Padre Fabio de Melo Coragem

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⁠Vida e morte se dão num mesmo movimento. Morro enquanto vivo, vivo enquanto morro.

Padre Fábio de Melo
A hora da essência. São Paulo: Planeta, 2021.
Inserida por RaphaelaB

⁠Saber perder requer grandeza de alma. Requer colocar o orgulho sob guarda, esse inimigo oculto que nos corrói lentamente (...). É preciso não permitir a autocomiseração, reconhecendo o que foi realmente perdido. Sem idealizações. E sepultar, definir as exatas proporções do que perdemos. Nem menos nem mais.

Padre Fábio de Melo
A hora da essência. São Paulo: Planeta, 2021.
Inserida por RaphaelaB

“Em muitos momentos da vida o silêncio é a resposta mais sábia que podemos dar a alguém. Por isso, prepare bem a palavra que será dita.

Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios preferem o silêncio. E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria.

Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória.

Queira a profundidade da fala que nos pede calma. Calma para dizer, calma para ouvir. Hoje, neste tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.



Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo, que uma palavra errada. Demore naquilo que você precisa dizer.

Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo. É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra, do que de um silêncio.

Palavra errada, na hora errada, pode se transformar em ferida naquele que disse, e também naquele que ouviu.

Em muitos momentos da vida, o silêncio é a resposta mais sábia que podemos dar a alguém.

O silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites.”

Inserida por RivaAlmeida

"O acúmulo dos anos o convenceu de que, depois de muito andar, há sempre uma graça reservada aos retornos. Não pensou muito. Seguiu o movimento do desejo. A primeira foi encontrada. Uma estrada interior. Só é possível retornar ao lugar de partida depois de tê-lo reencontrado nos albergues de si mesmo. A saudade é o bilhete que antecede a estrada. Depois que o desejo de retorno está aceso, o destino de voltar requer iniciativa menor. Um transporte que nos faça sair, e já estamos nos preparativos da chegada. E assim se deu com ele."

Inserida por JereBarbosa

As vezes penso que as respostas virão. As vezes, não. Olha ao longe e o que vejo é o espelho do tempo, convicções implorando por adoção. O mundo mais raso me desagrada. E preciso buscar os recantos onde ainda existe profundidade que favoreça o mergulho. Eu não me adapto às estruturas da superfície. Seria o mesmo que ser mortal além da conta. Mas sou mortal. Não quero ser, mas sou.

Inserida por JereBarbosa

Existem acontecimentos que não combinam com as palavras. Foram feitos para o silêncio, porque não podem ser tocados na sua inteireza. Qualquer descrição seria uma forma de empobrecimento.

Inserida por JereBarbosa

"Até que a morte nos separe." Antigamente era mais fácil dizer isso. Havia mais disposição para ver o tempo passar, menos pressa, porque as distâncias eram maiores. Quanto menor a distância, maior é a pressa e a ansiedade de chegar.

Inserida por JereBarbosa

A experiência normativa do processo: depois da tristeza, a alegria. Não a manifestação eufórica, irreal, mas a serena alegria, aquela que, antes de ser externada, nós construímos no silêncio do coração.

Inserida por JereBarbosa

Relato de um sobrevivente:

Parece que o mundo está em obras. Menos eu, que também preciso de reforma, mas não agora. Gostaria de fugir daqui, mas estou sem disposição para sair. Gostaria de chegar a um lugar tranquilo, mas sem ter de ir. Estou sem coragem até mesmo para respirar.

Inserida por JereBarbosa

Organizar o luto talvez seja isso: recolher o que da vida restou. E como é belo recolher o amor e suas respectivas saudades. É uma forma de afirmar que a vida não foi em vão. Não foi uma experiência que passou pelos vãos dos dedos, mas registrou-se nas cordas do coração.

Inserida por JereBarbosa

"Acredito em Deus, acredito na proteção dele, mas eu olho para os dois lados da rua antes de atravessar. Eu não dou a Deus a responsabilidade de cuidar daquilo que eu sei que é um cuidado meu"

Inserida por lubaffa

Eu não tenho cicatrizes. Eu sou cicatrizes. Carrego no albergue dos olhos o ódio dos que me odiaram, a traição dos que me traíram, o pessimismo dos que não acreditaram em mim. Mas não há ressentimentos. Não optei por viver ofendido. A força que me rege é a gratidão.

Inserida por lubaffa

⁠É dizendo que curamos as feridas emocionais. O silêncio, neste caso, infecciona. A palavra, por mais difícil que seja, é o único meio possível de purificação. Portanto, não permita que outro se vá sem antes receber de volta o lixo emocional que lhe deixou.

