O meu Amor foi em Vao
Eu não preciso controlar a vida, meus hormônios, meu futuro, os outros, minha felicidade. Eu só preciso levar a vida, eu só preciso desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. Ver o quanto o resto todo já é perfeito e está lá, eu já conquistei, é meu.
Antes de dormir rezei, mas dessa vez não pedi o moço de cavalo branco... apenas agradeci por estar me sentindo tão inteira, feliz, em paz e, principalmente, por não precisar de ninguém ao meu lado para estar bem.
Agora que já vivi o meu caso, posso rememorá-lo com mais serenidade. Não tentarei fazer-me perdoar. Tentarei não acusar. Aconteceu simplesmente.
Com que pungência insuportável ele sempre sentia o coração! Só penso no meu futuro, na minha carreira. Não me disseste um dia que a fé é tudo? Pois tenho fé na minha carreira, preciso me livrar da ideia horrorosa de que a vida é simplesmente esta luta sem recompensa... este... esta miséria... este ramerrão sem graça. Sinto que posso realizar alguma coisa.
Meu receio era de que, por impaciência com a lentidão que tenho em me compreender, eu estivesse apressando antes da hora um sentido. (...)
Cada vez mais acho tudo uma questão de paciência, de amor criando paciência, de paciência criando amor. (...)
Esta paciência eu tive: a de suportar, sem nem ao menos o consolo de uma promessa de realização, o grande incômodo da desordem.
Mas também é verdade que a ordem constrange.
O meu problema é não conseguir ficar brava por muito tempo. Eu sempre acabo perdoando as pessoas que, na maioria das vezes, não merecem ser perdoadas.
Quando meu celular tocar e eu vir que é você, eu vou deixar tocando… afinal, o toque é a minha música preferida!
Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: Meu coração está espantado.
Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa...
Se eu não gosto de você é bem provável que você tenha medo do meu olhar. E eu posso simplesmente não gostar de você de graça. Se eu gostar de você aviso de antemão que você é uma pessoa de sorte. Eu me entrego. Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.
Falar com você de novo, faz meu coração perceber que eu não superei o que eu achava que tinha superado.
Por que é que me gela
Meu próprio pensar
Em sonhar amar?...
Sou desastrada, não tenho o corpo perfeito, gosto rápido das pessoas, meu cabelo é bagunçado, mas tento ser forte.
Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro dever está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres.
No meu trabalho, como escritor, eu só fotografo, em palavras, o que vejo. […] Meus dias, meus anos, minha vida viu altos e baixos, luzes e trevas. Se eu escrevesse só e continuamente da “luz” e nunca mencionasse o outro, então como artista eu seria um mentiroso.
Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava.
Nota: Trecho do conto Restos do Carnaval.
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