.
Minhas lembranças pueris rimam com a poeira nos móveis.
Neste final de tarde
A velocidade da cidade
Não me faz vítima.
De longe ouve-se
O desespero de uma gata no cio.
De cá nenhuma resposta.
Sei que as seis acordarei
Com o galo da vizinha me lembrando
Que habito uma metrópole provinciana.
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