Inserida por lubaffa

A palavra é uma forma de benção. As flores também. Flores são palavras. De Deus.

Padre Fábio de Melo
Tempo de esperas: O itinerário de um florescer humano. São Paulo: Planeta, 2011.
Inserida por JereBarbosa

⁠Meu caro, há uma diferença fundamental entre a Filosofia e a Jardinagem que vale a pena ressaltar. A Filosofia é o lugar da complexidade. A Jardinagem é o lugar da simplicidade. São territórios muito distintos. A Filosofia é o campo das perguntas e respostas. O jardim é o campo onde a vida prevalece misteriosa, mas ao mesmo tempo totalmente revelada. Por mais instigante que seja o contexto da complexidade filosófica, vez em quando a gente se cansa dele. O jardim é o lugar da contemplação, e a contemplação não é outra coisa senão o descanso do pensamento.

Inserida por JereBarbosa

⁠Não Seja Um Artista

Ei, me escute: não seja um artista.
Ser artista é como ser alma num mundo de pedras quadradas.
Como ser cor num mundo que se tinge
com uma pálida gradação de cinza.
É como ser uma pintura infinita para molduras pré-fabricadas,
padronizadas, quadradas e duras.

Ser artista é cantar para surdos, pintar para cegos
e escrever poesias num idioma já extinto.
É como se manter dançando de olhos fechados
em meio a um desfile militar organizado em filas perfeitas
ao compasso frio e forte das botas que marcham.

Ser artista é se negar a seguir a receita para ser aceito,
não pela aceitação em si,
mas por ver o Sagrado através das suas próprias medidas.

Ser artista é resistir à tentação de ser medíocre.
É ter a Coragem de viver sem nenhum tipo de anestésico.
É suportar a dor para saber onde dói.
Suportar até transformá-la em Arte.
É escolher sentir o que se tem
na tentativa de um dia se ter flores.

Ser artista é ter esperança
num mundo que só tem certezas.
Então não seja um artista.

A não ser que sua alma não aceite outra coisa
que não a Arte.
Não seja um artista,
a não ser que seu coração bata acreditando que
um dia o surdo vai conseguir ouvir o seu canto,
que o cego poderá perceber as nuances das suas pinceladas
e que o idioma das poesias será novamente celebrado.

Não seja um artista,
a não ser que sua música soe mais alto
que o barulho de mil botas batendo
e que em suas formas tão singulares
o Sagrado se manifeste.

Definitivamente não seja um artista,
a não ser que as únicas flores que você espera na vida
sejam suas próprias dores transformadas.

Com a palavra,
Alice Coragem.

Inserida por alicecoragem

⁠Saindo da Coxia

Estrear em algo é como nascer de novo
mas num lugar já conhecido.
É que a novidade não está no mundo.
Este segue sendo o mesmo
perpetuando o Medo de mudança.
O que estreia hoje é a artista
gerada no silêncio e na solidão do Ser.

A poesia é da Alice,
mas a alma
virou Coragem.

Com a palavra,
Alice Coragem.

Inserida por alicecoragem

⁠Compromisso

Era um dia comum, eu estava em casa sentada na mesa da sala, escrevendo.
Igual hoje.
Igual todo dia.
E aí aconteceu.
Algo entrou aqui.
Senti um vento... vento não, sopro.
Senti um sopro, como quem respira por perto.
Não era medo o que eu senti, mas sabe-se lá o que era.
Passou um vulto do meu lado.
Pisquei e sentou à minha frente.
Muito parecida comigo, mas completamente diferente.
Me olhou por inteira, por de dentro da minha alma, como se me rasgasse.

Eu?
Eu nem reagi.
Estava hip-no-ti-za-da.
Por fora, imóvel.
Por dentro, uma bateria de escola de samba saindo do recuo.
Ficamos nos ouvindo em silêncio como quem pinta uma cena na cabeça.
Para não esquecer, sabe?
E eu não esqueci: os olhos brilhantes, o cheiro de horizonte e a voz de silêncio, de quem se cala porque sabe de algo.

Toda minha atenção estava naquela figura.
Tentando eternizar na memória a sensação daquela presença.
Ela, muito decidida, estendeu a mão pra mim.
Eu aceitei, claro.
Quando minha mão encostou na dela senti um frio.
Não dela, de mim!
Minha espinha veio congelando lá de baixo até chegar na cabeça.
Como se eu tivesse bebido um milk-shake muito rápido, sabe?
Parecia que tudo na minha vida tinha me preparado para aquele exato momento.
Eu, de mãos (geladas) dadas com uma estranha (conhecida),
sentada na mesa da sala da minha própria casa,
sentindo o coração derreter feito vitamina C na água.

