Orfaos do Amor
MEU SONETO
Meu soneto, soneto que não quisera
sequer de amor falar ao meu sentido
secura, que num chão tão ressequido
tolera, e a inspiração num vazio gera
Pudera, o amor é de carregada quimera
que na poética o alguém é pressentido
permitido, e então, do coração ouvido
cantando a satisfação, cada primavera
Meu verbo suspira por tal afeto podido
querido, para poetar um ardor contido
e então, ter o atraente verso no papel
E a prosa, paquera, cada sedutor acaso
à maneira da paixão, e sem ter o prazo
espera, pelo soneto ao sentimento fiel
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/08/2021, 19’00” – Araguari, MG
SONETO ENAMORADO
Como na poesia o poeta que é imperfeito
Um canastrão na sua prosa só por amor
Ou quem, por ter cheio de paixão o peito
Vê o poema perder-se no ato de compor
Em mim, por sofrência, fica desamparado
O rito mais solene do desejo do coração
E o meu sentimento eu vejo tão agastado
Vergado numa poética sem ter sensação
Seja o temor então a minha eloquência
Bardo sem a rima de um soneto eleito
Só pra ti, que quer amor em recompensa
Mais que o verso estabanado o tenha feito
Saibas ler a emoção onde esteja imaculado
Canto de amor, em um soneto enamorado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/08/2021, 11’25” - Araguari, MG
A VIDA ESCREVE
O fado meu contente, que a vida escreve
Vivendo de amor, um desejo tão ingente
Vive em uma poética, e tão eternamente
Canta cá no soneto, tão puro e tão leve
Se lá no assento do coração, tudo breve
Não tem aquele olhar e, se não consente
Sente não poetar o que não será ardente
Sim, desencontros, triste sina prescreve
E se vires que dele podes então merecer
Não verseje a coisa duma dor que ficou
Viva o momento, assim, verseje pra ser
Rogue ao fado, pela sede que acreditou
Traga pra ti a poesia no melhor querer
O amor, a sensação do que não acabou.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 de agosto de 2021, Araguari, MG
SONETO DE APEGO
Esse amor que se lança, em melodia
lúdico aos meus braços, tão sedutor
me arrebata, e me acaricia e balbucia
sensações no desejo, agradável ardor
Esse amor, inteiriço, alma e poesia
que suspira paixão e põe a compor
emoção, única a que dei os, alegria
e mais e mais, então, mais eu daria
Esse amor que a predileção ganha
a grandeza de repartir a quem ama
e guarda aquele sentimento singelo
Esse amor é inocente. Tão donzelo
talvez, mas ao toque que se flama
é amor que se derrama, rijo e belo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22, agosto, 2021, 06’21’ - Araguari, MG
O Amor
Por muito tempo imaginei o amor, então
Lastimava, trovava, e sentia o teu vazio
Hoje sinto que não tinha qualquer razão
Não há o porquê, o tempo tem seu feitio
A solidão é só uma condição, e quão vão
Sinto-o no silêncio, no suspiro, no arrepio
Imagino, crio, sorrio, vive na exclamação
Porque o vazio, o vazio passageiro, assim
Dança, agita, fala, recria, balbucia ilusão
O amor, afim, este ninguém cala em mim...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23, agosto, 2021, 13’58’ - Araguari, MG
QUASE TUDO
Quase tudo de poético em mim foi poetado
Quase tudo sussurrado de amor foi escrito
No versejar, o rimar do viver se fez infinito
Na cadência de mil sensações foi musicado
Tão fadado de emoções me tornei enamorado
Tão cheio de romantismo fiz do amor bendito
Cada soneto que fiz de agrado veio num grito
Suspiros, sentidos, em um ritmo compassado
Tenho dado o meu sentir a quem dele merece
Se em prece, honra, num coração sem escudo
Eu sou só gratidão, neste doar-se em benesse
E se por tanto romancear fiz engano, contudo,
Eu nunca fui do amor tirano, ou o mal fizesse
Pra ter no fado, quase tudo, sem dano e rudo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25, agosto, 2021, 09’58’ - Araguari, MG
SUSSURROS
Não há soneto que a poética visse
Que versasse como este que lemos
Um amor sentimental aqui teremos
Na prosa onde paixão certa fluísse
Olhe só! Cada verso em meiguices
Em sensações que o afeto teremos
Agrado que se faz em tais extremos
Adiante vai a poesia em fanfarrice
E, dando gestos de um amor profundo
Cantarola as trovas, suspira, bem isto
É o amor fluindo da alma bem fundo
Olhe com o olhar fecundo, bem visto
