Omissão
CONFISSÃO
Perdoa, pelos tantos erros perpetrado
Pela omissão que em mim acaso calei
A confissão que na falta não confessei
Num tal medo do ser réu no ser culpado
Perdão, se dos enganos eu pouco falei
Quando o silêncio tinha de ser quebrado
E a confidência na confiança ter selado
Mas, na insegurança a coragem hesitei
Na utopia do outro que era equivocado
Levei a ilusão de que ser manhoso é rei
E que num novo dia novo renascia o fado
Se, cedo ou tarde, confesso que errei
Às tantas palavras, se foram desagrado
Perdoa, a nímia mácula que eu causei
Luciano Spagnol
Julho, final, 2016
Cerrado goiano
Esse vírus, altamente epidêmico, chamado omissão tem como um dos sintomas a manutenção de tudo que está errado na sociedade. O medo de ser castigado pelo divino é um dos fatores cruciais que fazem com que as pessoas optem pela paralisia e por não quererem enxergar a necessidades das mudanças, bem como a importância de terem atitudes responsáveis no que diz respeito ao papel que lhes cabe na preservação dos bens essenciais que dão sustentação ao sonho de que um dia o mundo poderá ser melhor para todos. Que bens são esses? São aqueles que no íntimo você, que lê este texto, tem em mente, mas que igualmente, por razões pessoais, não faz nada pra mudar.
quem diz que voto nulo é ineficaz mostra apenas a sua submisão e omissão, ou tá feliz com a corrupção e impunidade
SAUDADE DO ESQUADRÃO
É tanto ladrão, tanta omissão,
tanta corrupção, tanta enganação,
tanto espertalhão,
tanto figurão, em todo escalão;
É tanta indignação, que dá
saudade do esquadrão.
"Quantas pessoas gostam de se esconder através da falsidade, da mentira e da omissão , pois não são corajosas o suficiente para assumirem o que fazem e ao se omitirem e serem coniventes com os erros e com as grosserias alheias, na verdade concordam ,quando não, fazem parte do que se é dito" (Autor desconhecido)
Tem hora que tem que saber perder. Mas perder sem tentar é pecar por omissão. E, isso, é sempre inadmissível. Tentar até a última alternativa faz parte da certeza de que você fez o que pôde. Às vezes dá certo. Tentar é economizar terapia futura e evitar o sentimento de impotência. Faz com que você não tenha que ficar com a sensação de arrependimento, pois você sabe que fez de tudo para não perder, para não falhar. Mas, tem uma coisa que deve-se considerar além de tudo: que as coisas não dependem só de nós. E ai, reside toda e qualquer probabilidade de desvio e erro. Naquilo que não depende de nós.
Seguimos pagando o preço da nossa omissão crítica. Da nossa submissão. Desse conforto que é um medo que possa ser ainda pior. A inércia, que nos aniquila enquanto acomoda, devia ser o primeiro pecado capital. Pois seu preço é alto demais.
Aquilo que se recebe pela ação, ou omissão, direta ou indireta, é consequência; o que emerge do que (não) se fez, é presente ou punição.
Para os tolos, não basta apenas a apatia, a omissão e a covardia. É impreterível perseguir aqueles que escolheram a estrada inversa.
Com essa volúpia estúpida, regrada de sementes trevosas e de peçonhentos grãos, eles intentam em realizar alusivamente o maior de seus objetivos pessoais: o de ver seus semelhantes serem embriagados com uma preguiça irreversivelmente eterna que terá força para transformar o universo em uma esfera multicelular de mulas ambulantes – tendo tais patetas como “líderes” supremos e absolutos do bando –.
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