Olhar Vazio

⁠O banco do jardim vazio, me lembrou o seu carinho, num namoro agarradinho no tempo de frio.

Se um belo rosto e corpo completasse o vazio, não teria muita gente chorando por ser traído.⁠

Defunto sem legado, velório vazio.

Perdemos coisas... E com elas, se vão um tanto de nós, e fica-nos um vazio impreenchível. Tanto que, nos impede de perceber o quanto de lição nos deixa, que se não as tivéssemos perdido, tampouco aprenderíamos.

Da luz da felicidade preenchendo o vazio humano, surge a sombra trazendo paz para o Ser e sua personalidade.

⁠Nova estrada

Página virada.
Esperança por um fio.
No vácuo um vazio.
Segue meu rio.
Uma força que de mim emana.
Um sol que todo dia surge.
Perder o medo urge.
Um toque tocando o corpo carente.
Um abraço forte e comovente.
Página virada.
Segue-se por uma nova estrada.

Se caíste no vazio significa que ergueste a real identidade da causa.

O controle da nossa subjetividade, do vazio existencial, da tristeza, da angústia, da ansiedade... sempre foi um dos objetivos da indústria farmacêutica ávida em aumentar seus lucros.

⁠Não existe cura para o vazio existencial; a qualquer momento, ele pode surgir em nossas vidas.

Por isso, precisamos aceitar e aprender a lidar com esse sentimento.

As festas, as drogas, os jogos, as religiões preenchem momentaneamente esse buraco, mas quando menos esperamos, ele está vazio novamente, trazendo tristeza e dor.

⁠
Tem dor que vira casa.
A gente decora o vazio,
rega silêncio, inventa flores na sombra.

Fica.
Por medo. Por costume. Por não saber partir.
Até que o corpo pesa, o peito chama,
e a alma, paciente, sopra:
abre a janela.

A cura não faz barulho.
Chega no banho demorado,
no café que abraça as mãos,
numa lágrima que lava o que ficou esquecido.

De repente, o que doía já não sangra.
É história — não ferida.
É marca — não prisão.

Quem te ama entende teu tempo.
O sol não some — ele espera.
E você também vai.
Ninguém mora pra sempre onde dói.

— Edna de Andrade

SUSPIROS (soneto)

Um pesar tão mais saudoso, assim não vejo!
Um vazio no silêncio, barulhento, sem pudor
De tão é a infelicidade, que terebrante é a dor
Que vagar algum pode ofuscar o tal lampejo

Dias rastejam, noites em romarias no andor
Da angústia, que enfileiradas num cortejo
Levam preciosos instantes, pra num despejo
Jogá-los ao luar, sem quer um pejo, amor

Ah! Que bom seria, eu ter qualquer traquejo
No dom da oração, e me ouvisse o Criador
Através do meu olhar, rogando por ensejo

Essa saudade tão mais triste, ainda é clamor!
Inda estão nos versos que no poetar eu adejo
Tentando recreio, para os suspiros transpor

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Julho de 2016
Cerrado goiano

⁠OS OFENDIDOS

Viver no silêncio, calado e todavia
Sentir no peito um aperto, depois
De um vazio rodeado, a dois, sois
Da sofrência servil, no dia a dia...

Um sentimento de ociosa sensação
Que vai mascando o viver, e assim
Chora, e a dor aflora, - ai de mim!
Que mais não sou que só a ilusão...

Então, chega a vez de olhar pra ver
Com olhos dos fatos reais contidos
Deixando a razão na realidade doer

Pois, só pra retribuição se dá ouvidos
Sentidos, e que no coração vai bater
A superação, abafando os gemidos...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09, junho, 2021, 09’12” – Araguari, MG

⁠CONDIÇÃO

Dissolveu o amor e a dor saliva
No vazio. Pondo a alma no cais
Este afeto que já foi muito mais
Está sensação que andais cativa

Solitária a emoção, e pensativa
Sente e chora este mal, e jamais
Pensou ter e que doesse demais
E eu sem ti e cá com a falta viva

Mas amei de todo o bem, amei
Sei que após continuei amando
Assim, lhe vi pelo cerrado indo