E, verás nas entrelinhas, num segundo
Sussurros, emoções, do amor, insisto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25, agosto, 2021, 15’27’ - Araguari, MG
GALANTEIO
Não te desejo senão porque te desejo
De querer-te tanto, que te quero tanto
Um amor que vela e, espera o ensejo
Te tem no coração num doce encanto
Cortejo-te apenas porque a ti eu cortejo
Em meus versos, pra ti, sem fim, canto
Na ajustada medida de amor eu pelejo
Para amar-te, ter-te, neste amor santo
Me arde num sentimento verdadeiro
De sensação, emoção, cúmulo inteiro
Roubando minha paixão num canto
E, portanto, assim, eu me vejo e sofro
E sofrendo de amor, vivo e desespero
Porque te quero, amor, tanto... tanto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28, agosto, 2021, 11’08’ - Araguari, MG
*aniversario de Araguari, MG
Amar: fechei os olhos para te escrever
um poema de amor, e, assim, te dizer:
- que te amo! em cada estrofe a suceder
um suspiro, um afago, sussurros a valer
cada noite, versos de amor no alvorecer
em palavras falantes, onde amor haverá
pois, quando se mora no outro no viver
se vive no outro e de amor proverá....
Amor, é quando a gente quer aprender!
Amar: faz saber que tudo de bom será!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/08/2021, 15’29’ - Araguari, MG
GRANDE AMOR
Não inquiete, minha paixão, da vida és
Um desejo forte em contundente porte
O bom agrado que em te revela, através
Da sensação, que brota felicidade e sorte
Aceite minha emoção, do coração convés
Daqueles beijos de sentimentos e aporte
Da jornada do afeto este necessário viés
Que se tem guia e o enamorado suporte
Não temas, soneto, da poética cantada
Que trova o amor com escrita dourada
Versando a felicidade ao nosso derredor
É vida, uma partilha, a adulação encantada
Que queima, satisfaz e da sede nossa aliada
Grande amor, imortal que a própria morte!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 de setembro de 2021 - Araguari, MG
SENSAÇÃO DE OIRO
Quando te vi, senti uma euforia
da alma, aos sussurros de amor
era em uma tarde do fim do dia
sedução, e querer dum amador
Rara intenção de fulgente primor
no peito alojado mais que alegria
em brocado rútilo, um esplendor
que suspiros, no olhar, se sentia
Um agrado divino, nobre, fogoso
de uma poética vinda do coração
dando sorrisos para ti, carinhoso
Quando te vi, amor, uma alumiada
sensação de oiro, cheia de emoção
fez-me lotar duma paixão amada!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07/09/2021, 13”35” – Araguari, MG
AMANTES
Feliz a poética ficaria se a meu lado
Esse amor na poesia fosse o certeiro
Em cada verso ter-te comtemplado
Com sensação, em um amor inteiro
Feliz a prosa teria, ó amor, em te ter
No canto, no encanto, na rima estar
Viver, e, no entanto, sintonia conter
E, então, na inspiração te encontrar
Feliz, sim, seria, se não fosse a ilusão
Que tão desse amor não podemos ser
Em saber do fado com sua outra razão
Feliz, se tenta, um dia de cada vez, pois,
Depois a lembrança é dor que faz doer
Naquele poetar que evoca por nós dois!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 de setembro, 2021 – Araguari, MG
VERBO POETA
Poeta, conjugação, expressão do amor
Das entranhas, frações de alma e grito
Escrito em sensações, o diverso infinito
Aflito, calmo, és da palavra manejador
Poetar, o poeta, frasear, variante flexão
Em cada canto, o teu canto é irrestrito
Largo, plural, tão singular, bela oração
O verbo poeta, muito além do espírito
Antes de modo, tempo, pessoa: a ação
Segue a ordem do coração, e profundo
O dialeto da emoção, da ilusão secreta
E, o que seria da poesia neste mundo?
De qual verbo seria o poeta a poetar...
Do amar, sonhar ou puramente poeta...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 setembro/2021, 11’:10” – Araguari, MG
INCÓGNITA
Porque digo, amor, e ainda o sente
A solidão, afagos de fogo, afogueado
Teu toque, um toque simplesmente
Que corre o corpo, e delira o pecado
Porque se sente e a sensação é tanta
Se nem do olhar a recordação é perto
A prosa querer o prosar que encanta
Se nem a poética sabe o fascínio certo
Eu só sei que nada sei, tudo é contido
A alma no eu, o eu num amor perdido
Que poeta aos meus ouvidos, desejos!