Ela, segurando a minha mão que segurava a mão dela, me puxou pra dançar.
Ali mesmo na sala, em frente ao sofá, em plena tarde de quarta-feira.
E como duas pessoas que não têm mais nada de importante pra fazer,
mas não podem perder nenhum minuto sequer,
dançamos na sala ao som de uma música própria.
(Como se tivéssemos uma).
Eu gosto de imaginar que era algo como 'Travessia' do Milton com 'Beija eu' da Marisa.

Tão linda ela.
Os cabelos como fogo, olhos de enverdecer sertões e um sorriso,
que só quem já chorou suas águas consegue sustentar.
E giramos.
Giramos como quem já se entendeu livre para poder girar.
E no meio do giro que ela girava, me abraçou.
Assim, de surpresa.
Ainda girando.
Eu chorei.
Eu não queria, mas as lágrimas simplesmente escorriam.
Até o mundo parou seu giro para nos olhar.
Como quem torceu a vida toda por este abraço:
eu e ela.
Um abraço apertado, mas só o suficiente.
Abraçou não como quem se despedia,
mas como quem ama recebe o ser amado depois de longa ausência.

Foi aí que ela sussurrou no meu ouvido:
— Vai!
Desnorteada, respondi:
— Pra onde?
Ela sorriu com olhos gentis e disse com voz firme:
— Não importa pra onde. Vai sem saber. Vai com medo. Eu vou contigo!
Então, fizemos um compromisso.
Ela iria pra onde eu fosse, bastava eu ir.
Eu só não poderia parar outra vez.
— Vai, volta, vai de novo. Se não souber o caminho, dança, gira, passeia, só não fica parada.

Ali eu entendi.
Ela só existe no verbo.
Aparece no passo iniciado mas some antes que ele finalize.
É preciso iniciar outro para ela voltar.
Mas é na caminhada que ela se muda e mora de vez.

Jurei de pé junto (mas ainda em movimento) que seguiria em frente porque ela estaria comigo.
E como garantia desse acordo entre nós, agora assinamos um só nome.
Eu e ela.
Alice e Coragem.
Juntas.
Numa só alma.
Alma presente chamada poesia.

Com a palavra,
Alice Coragem.

Inserida por alicecoragem

⁠ Resistência

Como vai você?
Eu?
Eu estou.
Me perdendo e me achando.
Mas estou.
Sobrevivendo e resistindo.
...
Talvez este seja o problema:
Resistir.
Melhor seria eu me render.
...
Hein?
Quando foi que nos ensinaram a resistir?
Você lembra?
Quando que entendemos isso como uma qualidade?
...
"Seja resistente na vida" diz o mundo.
Mas, por definição, resistência
'refere-se à capacidade de oposição à algo, de ser firme, de suportar as dificuldades e,’
Atenção:
'refere-se à recusa em ceder'.
...
Que lição estranha recebemos.
Pois ter a 'qualidade' de ser resistente na vida
Significa ter a capacidade de ser oposição à ela,
De não deixar que ela nos atinja.
De não deixar que ela nos toque.
...
Eu não quero ser firme.
Eu quero ser fluida.
Quero que, ao ser tocada pela vida,
Eu me molde.
Quero ser senhor das formas,
Não escravo delas.
...
Já as dificuldades não servem para serem suportadas.
Servem para serem superadas.
Suportar é passar por elas e sair ilesa.
Superar é passar por elas até sair mais forte.
Suportar é aguentar.
Superar é vencer.
...
E a recusa em ceder, da última parte?
Deus me livre não ceder.
Deus me livre ficar lutando com o coração endurecido,
E não me render ao aprendizado,
Ao crescimento.
...
A vida não foi feita para ser resistida.
Ela foi feita para ser experimentada, experienciada.
Não gaste vida sendo resistência ao que te toca.
Quem resiste, sobrevive.
Quem se rende, flui no voo da vida.
E se resistência é ser oposição à vida,
Resistência, na verdade, é morte.

Com a palavra,
Alice Coragem.

Inserida por alicecoragem

Espelho

A vida é sobre refletir.
E refletir é sobre se ver.
Sobre olhar seu reflexo e refletir de volta refletindo sobre sua reflexão.
Quem largar esse ciclo primeiro, morre.
E morte em vida é a pior que há.
Mas o morto não sabe disso...

Ele não reflete.

Com a palavra,
Alice Coragem.

Inserida por alicecoragem

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