Odeio quem me Rouba
Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.
Não, eu não odeio as pessoas. Só prefiro quando elas não estão por perto.
O que eu odeio é que algum dia tudo se reduzirá a nada, os amores, os poemas. Acabaremos recheados de terra como um taco barato. Que coisa mais triste, tudo é tão triste - a gente passa a vida inteira feito bobo pra depois morrer que nem besta.
O que mais odeio é gente complicada e preconceituosa, hipocrisia e ser acordado. Nenhuma outra coisa consegue ser pior do que isso.
Às vezes te odeio por quase um segundo
depois te amo mais
teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo
tudo que não me deixa em paz
Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. Fazer. Se mexer. Odeio autodestruição.
Odeio sonhar por causa disso: nós vemos como estamos internamente. Não dá para disfarçar diante de um sonho. Através das nuanças dos delírios sem nexo, revelamos uma radiografia das nossas partes internas, implacável, em que cada mancha, mesmo após mil lavagens, pode ser detectada, gritante, no lençol que encobre as nossas verdades.
A coisa que eu mais odeio no mundo é falsidade, tipo ficar rindo para quem eu não gosto ou dando explicações para as pessoas. Elas que se danem.
Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.