E eu só quero ternura, mais que pouca
Na loucura dos lábios, sentir a tua boca
E que em dócil cortejo, ter-te em beijos...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 setembro, 2021, 16’16” – Araguari, MG
REMISSÃO
Como rejeitar-te? se na minha poesia
Deixou a sensação, o vigor dum amor
Teu cheiro, a saudade, a alma luzidia
Em prosa e verso tão cheios de dispor
Como rejeitar-te? se és sobeja quantia
Onde o desejo implora por dar-te flor
Cada menção tua é uma atraente via
Vem recordar-me deste afeto sedutor
Rejeitar-te? impossível. Por ti eu peno
Meu coração versou e verseja história
Se é para suportar, tomo deste veneno
Eu não espero uma poesia transitória
No olhar, quero afago não um escudo
Hão da razão ter e o perdão de tudo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, agosto, 01, 19’11” - Cerrado goiano
GOSTAR…
É doar por gostar, desejar e querer
Receber por dar, por apenas amar
Para mais amor, amar, e assim, ter
E nesse saber, o crer para confiar
Ah! como é agrado, suspiros ao ar
Aquele doce olhar e o beijo suado
Nesse existir tão curto no caminhar
Então, gratidão e flor ao enamorado
E, ao coração, aquele enrabichado
Amor, afinal se é bom, é pra estar
Se caído, que seja então pro viver
Pois, como é querido estar ao lado
Do amor apaixonado a nos embalar
- E, afim amor de mim, pode haver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 setembro, 2021, 15’07” – Araguari, MG
AMOR, PAIXÃO, SEDUÇÃO EM CORTEJO
Invadindo a vastidão do sentir profundo
Sulcando a sensação, incitando o desejo
O amor e a paixão, a sedução em cortejo
Velam o prazer, que surge num segundo
Na esteira sem fim duma severa espera
Ei-lo embalado na amplidão de um laço
Em ritmo lento ou acelerado compasso
Eclode e floresce a cada uma primavera
Andeja, e vai em busca de um infinito
Agrado, tal o romper dum díspar mito
Apurando a humano maneira de supor
E tão cheio de luz do fulgir dum astro
Brilha a alma, deixando poético rastro
Da trajetória augusta: quando é amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16 setembro, 2021, 09’42” – Araguari, MG
AMOROSO VIVER
Que eu cante bem, e tal modo o cante
Que o amor saiba o quanto é proveito
Na poética cheia de graça e abundante
De agrado, de desejo e o fiel respeito
Que satisfaça e não seja mero instante
E se, na aflição, então, que seja feito
O mais importante, e o mais confiante
Afinal, aquele amor, no peito, é eleito
Que o querer tenha não um qualquer
Sentimento, que seja a ventura nossa
Pro desejado sonhado amor que vier
Que, então, se transponha os embaraços
Que se tenha no fado o fado que possa
E amoroso viver, com beijos, e abraços...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 setembro, 2021, 07’33” – Araguari, MG
AMOR E VINHO
O amor é vinícola, é poesia
Degustação, prazer, carinho
E, não nos faz ficar sozinho
É buquê, o querer, harmonia
Embriaga de alegria, fantasia
Que transforma, um cantinho
Um eternamente enamorado
O sedutor cochichar baixinho...
Provar do amar e ser amado
Saboreando o vinho!
Como é bom o apaixonado! (Tim Tim)
Assim, branco, tinto, espumante
Total combinação, sentir alado
De ser poeticamente amante!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/09/2021, 10’34” – Araguari, MG
AMOR DISTANTE
Na saudade, te cato nas noites morosas
Nas lembranças singulares de dias ledo
Manifestadas naquelas exclusivas rosas
Tão belas, eternizadas no nosso enredo
Tua ausência é pesar tirânico na poesia
Que trasborda e faz a inspiração suspirar
Não poder te abraçar, mais uma agonia
O preço de quem a te um dia pôde amar
Nestes versos em vão, dum amor distante
Que retalha a alma e na ilusão manifesta
Há sussurrar a todo o instante, lancinante
Sem existência a sensação vai se esvaindo
E nesta prosa somente estória, então, resta
Do amado amor que um dia nos foi lindo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/09/2021, 11’58” – Araguari, MG
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