O Homem mais Apaixonado do Mundo
Outro dia eu vi o desenho
de um lugar feliz
Em que todos tinham muito tempo
Onde todo mundo tinha voz... e vez para falar
E eram muitas as vozes
Vozes a cantar ao vento
Era tanta a luminosidade
Que a própria luz do Sol
Parecia ser somente um lume
Uma falsa e velha flor
Já desbotada e sem perfume
Durante o reinado da ilusão
Realidade é fração de momento
Um cume de montanha pra poder morar
Com nascente de águas cristalinas
Pra guardar em cântaros de porcelana
Cada palmo e cada prumo
Cada alma sedenta em seu rumo
Mas esse lugar
Era apenas um colar de sonhos
Pois pétalas bonitas e serenas
Podem até desabrochar ao Sol
Mas as flores em botão
Essas brotam noutros tempos
Mais difíceis e cinzentos
Pois o tempo é o mais sincero dos amores
E ele veio...um dia ele veio
Dentre toda relação que cresce
O tempo estabelece
A relação entre a causa e efeito
E veio o tempo de chorar
Pois sempre existe
O tempo de chorar sorrindo
E de sorrir chorando
O tempo de plantar
E o de colher
De sorte
Que as menores sementes
Dão árvores de grande porte
Cada coisa em seu lugar
E o lugar para ilusão é uma ilusão também
Outro dia eu vi o desenho
De um lugar chamado vida
e eu estava lá e via
Mas não vi as coisas do mesmo jeito
Não no lugar de onde eu venho
Pode ser também que toda aquela gente
Tenha olhos que eu não tenho.
Edson Ricardo Paiva.
Não é o que eu digo sobre mim
Que importa
Porque todo mundo, em algum momento
Sempre vai mentir a respeito de si mesmo
Não é a quantidade de obrigações que eu cumpri
Que vai revelar o meu caráter
Mas a quantidade de coisas boas
Que se faz por querer fazer
Sem se importar se tem alguém olhando
Também não são as coisas que eu escrevo
Não preciso dizer nada sobre a minha vida
Talvez o mais importante
Não seja a gente desejar bom dia
Nem lembrar do aniversário
Tudo isso vai no tempo
E se a gente observar o reflexo da Lua no mar
Percebe que quando a Lua se vai
Não fica nenhuma marca lá, da Lua refletida
E o reflexo do céu, vai ficar logo em seguida
Mas mesmo que estando invisível
Ela ainda influencia nas marés
O importante não é a gente ter a presença marcante
As marcas que deixamos
Não precisam ser vistas e alardeadas
Se é que marcas deixarmos
Essas, tem que ser sentidas
A saudade que deixamos é que faz saber
Da importância que quem tem saudade da gente
Tem também nas nossas vidas
Mesmo quando a gente vai se ver mais tarde
Dizer ao mundo que eu sou uma pessoa boa
Não faz de mim uma pessoa boa
Querer ser, não é ser
É preciso ser.
Edson Ricardo Paiva.
"No mundo existem dois tipos de pessoas; aquelas que mostram o seu valor, quando tem oportunidade e aquelas que demonstram a sua falta de valor o tempo todo"
Edson Ricardo Paiva
Quando estivermos
Num mundo perfeito
Compreenderemos, enfim
Por que foi que, no último segundo
Deus achou por bem não dar-nos asas
Saberemos, que pontos de vista não mudam
Mas que o tempo nos arrasta a lugares distantes
Pra sabermos que os olhos iludem
E, mesmo que as coisas não mudem
As veremos de maneira diferente
Sem jamais esquecer-nos
Do jeito que foram antes
Lá, no cume dessa perfeição
A luz intermitente
De um singelo vaga-lume
Há de alumiar-nos tanto
Que os mais obscuros
Recônditos de nossas mentes
Confundir-se-ão
Não com a claridade
Mas com aquele vasto chão
Que sempre esteve tão perto
Sem que, de fato, nenhum de nós
Jamais sequer ousasse ter pisado nele.
Edson Ricardo Paiva.
No dia em que eu houver
De deixar ao mundo algo de mim
Pretendo deixar meu pior.
Desatar meus liames
Esquecer-me
De tantas mágoas e tristezas
E tudo que houver de nefasto
E tudo que houve de nefando
O melhor do lado ruim da vida
A tudo eu hei de abandonar aqui
Quando, enfim, eu tiver que partir
Pois é pra isso que serve a vida
Ela existe, pra que a gente viva aqui
A toda essa carga negativa
Que encaramos, que enfrentamos
Enquanto gente viva
Convivendo com gente assim
A carga é bastante pesada
Pra no fim, não levar-se nada
Eu rogo ao infinito que leve
O que houver de leve em mim
Pois o mundo empenhou-se tanto
Em tirar-me tudo
Eu deixo ao mundo meu pranto
Que é tudo que eu tinha
O que havia de bom
Não foi de interesse
No mais, minha alma é bem leve
E de nada ela serve pro mundo.
