Paciência nos Negócios da Empresa
Parabéns, você acaba de esgotar a minha paciência! E olha que eu sou bem calma com quem eu gosto; mas você conseguiu, passou por cima da minha tranquilidade, pisoteou minha calmaria. Quando a gente gosta, a gente passa por cima de tudo, fecha os olhos pros mil defeitos da pessoa; mas indecisão meu amor, não dá pra suportar. Tô cansada de te ver em cima do muro, escolhendo a melhor hora pra descer. Pra qual lado, só Deus sabe. Me irritei com esse seu medo de viver, de cair, de quebrar a cara. Chega! Não dá pra ficar se protegendo de tudo; e correr riscos às vezes faz bem, sabia? Só vim aqui te avisar que você não é mais uma criança assustada com a vida, com o amor e com todo o resto; então vamos tira logo essa fralda e ter uma conversa de gente grande. Eu só quero deixar as coisas bem claras entre a gente, só quero me situar e saber onde eu tô pisando, se esse chão é tão firme o quanto eu penso que é. Responder as minhas perguntas não dói, eu te garanto, eu sempre respondo as suas e nem por isso a minha língua apodreceu. Então vai, me fala, o que eu significo pra você? Pode me falar sem medo, me responde sem pestanejar, me diz o que você sente. Fala logo de cara, fala logo na cara. Diferente de você, eu sou forte e aguento esse tranco, tô pronta pro que vier. Sabe, eu gosto de você. Gosto mesmo. De verdade. O que eu mais quero é que a gente se entenda, que acabe logo esse seu medo pra que a minha insegurança vá embora de uma vez. Eu quero o nosso bem. Eu quero nós juntos. Entende agora porque eu não consigo mais aceitar a sua loucura? Se o que você precisava saber era isso, tá aí escancarado pra todo mundo ver: eu gosto de você, gosto muito aliás. Então faz assim, vê se desse logo desse muro, porque eu não nasci heroína pra salvar donzelos em perigo.
O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam, paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes e fé para acreditar naquilo que não compreende.
Há limite para tudo, paciência, bom humor, compaixão, principalmente nível de tolerância para determinadas coisas. Afinal, apesar de sermos todos fortes, acima de tudo somos seres humanos e uma hora tudo acaba!
Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.
Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções — úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade… Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.
Eu me comprometo a ajudá-la a amar a vida, a sempre a abraçar com ternura, e ter a paciência que o amor exige. Para falar quando palavras forem necessárias, e compartilhar o silêncio quando não forem. E viver no calor do seu coração, e sempre chamar de lar.
Tento pelo menos ter mais paciência comigo, mais tolerância, e também ter com as pessoas, mesmo sabendo que o maior desafio é superar a mim mesma.
Tento, todos os dias, ter comigo a consideração que muitos não têm. Mesmo me entristecendo com as atitudes humanas, percebi que não devo tentar entender, e sim deixar de lado.
Mas preciso entender a mim mesma, ser o melhor pra mim e lutar. Porque, se eu não fizer isso, nunca superarei a mim. Posso ser alguém melhor sempre, mas desafiar os desafios do que me enfrenta, mesmo que seja eu, é uma conquista diária.
Quando perdia a paciência, chegava às raias da loucura; tinha um gênio que alguns qualificavam de insanidade mental.
Não sou de correr atrás de ninguém, tenho o orgulho entalado na garganta. Minha paciência se esgota com facilidade. Pra mim é “oito ou oitenta”, não existe meio termo. Cheguei no limite em que não necessito de tantas coisas. Joguei fora todo acumulo, seja lá de sentimentos ou de cartas velhas espalhadas pela casa. Cansei de ver gente colecionando corações e levando junto o meu. Não, isso não é uma indireta, até por que não tenho medo de falar nada. Sabe o que me aconteceu? Peguei uma caneta e giz de cera, comprei uma cartolina, coloquei na parede de frente pra minha cama e escrevi: Toma vergonha na cara menina, levanta essa cabeça e vai viver!
A paciência consiste em não perder a calma, mas em suportar a ignorância e a debilidade das pessoas.
Não tenho paciência pra enrolação, pra gente que não sabe o que quer. Tá com medo do quê? Não sabe o quer então não se aproxima de mim, porque eu sou decidida e sei muito bem o que quero, quando quero e com quem quero. Eu quero você. Hoje. Agora. Pra ontem. Então se decida logo, ou sai do meu caminho. Eu não tenho medo de ser feliz, muito menos de sofrer. Se no futuro não der certo, eu aguento o tranco sozinha, sem dramas, sem problemas. Mas e o presente? Até quando você acha que eu vou te esperar? É um aviso, desce logo de cima desse muro antes que você caia daí.