Obrigada pela noite

Cerca de 24772 frases e pensamentos: Obrigada pela noite

Esta noite com a lua vou confidenciar
As minhas lembranças mais secretas
Numa vigia nas memórias prediletas
Que na vida me fizeram assim sonhar

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ANDOR DO AMOR

Quem não quer, não estar sozinho
Na noite fria acobertar-se de calor
Estadear estórias e paixão compor
E ter a cumplicidade pelo caminho

A solidão é sentir no vazio, amargor
É grito sem eco, mimo sem carinho
Avitar a rosa por ferir-se no espinho
Querer no azedado ter doce sabor

Cada qual traz ideal no seu cantinho
Um oferece o abraço em laço e flor
Outro doa afeto num olhar mansinho

Pois, não se é perene no retiro opressor
Nem tão pouco um solitário mesquinho
Que não orne de rosas o andor do amor

Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NO ENTARDECER

Sai o dia, vem à noite no cerrado
treva fria, palia o sol na cor bisonte
breve e leve, tão encantado, é fonte
num manto real no tempo dourado

Ó sombra que se esvai no monte
do entardecer na noite aterrado
desnudando o planalto aluado
numa luz sidérea em desmonte

E no turvo motim no céu calado
surgem alvas estrelas, defronte
ao cais da vida, num ato fiado

Assim como num beijo simbionte
a noite abarca o dia tão esfalfado
para lhe adormecer no horizonte

Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Sai o dia, vem à noite no cerrado
treva fria, palia o sol na cor bisonte
breve e leve, tão encantado, é fonte
num manto real no tempo dourado

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Chega à noite, põe-se a luz do sol no fronho.
Acende-se as estrelas para alumiar o nosso sonho.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CLAUSTRO

No silêncio do claustro solitário
Do vazio acerado desta morada
Numa vastidão da noite calada
Sombria aflição urde o cenário

Nele vagueio, e levo vergastada
Da tristura, desfiada num rosário
De lágrimas, sem um destinatário
Em cinzas de uma época passada

Na cíclica ladainha do fado vário
Aí, rezada em oração desfilada
Os ás da solidão do proprietário

E pelo claustro, a lacuna é criada
Em saudades, ausente no sacrário
Silenciado em uma muda fachada

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

HORÁRIO DE VERÃO

Roubada hora
E o tempo não para
Adentra o dia, à noite a fora
Nesta roda vida, que mascara
A madrugada mais cedo
O entardecer que não chora
Embora,
O Relógio já não marque às horas!

Luciano Spagnol
Rio, 16/10/2011
20”14”

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ENCARNADO

Cerrado, pinta o céu de encarnado
por não poder pintar a noite estrelada
assim, vesti a sombra da esplanada
de prata, do luar em tom apaixonado

Pra extinguir o rubro desta tal cilada
e aprisiona-la até o arrebol no prado
o sol se demole num gesto nacarado
tão cansado, retirando-se em toada

No breu, a cor, escarlate enevoado
permanece, então, na noite trancada
pra de novo no dia surgir encantado

Então, no empalecer da luz arrozada
dorme desmaiada, do dia acalorado
no ciclo do cerrado, em sua jornada...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VIOLA CAIPIRA (soneto)

Noite ressequida, ao longe, viola caipira
cantiga de sofrença era ouvida, batida
cantada dentro da tristura, pura embira
que contagia, é dor, amor de despedida

Quem longe está, aproxima, o som pira
na alma calam sensações desmedida
nas emoções, melodia de toda uma vida
chora viola! Chora na escuridade sofrida

Trova o chão do cerrado, pura beleza
razão no sonho sonhado e, "xonado"
retinindo fragilidades de leve leveza

Viola caipira, tem quimera no planger
convida o coração a estar apaixonado
e na paixão, vara até o amanhecer...

Luciano Spagnol
2016, novembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE NATAL

Se fez homem, é noite de reflexão
Fé cristã, Menino Deus, Nazareno
Enfeitam o memorial de pequeno:
Família reunida, cantiga e afeição

É berço de amor, doce e ameno
Exaltado em versos do coração
Nesta noite cristã, de intenção
Aniversaria, Jesus, o Nazareno

É vida na vida em comemoração
Gesto de afago, de carinho pleno
Noite feliz, noite de total gratidão

É Natal, é sal do indulto terreno
Confraternização, e compaixão
Do pobrezinho que manou no feno...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VIRADA

Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda

E o universo inteiro sozinho...