Sofrer, porque sei que sofrerei
Pois o ter insiste estar sonhando
Haver-te, o adeus vai possuindo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/06/2021, 12’17” - Araguari, MG

⁠Ansiedade que assusta
Ansiedade que incomoda
Ansiedade que deixa
um vazio sem explicação.
Ansiedade que machuca
Não há como explicar o sentir
Não há como definir
Ele está presente e não quer partir
Gemidos que não são exprimidos
Lágrimas que não querem vir
Sorriso que ficou ausente
A luz desapareceu
Para onde foi minha paz?
Busco em meu coração a razão
Busco em meus pensamentos o por quê .
Simplesmente o dia amanheceu nublado
Já não vejo mais você
A voz que me chama não é a sua
A dor da ausência
O significado da partida
Não aconteceu o adeus
Eu não me despedi de você
O seu respirar jaz no esquecimento
As peraltices se findaram
E o menino dormiu
Ah... Como me lembro!
Está intacto os momentos
Possa ser que um dia acalme,
Mas não hoje.
Tudo faz lembrar você
Ansiedade passa logo!
Ansiedade fuja de mim
Pesares não quero te sentir
Angústia já é hora de partir
Silêncio não fujas de mim
Vozes calem-se em mim
Esperança venha ao meu encontro
Amor me faça sorrir
Desapego, adeus!
Eu vou prosseguir
Deus não se esqueça de mim.
Cuida do meu coração
Lembre-se que estou aqui.
Gratidão.

Poesia de Islene Souza

⁠O amor é espetacular entra e sai não pede licença nem deixa espaço vazio, é lógica razão sábio, o amor não tumultua o equilíbrio.

Temeis a dor da alma...
Mais que a dor da carne.
Porque tudo que não se completa
É um vazio infinito.

Sou presa fácil
para um caçador.
Coração vazio sem amor.
-ALMA NUA-
09 de Fevereiro de 2015

Vazio

A muito tempo eu convivo sentindo esse estranho sentimento, ás vezes eu penso que é até uma forma de pagar por algo que eu fiz, mas o que eu fiz de tão terrível a ponto de sofrer assim? É um dor indescritível, um aperto no peito, tudo se torna mais difícil e mais sofrido, eu mal consigo respirar, é como se minha mente tentasse me destruir de dentro pra fora, é horrível. Mas por sorte não é algo que eu levo comigo o tempo todo, ou melhor, esse vazio se diminui e se torna algo quase inexistente, mas eu sei que sempre vai estar lá, tomando espaço na minha vida e me tornado cada vez mais... Eu. É estranho pensar que passar por tudo isso, e sentir todas essas coisas, acabou me formando, me fazendo ser quem eu sou, essa pessoa que se apega tanto, que morreria por quem ama, que quer aproveitar ao máximo as pessoas que se importam, e que faz tudo isso porque não se importa com si mesmo, é tão chato pensar que eu to indo tão longe porque eu acho que nada importa, é como se minha motivação fosse viver por viver, viver só pra ver o que pode acontecer amanhã, viver pra ver se eu vou estar chorando no final do dia, que pensamento perturbador e mútuo. Acho que no final de tudo eu tenho que agradecer um pouco tudo isso, eu acho que eu seria até um pouco mais fraco se nada disso tivesse acontecido comigo, é bizarro ter que agradecer por ter tido depressão, por ter ansiedade, por escutar vozes na cabeça e principalmente, agradecer por esse vazio.

Eu andei quilômetros sozinho
meu vazio está se expandindo.
Posso terminar esta longa jornada?
Eu não sei qual rota eu estou procurando!
Seria meu caminho de volta para casa,
ou busca incessante para me encontrar.
Tantas curvas me fizeram cair ...
Eu não vivo mais na lucidez
Talvez a estrada tenha acabado e eu ainda tenha que andar.

"A ação do ódio cessa com a derrota absoluta do ser odiado e tem o vazio como fruto. O amor, ao contrário, se amplia com a vitória do ser amado e tem como fruto a felicidade que contagia. Lutar por amor ao oprimido será sempre mais eficaz do que lutar por ódio ao opressor."