Paixão Amor
Vivemos num mundo onde o que consiste é a inconsistência.
Onde um dia você tem um motivo para levantar, no outro o mesmo para chorar.
Não disseram que viver seria fácil...
A vida não vem com um manual.
O que acontece quando nos acostumamos a sofrer?
Somos eternos sofredores, em constante autodestruição.
Dia após dia, de uma forma nova a cada ciclo.
Pessoas importantes se vão...
Amizades importantes se vão...
E o vazio fica...
A partir do momento que cansamos de brigar por algo que não parece recíproco, descobrimos o quanto tal pessoa se importa.
"Deixe-o livre, se voltar é seu, senão, nunca foi."
Nunca fomos nada
Nem nunca seremos
Talvez seja melhor...
Talvez isso signifique viver...
Talvez signifique aprender.
"A única coisa que tenho a dizer é que toda essa dor da distância que sinto de tê-la longe de mim, é o preço que pago por todos os pecados de ódio, raiva e todas as maldades que cometi no mundo.
A dama de argúcia inefável é a epifania perscrutante em meio ao vácuo, o epicentro de um arco voltaico celeste, a encarnação da erudição divina. Ela é a fusão sublime da exegese e a apofenia, a alquimista que transforma as trevas em claridade e transmuta a claridade em mistério. A luz solar não pode existir sem o abraço acolhedor das sombras noturnas, e a escuridão nunca estaria completa sem o raio vivificante do sol. Deixe que ela o ilumine com sua sabedoria transcendental, e você descobrirá a verdade escondida nas entrelinhas do universo. Confiando em seu amor, ela irá guiá-lo através da noite escura da alma até as estrelas radiantes do dia.
INDEFINÍVEL
Não posso afirmar com certeza, que tu és indefinível, afinal defini-la como indefinível, seria um paradoxo. Mas, afirmo que tu és o ser mais lindo e mais angelical que já conheci. Tuas inseguranças, pra mim são perfeições. Embora esculpido pelo divino, não me apaixonei pelo teu corpo, e sim pela tua alma.
É inexplicável o que sinto, seria amor ? Paixão ? Desejo ? Não interessa o que seja, de qualquer forma, eu lhe venero. Teu olhar é como um abismo, onde fico tentado a cair, e aos poucos, vou me curvando, me inclinando cada vez mais, até que fico em queda livre por estes lindos olhos.
Celebro sempre que estou perto de vê-la, mas não posso cobiça-no-la, não tenho o direito de tê-la. Mas de algo podes ter certeza, se por acaso eu lhe perca, meu coração jamais vai desaprender como amá-la.
A vida é um lapso dentro de um espectro de tempo incalculável em grandeza, que mesmo com tamanha insignificância em relação ao macro universo, se permite empoderar da ideia de eternidade e grandiosidade. O relógio do tempo, se acelerado a meros segundos, nos torna inexistentes.
E no pisar na terra, percorri o mundo.
E no sentir o cheiro, eu voltei no tempo
E no me calar, não gritei o amor.
Viagens, viagens e mais viagens... assim resume um pouco da história de dois colibris. Num encontro ao acaso, o destino bateu asas sem destino. Houve a partida, eu sei. Houve a chegada, bem sei. Eu destilava quando a brisa tocava o meu rosto. Eu bailava ao flutuar nas águas da cachoeira. Eu me sentia leve ao voar do seu lado. Eu, eu, eu... foi um eu em nós. Cada viagem era única. Cada viagem era vivida como nunca. Cada viagem eu voava sem medo. Cada viagem eu me entregava mais ainda para um voo livre. Cada viagem me fazia sentir o quão bom é viver um voo sem ter medo da queda. Cada viagem me presenteava com uma plumagem nova travestida de amor. Cada viagem eu renascia; ressurgia das cinzas como uma fênix: o pequeno e sonhador colibri. Certo tempo, o destino me fez uma surpresa, como ele sempre me fez. Minha fênix o qual eu perseguira insaciavelmente voou bem mais alto para bem longe. Eu não consegui avistá-la! Tentava com todas as minhas forças vê-la, mas já era impossível. Chorei. Ela se foi. Ela se foi e deixou a saudade como lembrança de um voo que me fez livre, mesmo estando com os pés presos às razões que me aprisiona. Ela me apresentou a liberdade ao voar, a sua vontade de viver sem medo.