Edson Ricardo Paiva.
Um sonho em preto e branco
É sempre um sonho
Pois ninguém que há neste mundo
Nunca sonha por vontade própria
O vagabundo que sonhou ser luz
Iluminou todo o universo
Em sua vasta imensidão
Pra descobrir que só ser luz não basta
E concluiu
Que, por veloz que seja a luz
O seu destino é sempre o escuro
E que o vento que arreia a floresta se vai
Sobrando sempre um ipê que cai
Aquele vento que passou
Não há de voltar jamais
Mas ninguém vê
Não perde tempo a pensar
E nem pensa
Que quem derrubou o ipê não foi o vento
Foi o tempo, que o fez crescer
As árvores que não caíram
Se vergaram por sabedoria
E jamais em reverência
Um sonho em preto e branco
É como um sonho colorido
Pois todo aquele que não tem ouvidos
Desconhece o som de um ruído
E pra ele é boa a vida e o mundo é bom
E cego e surdo como a luz
Veloz me sento à sombra de um ipê
Entrego ao chão o sal de uma última
lástima
Pra que deixasse ficar
No vácuo que há em volta de mim
Um espetáculo de luz e de som
E concluí que a vida foi um sonho muito bom
Pois meu mundo sempre foi desse jeito
Eu aprendi a ser feliz assim.
Edson Ricardo Paiva.
Todo amor do mundo é liberdade
Liberdade de ir, mas ficar
Quando o amor escolhe a gente
Todo o amor do mundo é luz
Mas é luz que não se apressa
Essa, corre vagarosamente
Essa é luz que respeita a velocidade da semente
É presença que alimenta a alma
Amizade que já nasce pronta, lugar ocupado
Que só de em pensá-lo vazio,
A alma de frio, amedronta
E que estando presente essa ausência
O coração silencia, o espinho da flor ainda dói
Mas a gente já nem chora mais
Dor de espinho não dói mais igual doía
Todo amor do mundo é como uma flor
Que não se há de colher simplesmente
O olhar da gente escolhe somente uma flor no quintal
Mas o amor é diferente
Quando é o olho do amor que escolhe a gente.
Edson Ricardo Paiva.
"É fácil saber o fácil
É tudo que nem todo mundo
É capaz de fazer
Outro igual, nem parecido"
Edson Ricardo Paiva
"Uma coisa é o jeito que vemos o mundo
Outra coisa é o jeito que o mundo nos vê
Mas o que conta é o jeito que as coisas são.
Nestes tempos de imagens instantâneas
Descobri que imagens verdadeiras são eternas, invisíveis e não podem ser obtidas num instante"
Edson Ricardo Paiva.
Às vezes rosa
Às vezes chumbo
Às vezes mar
Às vezes mundo
Todo dia vida
Às vezes prosa
Às vezes verso
Às vezes má
Outras o inverso
Sempre vida
Às vezes isso
Às vezes disso
Às vezes esse
Às vezes desse
Eis a vida
Às vezes queima
Às vezes arde
Às vezes longe
Às vezes tarde
Sempre, todo dia
Vida mesmo
Só de vez em quando
Edson Ricardo Paiva.
A vida só faz sentido
Se a gente puder vivê-la
Dizer o que há de bom e bonito
Gritar pro mundo sem medo
Quando, na verdade
Felicidade é ter
Um ouvido...e um lindo segredo
O tempo perdido e passado
Arrepender-se de todo e qualquer pecado
Até mesmo dos que nem sonhou
Só falar pro espaço, estrelas, nuvem
A noite posta no céu, janela aberta
O véu que se abre, mas você não olha.
A vela acesa, que tem hora certa pra apagar
Falar pra quem nem as ouça
Os pés no caminho, essa vida descalça
Tá tudo bem, não tem problema
Eu faço mais um poema
Vou novamente me recolher
Ao silêncio dos meus pensamentos
E tem sido assim desde o princípio
Pra depois sentir arrepios
Porque não há nada a ocultar
Além da ausência
de uma tão sonhada paz
Que, às vezes é tanta, que faz ruido
E me abraça com seus braços frios
Sonhar, quisera tivesse um sonho
Divagar, sumir, recolher as folhas
Coração só sabe bater
e é isso que ele bem faz.
Edson Ricardo Paiva.
