O Ultimo Poema
Ser agraciada
com a sorte absoluta
de cortejar você
com Cerejas de Joinville
doces, saborosas
e com cor de Granada,
Quero que você saiba
que você é a minha
vontade que não passa,
e toda a poesia que não cala.
Fachada
Logo vai terminar o prazo
para o homem construir sua fachada.
Ele continua em andaimes.
Provisório.
Exibe máscaras cambiantes.
Sua face inconclusa,
sustentada por ferragens,
parece esconder que,
em todos esses anos de obra,
ergueram-se inúteis plataformas
para edificar um escombro.
Negrume
podem me dar tarja preta
tentem me tirar do breu
o carvão aqui sou eu
Cidade
ó blues de cruciais impossibilidades
dores de amores inexistentes
rosas amarelas mortas no apartamento
beijos e salivas nas tardes desérticas
ó visão depressiva do asfalto molhado
prédios encardidos & horda dos bárbaros
arquitetura de guerra de dias provisórios
espelho poluído da cidade da chuva
ó mundo artificial com sua natureza de néon
espetáculo de vitrines e exibições
nada de eterno palpita no seu coração
tudo já nasce velho para ser refeito amanhã.
Atravessar as coisas
Atravessar as coisas
para melhor absorver-lhes
a duração e o gosto.
Aprender a paciência
de um artesanato.
Sair do outro lado
com outra densidade:
o corpo mais sólido
diante da correnteza
desses dias.
Oração natural
Fique atento
ao ritmo,
aos movimentos
do peixe no anzol.
Fique atento
às falas
das pessoas
que só dizem
o necessário.
Fique atento
aos sulcos
de sal
de sua face.
Fique atento
aos frutos tardios
que pendem
da memória.
Fique atento
às raízes
que se traçam
em seu coração.
A atenção:
forma natural
de oração.
Quando olhei a minha
própria imagem
no lago cor de Jade,
Gostaria mesmo estar
olhando no fundo
dos seus lindos olhos
e entregar o meu
amor com profundidade,
Espero que comigo
um dia você se encontre
e sinta o mesmo de verdade,
Quero o seu embalo sem compromisso com a sanidade.
A memória mesmo
a mais dolorosa
faz parte da nossa
identidade nacional,
Para que crimes
e erros do passado
não mais sejam repetidos,
Se eu pudesse sairia
em busca dos corpos
dos heróis caídos.
Com a fibra do coração
sou voz de poeta na imensidão
que clama a reconstrução
pela memória histórica
dos nossos heróis caídos.
Ah! Se eu pudesse
pediria profundamente
perdão público com
devido cerimonial por tudo
aquilo que não tem perdão;
E como sou pequena
apenas posso pedir perdão
dedicado neste poema.
Com a fibra do coração
sou voz de poeta na imensidão
que clama a reunião
de líderes religiosos
para sempre orarem
por nossos heróis caídos.
Não é pedir demais
que alguém da nossa Pátria
se lembre que é preciso
construir um memorial
para que a História
do Massacre dos Porongos
se torne por todos conhecida
e nunca mais seja esquecida.
Amor mil vezes já me tem mostrado
o ser-me vida o mesmo fogo ardente,
como quem queima um dedo e facilmente
no mesmo fogo o torna a ver curado.
Meu mal, tristeza, dor, pena e cuidado,
o bem, a vida alegre, ser contente
naquela vista pura e excelente
pôs, por essa maneira, o tempo e fado.
Que veja mil mudanças num momento,
que cresça nelas todas sempre a dor
não sei, que os meus castelos são de vento!
O tempo, que vos mostra ser senhor,
por mais que contra mi se mostre isento,
há de tornar por tempo tudo amor.
Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança inda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
E se torna, não tornam as idades.
Razão é já, ó anos, que vos vades,
Porque estes tão ligeiros que passais,
Nem todos pera um gosto são iguais,
Nem sempre são conformes as vontades.
Aquilo a que já quis é tão mudado,
Que quase é outra cousa, porque os dias
Têm o primeiro gosto já danado.
Esperanças de novas alegrias
Não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
Que do contentamento são espias.
Casulo Efêmero
A alma, imortal e etérea,
Em casulo se abriga, exulta,
Como se na terra, efêmera,
Preparasse a sua volta.
Como o casulo que se forma,
A vida passa, se transforma,
Deixa marcas e ensinamentos,
Nos corações, em sentimentos.
E ao deixar a casca vazia,
A alma alça voo, serena e livre,
Deixando um legado para os seus,
Que ao longo da vida gerou e viveu.
Deixa para trás a morada,
E segue com a alma lavada,
Pois viveu plenamente, deixando marcas,
Nas almas tocadas, nas vidas abarcadas.
Borboleta que encanta, brilha,
É a alma que agora voa, trilha,
Transformada pelas asas do amor,
Em um ser de luz, com cheiro de flôr.
Assim, a morte não é fim,
É uma nova fase, um recomeço,
A alma livra-se do casulo enfim,
E segue sua jornada com apreço.
Que possamos entender a mortalidade,
Como uma oportunidade de crescimento,
Aprender, deixar saudade,
E viver cada momento com sentimento.
Que a borboleta de cada alma,
Deixe rastros profundos na história,
E que a morte, não seja só um trauma,
Mas uma passagem para a eternidade da glória.
Parecem até crisoberilos
as folhagens dos arbustos
do campo de altitude
sob o sopro da ventania,
Ter a certeza que és meu
na poesia e na vida
sempre me faz renascida.
