Padre Fabio de Melo Coragem
Tava com vontade de fazer doce de abóbora e acabei me queimando no fogão. Minha mãe falou que eu emagreci mais, que meus olhos estão sempre entupidos de lágrimas e meu rendimento nos estudos continua piorando. Não sei o que anda acontecendo comigo. É algo bem grave, mas realmente não sei. Só sei que desde que você se foi minha vida se tornou uma coisa insuportável, repleta de bagunça, e olha que ela nunca foi arrumadinha.
Passou por mim na rua, me olhou fundo nos olhos, sorriu delicadamente e depois desviou os olhos. Deu uma coisa estranha aqui dentro. Acho que foi vontade de ter. Mas se foi.
A primeira vez que o viu foi em uma cena muda, rapidamente (...) Foi ao meio de uma correria pra não perder o metrô, com livros nas mãos e os óculos desfalcados.
(...) Mas sempre foi o seu nome rabiscado em meu caderno, sempre foi seu rosto desenhado na parede do meu quarto.
Teve tanta gente que tinha importância pra mim, hoje não tem mais. Tem muita coisa entre essas pessoas que, francamente, eu ignoro, não faço a mínima questão de saber. Porque pra mim é raso, fútil e desnecessário. Há muito eu tô em outra.
Na terça-feira, eu acordei às 3 da manhã e sai andando pelas ruas, rindo, cantando, reclamando, vendendo dor. Na quarta, eu amanheci de porre, interpretando as músicas da Maysa, ainda com os olhos fechados, com o copo de vodca na mão, cercado de livros de astronomia e brasas de cigarro espalhadas pela cama. Mas foi na quarta-feira que me dei conta: eu realmente estava perdidamente louco, desequilibrado e que isso não teria volta.
Eu tô andando feito um louco pelas ruas. Eu não penteio mais os cabelos, pego qualquer coisa no armário, mal sei se é dia ou noite. Simplesmente saio por aí. E tô pouco me lixando se andam me olhando atravessado ou não, se vão comentar ou rir de mim. Tô fazendo tudo errado, eu sei. Mas também tô com uma dor tão profunda que só Shakespeare entenderia.
As pessoas estão ficando loucas. Fazem o que querem e bem entendem. Inventam gostar, mas não têm paciência para relacionamentos, acho que paciência é pouco, acho que falta é coragem. Se deu algo de errado, elas simplesmente encerram o relacionamento, é como mudar de roupa. Não tentam, não se corre atrás, não ligam, não lutam para dar certo, não choram mais. Não acho que essa é a melhor forma de se buscar a felicidade. Não acho que dessa forma alguém chega a algum lugar. O amor não é como copos descartáveis, não é como blusa fora de moda, não é nada disso que estão pintando por aí. O amor não pode ser jogado fora, não dá pra fazer plástica, não dá pra simplesmente desprezar. Há muito mais por trás e tem tanta gente que nem cresceu ainda e diz que já amou na vida. A luta pelo amor é feita diariamente, como doses de morfina.
Ele tá lá fora bebendo vodca, falando besteira e sorrindo com os amigos. E eu tô cá dentro, trancado, levando as coisas a sério, reclamando de tudo e escrevendo tanto (...)
Aí você se alimenta dessa história toda, desses beijos todos, de um medo bom. E são esses desejos insanos que vão surgindo, que dá vida à vida. E quando você se dá conta que se entregou demais, já é tarde: você está gostando pra valer.
Pergunte às estrelas, elas sabem de todos os tudos. De todos os medos, beijos e bobagens. O resto não sabe nada de nada. Toda noite eu sussurro à elas bem baixinho, da janela, ou aonde for pra ver se passa a vontade de contar pra você aos berros o que eu sei que não devo. Mas nunca passa.
(...) Entretanto, eram as faltas que mais doíam. Sentia falta do que se foi, sentia falta do que ainda nem tinha chegado. E seguia assim, se alimentando da ausência.
Neguinho fala mal dos outros na minha frente e depois se comporta de outra maneira, diz que está cansado de gente falsa, mas não recusa o convite de chá no final de semana. A minha vontade é de rir dessa gente desgraçada. Entretanto, eu pretendia mais que isso, eu queria quebrar tudo, cuspir na cara dessa gente nojenta e contraditória. Mas deixei minha raiva trancada na gaveta. Tô aprendendo exatamente em quem confiar.
Eu sei que você vai segurar minha mão no meio da conversa, eu vou prender o ar na garganta, e você vai fingir que não me quer, que é só amizade.
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