Este mundo anda sem tempo
Anda sem vida, anda sem alma
Este mundo anda sem voz
Anda sem antes, sem vez, sem após
Este mundo anda sem ama, anda sem gosta
De olhos e olhares vazios
Esperando pelas respostas que virão no vento
O tempo passa e venta e só faz frio
Este mundo anda bem triste
E por demais distante
Ao arrepio de tudo que a luz garante
Porque o tempo não responde
A quem não sabe nem ao menos a pergunta
O conceito de perto ou longe
Não junta o efeito à causa
Quando abrange para aquém do que se pode
Por ora, não se pensa em saber
Este mundo anda bem rude
Anda sem tempo e atenção
Nem mesmo para uma pausa, atitude ou reflexão
Enquanto isso o mundo passa
Este mundo anda sem graça
Sem poesia, sem melodia, sem quadra
Comprometido
Com qualquer ausência de compromisso
A beleza que não se vê, não vale
Aquele viço que se vai no dia a dia
Esse valia
É cão que ladra
É chão sem chão
O formato sem conteúdo
Eis o tudo que interessa
É pura espera por nada
Métrica quadrada
É tarde : breve e esquálida
Esférica ilusão
Colher o que não plantou...bem depressa
As respostas soprando no vento
Numa tarde linda, cujo vento ainda nem soprou
Nos momentos de silêncio
Em que as estrelas da noite conversavam
Num tempo em que se sabia
A maneira mais ou menos certa
De tentar fazer perguntas
Mas o mundo anda sem jeito pra formulá-las
Se esvazia, falando ao meu redor
Pior
Que tem falado de amor
Mas é que tem gritado tanto
E cada um, tão ocupado
Sentado num canto, pensando em pensar ou não
Este mundo anda sem chão
Mas voa através do universo
Um som que só faz sentido
Se ouvido no vácuo
Sem harmonia ou melodia
Um desenho sem vida
Num constante movimento de partida
Fraco de luz
Sem verdades, sem lume
Não chega em lugar nenhum
Anda perdido
Sob as dobras do tempo
No cume da ignorância
Que o traz e o carrega
Este mundo anda bem assim
Mas, enfim, isso não tem mais importância
Nem faz a mínima diferença
Quem não tem tempo pra pensar
Não pensa.
Edson Ricardo Paiva.
Sorrir
De vez em quando
Permitir que o mundo veja
Mas, que seja perene
O que fica no ar
Chorar
e, às vezes permitir a crença
Mas é certo que fica
Entre mim e o criador
O que me vai no coração
E que seja a vida poesia
Que poderá ser lida hoje
Como um mero poema sem rima
Que vinha e que não veio
E deixou oculta a linha
Porque foi preciso
Um pranto ou sorriso
Detrás da armadura
Uma mistura
De malícia com doçura
Porque assim o mundo exige
A beleza da poesia
Pode ser que outro dia
A quem mereça
A luz que vem de longe
Há muito se apagou
A estrela finge.
Edson Ricardo Paiva.
Tem um mundo
Lá no coração da gente
Um mundo sempre igual
Só que diferente
Porque lá também tem céu
Só que nunca é o céu presente
É sempre outro, o tempo
E tudo é melhor, eternamente
Mas só dá pra olhar pra ele
Quando o olhar da gente
Como num barco distante
Olha o mar
Quando uma fogueira acesa
Lá no alto da maior montanha
Uma pipa no céu
Que se torna avião
Contorna o mundo
e volta pra um dia qualquer
Nesse dia é de tarde
E a gente se vê
Lá no galho de uma árvore
Porque lá tem quintal também
Só que sempre é diferente, é melhor
Mesmo assim, distante o chão
Ainda que eu voasse
E, lá nesse céu tivesse
O rosto de tanta gente
Que passou pelas nossas vidas
Gente que nos esquece
Porque sempre haveremos de ser esquecidos
Nesse mundo o esquecimento é diferente
E tudo sempre volta
Em formato de brumas
Como um barco na noite
Que passa lá, distante
E você numa montanha
A montanha no quintal
O quintal lá no galho
O galho no céu
Que se torna avião
Que contorna o mundo
E traz você sempre de volta
E quando volta você deixa lá teu rosto
Pra que sempre sejamos lembrados
Em formato de bruma sem nome
Somos todos crianças brincando no mesmo quintal
Se pudéssemos sair pra brincar
Com certeza a gente iria pra lá
Sempre...ou de vez em quando.
Edson Ricardo Paiva.
Porém, vence a luta.