Não dou ouvidos para tudo
aquilo que destrói
da pior maneira a vontade
de seguir adiante em nome
do quê realmente importa,
Ser existência que toca
inquietude doce que devota
arrebanha as multidões
habitantes do teu mundo.
Para que continuemos
altivos, firmes e de pé,
sigo firmando o pacto
profundo de resistência
porque quero que nossos
nomes sejam lembrados
na História por todos
aqueles que virão depois
de nós da melhor forma possível,
Por isso embalo tudo com amor
mais forte, inabalável e incrível.
O VELHO MENDIGO Mendiguei á vida inteira, sou velho que sou, eu nunca tive alguém que me amou verdadeiramente nessa vida, nunca tive e nem filhos tenho se não as barbas brancas.
Eu não sei cuidar mesmo da minha própria vida e se um dia eu tiver que partir que não seja o coração de ninguém porque eu não pertenço nem mesmo á vida inteira. Vivi, amei, vi um pouco de tudo e as vidas ceifadas em segundos é oque mais vi, só nunca vi o bem mas houve um dia em que eu julguei ter visto tudo.
As minhas barbas são grandes, brancas, sujas e fortes, tornaram-se assim naturalmente e eu gosto, eu gosto porque é o que pelo menos não faltou em mim.
Os meus olhos são cansados, como se eu quisesse dormir. As minhas unhas são fortes e são mais velhas que os meus desejos. Não falo do amor, porque não tenho além do meu próprio e a única coisa que me acompanhou em toda minha vida e sempre esteve comigo, foi a minha sombra.
Consideraram me luz só no primeiro dia em eu nasci, e hoje aos olhos de outrém sou um sismo. Coitado de mim que nunca fui revelado sobre o meu futuro com os olhos abertos que nunca viram o bem nem a perfeição.
Esverdeados montes do oriente, melhores refúgios para qualquer sobrevivente, onde clamam as vozes dos que rogam sem esperança, hoje campos da batalha, abençoados sãos vocês que nunca envelhecem, têm vida eterna e nunca morrem. EU NÃO SEI MUDAR DE POSTURA.
Poema de Rosário Bissueque
O VELHO MENDIGO
Que a poesia continue a ser um meio de libertação
O meu coração já foi
partido em milhões de pedaços,
E estes pedaços que foram confundidos com cacos,
Na verdade detinham as cores próximas das andaluzitas
que cobri a minha estrada,
Quando pensaram que
eu não era de nada,
foi aí que me vesti de poesia
e deixei muita gente envergonhada.
Olhar para o Céu
se tornou o meu
passatempo mais
aconchegante,
enquanto não
encontro o romance
sonhado para viver
o meu céu
de açúcar na Terra,
continuar sempre
tentando em companhia
de tudo aquilo que é feito
para seguir encantando
e o coração vibrando...
Da Espodumena
da nossa História
pedi para prosseguir
senhora com energia
necessária para
ser a sua inspiração
em todos os planos,
Porque seja na Terra
ou pelos desígnios do Céu
você está escrito
que é o meu destino
e meu melhor poema.
Balada da linda menina do Brasil
Existe um país encantado
No qual as horas são tão belas,
Que o tempo decorre calado
Sobre diamantes, sob estrelas.
Odes, cantares ou querelas
Se derramam pelo ar sutil
Em glória do perpétuo abril...
Pois ali a flor preferida
Para mim é Ana Margarida,
Linda menina do Brasil.
Doce, dourada e primorosa,
Infanta de lírico rei,
É uma princesa cor-de-rosa
Que amara a Katy Grenaway.
Buscará pela eterna lei
O pássaro azul de Tyltil,
Quando entre cantos de anafil
E harpa a aurora a viver convida,
A essa rara Ana Margarida,
Linda menina do Brasil.
Oferta
Princesa em flor, nada na vida,
Por mais gracioso ou senhoril,
Iguala esta joia querida:
A pequena Ana Margarida,
Linda menina do Brasil!
Existe um mágico Eldorado
(E Amor como seu rei lá está),
Onde há Tijuca e Corcovado
E onde gorjeia o sabiá.
O tesouro divino dá
Ali mil feitiços e mil
Sonhos: mas nada tão gentil
Como a luz de aurora incendida
Que brilha em Ana Margarida
– A flor mais linda do Brasil.
Amo, amas
Amar, amar, amar, amar sempre e com todo
o ser e com a terra e com o céu, de sobejo,
com o claro do sol e o escuro do lodo.
Amar por toda ciência e por todo desejo.
E quando nos seja dura e longa, e alta, a montanha da vida
e os caminhos à frente com abismos feitos,
amar a imensidão que arde no amor nutrida
e arder na fusão de nossos próprios peitos!
O fatal
Ditosa, a árvore, ser apenas sensitivo,
E mais a pedra dura, que essa já não sente,
Pois não há dor maior que a dor de ser vivo,
Nem há maior pesar que a vida consciente.
Ser, e não saber nada, e ser sem rumo certo,
E o temor de ter sido e um futuro terror...
E o espanto seguro de amanhã estar morto.
E sofrer pela vida e pela sombra e por
Aquilo que não conhecemos e apenas suspeitamos,
E a carne que tente em atrativos supremos
E a tumba que aguarda com seus fúnebres ramos,
E não saber aonde vamos,
Nem de onde viemos...
Ainda espero por dias
de Céu de Cianita Azul,
Para que eu possa ser
ainda mais poética,
mergulhar na mística
do meu Hemisfério Sul
e audaciosamente
entrar na sua mente
e ocupar o seu coração.
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