Ossos do Ofício
"Dizer que a arte é o reflexo da alma, não é totalmente verdade.O corpo, através do oficio, poderá não ter capacidade interpretativa e técnica suficiente, para refletir o estado da alma!"
Cada um é bom juiz, segundo sua competência. Não se pode cobrar de um carpinteiro o ofício de um médico!
8 - Ofício
Assim como vejo
Também sou visto
Um olho sinistro
Parece um confisco
De lente vermelha
Levo meu vicío
De certa maneira
Pareço contigo
Futuro sem sorte
Um dia vinga
Mas deixa disso
Sigo o ofício.
Precisávamos de seu talento, pra juntarmos graça, até nos que "brincam" com tal ofício, bonanças de deve.
Sacro Ofício
Se já não podes falar nada
Menina da voz mais suave,
Deixe que exalo poesias
Na minha já bem mais grave
E se não fores mais capaz
De me ouvir recitar o refrão,
Deixe que canto por gestos
Com dedos de pura canção.
Se dedos não mais me restarem
Pra te carregar pela mão
Menina branca de neve
Me leve no coração.
Mas se por descaso não possa
No peito me carregar
Te peço que nunca te esqueças
Me leve no seu lembrar.
Entretanto se for sacrifício,
Residir em teu pensamento
Deserdo este fardo e ofício
Não nego, haverá sofrimento
Desmonto em pedra e silício
E imploro com ar de lamento:
Menina branca de neve,
Me leve no esquecimento.
Romantismo: para os outros um mero exagero, mas para nós, os praticantes do ofício, o grandioso algo que é simplesmente, sublime.
Ofício de amar
Já não necessito de ti
Tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
Tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
De outras galáxias, e o remorso.....
.....um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo.
Se tens vontade de aprender um oficio, procura quem goste daquilo que faz, serás orientado por quem tem gosto à arte.
O trabalhador empenhado no oficio, procura trabalho, o cidadão que busca estabilidade financeira e tem indiferença à arte, procura emprego.
Amigos da infância. Amigos da escola. Amigos da faculdade. Amigos do ofício. Amigos da igreja. Amigos que também são família. Amigos da vida. A amizade não tem mesmo explicação! Mas, como teria? De que maneira seria possível expressar em forma de palavras aquela sensação de passar dias, meses e até anos sem contato com aquele(a) bom(a) amigo(a), e, no dia do reencontro a impressão que se tem é de que foi ontem a última reunião. AMIGOS são partes de nós que, mesmo que tracem rotas diferentes das nossas e, pelo acaso da vida, acabem se afastando, permanecem em nossa memória por ter marcado alguma época especial. Existe aquele(a) amigo(a) que, com ele(a), é possível ficar pendurado(a) por uma hora e cinquenta e tantos minutos no celular, mas tem aquele(a) amigo(a) que, com ele(a) não é necessário falar um "a", pois, mesmo não falando, ele(a) já sabe tudo. Amigos são saudades diárias. Amigos também são forças, luz, esperança e felicidade. Portanto, neste dia do amigo, à todos que me cercam e já me cercaram, destaco uma palavra. GRATIDÃO!
Revelação
Meu o ofício incerto das palavras
a evocação do tempo
o recurso ao fogo
Meu o provisório olhar
sobre este rio
o fascínio consentido das margens
sitiando a distância
Meus são os dedos que em tumulto
modelam capitéis
de sombra e arestas
Mas oculto na brisa
és Tu quem percorre o poema
despertando as aves
e dando nome aos peixes
Me deu um ofício pra que eu saia daqui, e não sirva, à ordem dos que creditam em quem não sabe o que faz, já é hora, e não posso carregar fardos do e pro tanto faz.
Se estamos onde queremos, porém, fazendo o que não gostamos, certamente é pelo ofício incerto, causado pela imposição de destruição, é bom, mesmo assim, resolver o que não nos cabe, certamente até a caridade tem prazo de validade, já que nossa base é pela alegria de estar, no nosso lugar, isso é presente de satisfação e, confiança na provisão, de nosso próprio afazer, sem complicar configurando falsa vontade.
Meu ofício sempre chega onde às necessidades o chamam, em bases de gentilezas em satisfação do fazer, já que representar não é minha qualidade de viver.
A cruz existe pra quem não cumpre seu próprio ofício, então como segurar tanta ilusão no paraíso, limpe o caminho em traços de alegrias, quando (ouver) risos.
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