Alma nua minha
Vaga
Um mundo em brumas
Vai, navega a valsa
Entrega à luz o olhar avesso
Esquece a dor assim
Assim, a dor esqueço
Se é que alguma dor
Minh'alma tinha
Alma descalça
Baila a solidão do teu destino
Entrega a mesma indiferença
Mas traz de volta sempre
Eternamente a esperança
Contenha-se
Guarda a lição aprendida
Como disso dependessem nossas vidas
Muros altos, nuvens, nevoeiro...escuro
Não se sabe quando
Um dia, um olhar derradeiro
e depois o silêncio, sempre há de surgir
Tira disso o que te houver de puro
Que te parecer
Alma minha
Cada estrada é diferente
Mas todas terminam
Guarda-te em si mesma
Porém, vence a luta
O ar sempre resiste ao pássaro pequeno e triste
Que atravessa o céu em plêno pico do sol
Eu fico aqui do teu lado
Alma solitária
A resistência é que garante o voo
Assim como a tudo que demais existe
Aparentando indiferente e livre
Entregue à luz, de olhar avesso
Porque toda liberdade exige um preço
Assim permaneço ao teu lado
Assim como sempre eu estive.
Edson Ricardo Paiva.
Se você usar a Bíblia como se fosse seus óculos para enxergar o mundo ao seu redor, a vida nunca será taoruim ou difícil o suficiente para te paralisar
Ele quis brincar com a vida
Ele quis jogar com o tempo
E, tentando enganar o mundo
Lançou seus dados redondos
Sem sorte, que tarde trágica
contou com as cartas
e mágica
Deparou-se, de repente
Com a morte
Frente a frente
Mas o que a morte não sabia
Era que o tolo não sentia
Nenhum medo ao contemplar
Sua imagem, tão sombria
Na tarde daquele dia
Confundia uma inútil coragem
com vaga sabedoria
Ele quis brincar com a morte
Ele quis jogar com a sorte
Quis impressionar o Mundo
E chutou sua bola quadrada
Tolo esporte, que tarde trágica!
O destino, sem espírito esportivo
Não perdeu a chance
Já que alguém lhe deu motivo
Tirando do bolso a ampulheta
constatou que seu tempo cessara
E a tarde, no campo da vida
Recolheu-lhe
A alma atrevida
olho pela janela
não vejo o Mundo
vejo parte dele
às vezes eu acho
que simplesmente
nesta parte
eu não me encaixo
haverá outros lugares
outros Mundos
outras épocas
outras vidas
onde minha presença
e pensamentos
normalmente insatisfeitos
seriam normais
e bem vindos?
Será que a vida
é mesmo vida?
o Mundo é concreto?
o tempo, este eu sei
não é continuo
e muito menos reto
será que os olhos
são mesmo as janelas da alma?
ou será que o Mundo
espia-me a alma
através dos meus olhos?
Do quase nada
que aos olhos do mundo
se pode resumir
desta existência
eu hoje falo da saudade
que haverei de sentir
daquilo que resumo
como humilde humanidade
por ter vindo a este mundo
e uma vez aqui estando
não saber pra onde ir
esgotadas
todas as possibilidades
eu fiquei por aqui
respirando
pensando
aguardando
chorando de vez em quando
disse quase tudo
que queria
muita coisa
deixei pra depois
mas o "depois"
ainda não é hoje
e talvez não seja
nenhum dia
mesmo assim
não sei dizer
se foi por comodismo
ou esperança
de poder viver
aquele dia
que nunca chegou
de aguardar você dizer
aquilo que nunca falou
mas hoje eu sei
e percebo que sinto
a falta de lugares
de animais de estimação
da minha mãe dizendo "não"
de olhares que eu nunca entendi
o quê que queriam dizer
mas a saudade que eu sei
que mais haverá de doer
é aquela que eu sei que
vou continuar sentindo
de você.
Hoje eu acordei sem saber ao certo
Se eu pertenço mesmo a este mundo
Ou fazia parte de um sonho
do qual fugi, do qual eu desertei
Recordando a mim mesmo,
nos últimos anos
ficou ainda mais difícil saber
Se estava certo
se aquela sensação
era somente um triste engano
Abro a caixa do correio
Nenhuma mensagem
Saio à rua e me sinto
Como se eu fosse apenas
Um despercebido pedaço da paisagem
Em casa, há tempos sou um móvel
Um quadro na parede
Patética imagem imóvel
Minhas mensagens poéticas
Carecem de estética, de forma, justeza
Minha vida, há muito tempo
vou vivendo sem certeza
Mesmo os sonhos mais sem lógica
Como mágica me fazem sentir
Como se eu fizesse parte
daquele mundo distante aonde vou
sempre que a inconsciencia vem buscar
e parece me dizer
Não acorde, filho
fique aqui com a gente
pois aqui é teu lugar
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