Se um dia alguém te perguntar se você voou, se você amou; pequena colibri, não hesite em dizer com todas as suas forças: eu amei e fui amada!
Em um belo dia de sol, na correria do dia a dia, peguei um trem, os pensamentos voaram em trilhos, percorreram as estações. Um turbilhão de pensamentos começou a se passar em minha cabeça, sentimentos a mil, coração pulsando acelerado.
Passavam-se as estações, a locomotiva estava a todo vapor. Todo mundo com pressa de chegar ao destino. Pessoas entreolhavam-se vagamente, friamente. Haviam também as belas e singelas emoções e demonstrações de afetos... olhares que se viam, sobrancelhas que se arqueavam, sorrisos marotos e, por vezes, piscadelas como se fosse um convite a olhar a dimensão do outro.
O trem parava a cada estação
Pessoas desciam
Pessoas subiam
O baile dos trilhos continuava sem sessar.
A cada estação, uma história
A cada estação, novas pessoas
A cada estação, um novo destino
A cada estação, uma inspiração.
Me permiti a olhar para os rostos, os semblantes que ali estavam, eles falavam impetuosamente sem dizer uma palavra se quer. Percebi que muitos queriam um amor de verão a cada estação, onde amores se vem e vão a cada vagão. Aprendi que um amor de verão não seria o suficiente para uma estadia mais longa nesta estação. A locomotiva continuou a trilhar...
Percebi, ainda, que alguns queriam um amor que pudessem estacionar, um amor de estação, a qual a estadia fosse leve e sólida. Aprendi que um amor de estação iria permanecer ali, mesmo com o passar dos verões a cada estação, embora muitos trens passassem com os seus transeuntes frios e distantes.
Presenciei tudo isso e cheguei a uma conclusão: para aquém dos amores de verão a cada estação, quero continuar pensando que o amor onde eu possa estacionar, seja trilhado pelo afeto, tão livre e leve quanto a fumaça da locomotiva que baila no ar.
E sim, eu estava lá, a todo vapor!
Já parou pra observar como são coloridos os balões?
Fiquei pensando sobre... Como o balão vai se tornando leve a medida que ele vai se aquecendo. Quanto mais calor, mais ele se eleva em direção ao céu. O calor faz ele ter um voo incrível entre as nuvens.
O balão se camufla com as suas cores entre as nuvens. O reflexo do por do sol em si deixa ele reluzente...
Fico pensando como o colorir dos balões, como o jogo das cores da natureza, como o azul do céu, como um por do sol entre as nuvens, é capaz de dar gás à vida através de uma simples chama. Isso é fantástico! Causam borboletas no estômago.
Fico pensando sobre os balões e o seu modo de funcionar... Me lembra muito as emoções, o coração. A qual precisamos de um gás a mais, precisamos de uma chama pra acender o amor oculto que há em nós.
Quando somos aquecidos pelo amor, somos capazes de voar, somos capazes de colorir a vida, somos capazes de flertar com o perigo num voo livre entre as nuvens, ou melhor, entre os sentimentos... Como um balão, podemos voar, podemos contemplar à vista, o por do sol, por meio da chama que nos aqueceu outrora.
Quanto mais fogo, mais eu subo em direção ao céu. Quanto mais sou aquecido, mais eu subo em direção a doce vida e os seus favos de mel.
Costumo pensar que o mesmo aquecer que faz o balão flutuar, é o mesmo aquecer que nos faz levitar quando somos envolvidos pela chama do amor.
Como balão, eu subo, subo em direção ao céu.
Com o coração aquecido, eu subo, subo em direção ao amor.
No céu, encontrarei vários balões coloridos, tão leves quanto o meu coração. No céu, encontrarei vários corações aquecidos, tão quente quanto o meu balão colorido.
E para voar
E para amar
É preciso acender a chama
É preciso deixar a chama queimar
É preciso ser leve para voar, para amar
Assim como um balão aquecido, colorido de amor...
Estações que Mudam
Apaixonei-me pelo sopro do vento,
Sobrevivo nas tormentas deste elemento.
E como num pé-de-vento espalho meus segredos
Na mudança das estações.