O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho

E sozinho o universo inteiro...

Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro

E inteiro sozinho o universo...

No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso

Sozinho, solitário não, romeiro...

Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

SOFRÊNCIA

Depois de você
A vida passou a saber
Como é vasta a imensidão
Da noite com solidão

Que horas são?
Que importância tem
Se minha saudade vai além...

Sem você, também,
Me perdi nos por quês
A angústia ficou à mercê
Depois de ter você
Felicidade é querer em vão
Pela rua migalha a emoção
Sem você!
Tudo é sofrência
Num coração de aparência!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA PARTIDA

Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão

Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza

Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção

E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

RODEIO DO TEMPO

Sinto o vento áspero que repousa em mim
Na noite do cerrado, entre o céu e o chão
Bafejado do horizonte, imbuído na emoção
Desfolhando a poesia enroladas em cetim

Sinto o solfejo do inverno de julho, então
Me cubro com a brisa de sonho carmim
Corrompendo o fado, e erguendo jardim
Criando quimeras no alquebrado coração

Meu corpo é alado tal ficção de folhetim
Dessangrando nas saudades de paixão
Suspirando os reveses deixados no fim

Fecho os olhos e me vejo na imensidão
Da captura, breve, tal ledices de festim
Deste rodeio do tempo, cheios de ilusão

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SILÊNCIO EM SILÊNCIO

Do que valeu
a noite, se rasgando na madrugada
onde se perdeu
na fronte da poesia imaculada
ativando a quimera do cerrado
numa fronha pisoteada
de um leito calado
duelando num ritual sem cerimônia
do poetar e o fado cansado.
Se só restou apenas a insônia.

O vento mudo,
em troca, tagarelava
totalmente sem conteúdo
com o sono, e assim falava
de sonho sanhudo
fados inconfessos
silêncio em silêncio, rudo.
“Se somente sou quando em versos.”

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2018, 3’05”
Cerrado goiano
Paráfrase Thiago de Mello

Inserida por LucianoSpagnol

Espera

Oh! Estrela solitária
Na noite de solidão
Por que o teu silêncio fala
Se silente está o coração...
A poesia na inação se cala
Vazia está na inspiração
Não brada nada!
Deixe quieta a emoção
Vou deitar a saudade
No colo da afeição
Sem nenhum alarde
Sem noção e razão
Irei sonhar banalidade
Assim, na espera, nada em vão!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12/07/2015
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ainda que haja noite no sentimento, vale a pena esperar o amanhecer no coração...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Se a Lua uiva na sua noite, silencie para que o Sol possa amanhecer...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

NATAL

No ermo cerrado, árido, na noite, toca o sino
De esperança, pressaga enche nosso ouvido
Em uma toada de paz e bem, no céu subido
Anunciado o Natal do Deus Menino, um hino.

O presépio em glória, reza ao Filho Divino
A árvore alindada, ornam o amor instituído
Num armento em esplendor num só alarido
Há elevar do opróbrio ao halo o pequenino

E nesta lembrança onde se vence ao destino
O teto de palha, a estrela, os Reis, os pastores
Dobrarás os eleitos, em um respeito peregrino

Humilde, mãe, Maria, das Graças, das Dores
Traz o rebento de afeto, e um amor cristalino
Seu Filho, na manjedoura, todos os louvores!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TORMENTO
Divagando pela veneta
Da noite
Destrancando minha gaveta
Das aflições em açoite
Entre as estrelas e a lua
Na janela das saudades silentes
Em delação tão minha, tão sua
Vou trovando motivos urgentes
Nos lamentos com agrura crua
De um tempo que já se foi...
E neste silencioso agudo
Só a alma põe-se falante
E assim, então, eu a saúdo
Segando o tormento dissonante
Versando a solidão em suspiros rudo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/04/2013, 01’45”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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