Padre Fabio de Melo Cultivo

Olha só pra mim, chorando por uma pessoa que nem se importa comigo.

Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade.

- A violência pode ter um bom uso.
- Do que está falando?
- De justiça.

A saúde de uma sociedade democrática pode ser medida pela qualidade de funções desempenhadas por seus cidadãos.

"Isto não é um poema!!
Isto é apenas o rabisco de um depressivo profissional."

Quando você conhece uma pessoa, nunca se esquece dela.

Antes de lutar devemos saber pelo que estamos lutando.

"...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc.
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós".

( em 'Sobre importâncias', do livro "Memórias inventadas – a Infância". São Paulo: Planeta Editorial, 2003.)

Que comece o matriarcado!

Eu sabia que a vida nunca era tão fácil, que em vez de as portas serem abertas a você, você precisava pular cercas para chegar a algum lugar.

Sempre espere pelo PIOR, pois quem espera pelo pior NUNCA se decepciona.

Quando sentir vontade de chorar, plante uma bananeira, assim as lágrimas não irão cair.
(Hua Ze Lei)

Se desculpas adiantassem, para que polícia?
(Dao Ming Si)

Não há idiota mais idiota do que aquele que quer consertar antes o universo do que ele mesmo.

Poder é quando nós temos toda a justificativa para matar, mas não matamos.

– O que pesa mais: o amor ou a morte?
– A vida pesa mais. A vida.

⁠Uns bons goles na fonte da razão ajudam a apagar o fogo do coração.

Prefiro perder 100 batalhas a não lutar nenhuma.

O verdadeiro artista não busca a fama. Busca reconhecimento.

Ode ao Burguês

Eu insulto o burgês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
“_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar… _ Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!”

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!…