Vivo sem contestadores,
Preso pela delação dos hipócritas
Escondido nos cantos das paredes,
Como uma estante de porta-retratos,
Como pilhas de livros na cama, na estante e sobre a mesa...
É hora de acordar de minhas memórias,
Fotografias de um tempo grudado em meu suor,
Heróis de brinquedos que eu criei e que se quebraram,
Amores, rumores, primores, flores, pudores,
Palavras que jurei esquecer...
Desejo somente uma coisa,
Mas tenho outras que deixo perder.
Vivo como se pudesse decidir o que vai me levar,
Se a lucidez ou a insensatez,
Não sei, só resta a tarde pra compreender,
Ou então, me transcender, me entender,
Me surpreender, me conceder... Me perder,
Grito,
Não me escute,
Apenas me ame, me aclame, me reclame, me esparrame,
Queria uma estação pra refrescar, para suar,
Para amar e para tomar chá,
Uma paixão, não, uma paixão não,
Um vislumbre, talvez, de um flerte sem maldade,
Que me fizesse em trapos, com sopapos, de gato e sapato,
Que deixasse remendos em mim,
Queria teus braços, teus laços, teus traços e teus pedaços,
Que me sustentam enquanto digo que não,
Enquanto o vento me leva embora daqui...
De um jeito distinto e inevitável, este teu olhar meigo, sincero e muito atencioso, consegue ser muito sedutor, causando um impacto agradável, caloroso, o mesmo de um amor abrasado pelo paixão e, assim, profusamente, renovador.
A noite se prolonga, o tempo passa despercebido, estando sob o efeito desta tua presença tão impactante que esquenta amavelmente o meu espírito, que tornará esta ocasião marcante ao ponto de na minha mente continuar existindo.
Mulher muito encantadora, de fato, por meio da tua essência vívida e da riqueza evidente dos teus traços, já que ambas são motivadoras a querer estar feliz ao teu lado e esquecer contigo do passar das horas.
Todos somos impuros!
Temos empregados em nosso ser a ardil maldade que nos corrompe de forma impiedosa, sem ao mínimo nos dar a chance de optar pelo calmo e suave pensamento, puro e repleto de coragem de sair pelo mundo sem ter medo e nem desperta-lo nos outros.
Um sonho utópico, em uma mente plena e repleta de devaneios complexos por tentar expressar um mundo onde a maldade, ambição, fúria, irá e tudo que arruina... nunca existiu.
E foi entre uma noite acordada
e outra mal dormida,
mil horas perdidas pensando
pra fluir o inexplicável.
Que te amo,
pelas razões mais incertas.
Minha mente atravessa
e entorna o efeito da pressa,
interrogando minha razão.
Mas contigo há espasmos
e o coração acelera,
nada dissimula ou desintegra.
As linhas são tênues,
as emoções singulares,
irrestritas e assíduas.
Feitas pra acentuar.
Eternidade
Quem acaso saberá
O que se passa em teus pensamentos,
Nada sei além do que imagino...
Dos pensamentos que eu tenho
Sabes tu que não me vejo sem você.
Cuidava eu,
Que o tempo por destino,
Me trouxesse outro caminho
Que não fosse estar sozinho.
Mas quem pode esquecer
O que por um tempo
Ainda é tudo que me faz viver...
Quis o destino
Que não houvesse
Um momento pra nós dois,
Mas toda eternidade pra eu te amar.
Edney Valentim Araújo
1994...
O querer obedece toda uma exigência social, cultural, conveniente e compatível segundo padrões especulativos inexatos mas o amar é bem diferente, o amor verdadeiro não segue regra alguma é uma virtude plena e certa de dois espíritos que se querem e se completam, independente das humanas convenções.
Pobre coração
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Pobre coração, qual sombra vagando em profunda escuridão...
Impelido por amor não correspondido,
Miserável indivíduo desiludido,
Por profunda depressão abatido,
Engolido por um mar de solidão;
Remetido a insano desejo de apaziguar tamanha dor
numa taça de veneno indolor...
Miserável criatura, pobre coração sem amor.
Quisera eu
Poder te olhar nos olhos
E dizer tudo aquilo que sinto por você
Sentir o calor do teu corpo
Em um abraço caloroso
E te provar que todo meu amor é seu...!
