O Amor Esquece de Comecar Fabricio Carpinejar
Não tenho o direito de dizer ou fazer qualquer coisa que diminua um homem aos seus próprios olhos. O que importa não é o que penso dele, mas o que ele pensa de si mesmo. Ferir um homem em sua dignidade é um crime.
Nenhum incidente isolado pode despertar dentro de nós um estranho totalmente desconhecido. Viver é nascer lentamente.
Ainda Não é o Fim
Escondo o medo e avanço. Devagar.
Ainda não é o fim. É bom andar,
mesmo de pernas bambas. Entre os álamos,
no vento anoitecido, ouço de novo
(com os mesmos ouvidos que escutaram
“Mata aqui mesmo?”) um riso de menina.
Estou quase canção, não vou morrer
agora, de mim mesmo, mal livrado
de recente e total morte de fogo.
A vida me reclama: a moça nua
me chama da janela, e nunca mais
e lembrarei sequer dos olhos dela.
Posso seguir andando como um homem
entre rosas e pombos e cabelos
que em prazo certo me devolverão
ao sonho que me queima o coração.
Muito perdi, mas amo o que sobrou.
Alguma dor, pungindo cristalina,
alguma estrela, um rosto de campina.
Com o que sobrou, avanço, devagar.
Se avançar é saber, lâmina ardendo
na flor do cerebelo, porque foi
que a alegria, a alegria começando
a se abrir, de repente teve fim.
Mas que avançar no chão ferido seja
também saber o que fazer de mim.
E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo.
Amar é compartilhar um pouco de si mesmo com outra pessoa, e viver um pouco dela, como se fosse ela mesma...
Eu não quero ser mais alguém em um mundo hipócrita. Eu só quero sobreviver aos medos e fazer com que as minhas palavras soem mais alto do que a falta de coerência dos tolos.
A amizade é a fonte dos maiores prazeres e, sem amigos, até as buscas mais emocionantes se tornam tediosas.
Amizade...
Quando um amigo se afasta de você
por algum motivo,
Dê um certo tempo a ele, a vida vai mostrar
o caminho que vai trazê-lo de volta
Não cobre, apenas aguarde.
O amor consiste em liberdade.
Amizade, quando verdadeira,
dura pra sempre!
A maturidade também se expressa no que pedimos.
Outro exemplo simples. Uma pessoa fumou a vida inteira,
nunca se esmerou por lutar para deixar o vício, e, num determinado
momento, descobre que tem câncer. Então se
coloca a pedir a Deus um milagre.
É justo?Adoença não nasceu das escolhasque fez?Será
que Deus tem como mudar os destinos de nossas sementes?
Ele não estaria desrespeitando a nossa liberdade? Tenho o
direito de querer colher o que na verdade não plantei?
Acho pouco provável. Há um jeito mais interessante
de pedir a Deus um milagre: mudar de atitude, antes que
nasçam as doenças.
O milagre é realizado a quatro mãos. Mãos de Deus e
mãos humanas. Aquilo do qual cuido hoje, mediante a experiência
de minha disciplina, é o milagre que Deus já me
reservou. O que deixo de fazer, ou o que negligencio agora,
poderá comprometer o bem a que Deus já me destinou.
O Haver
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.
Quero cuidar de você da melhor forma possível, poder encostar sua cabeça no meu colo e fazer cafuné no seu cabelo, mostrar tudo que eu tenho e que eu posso lhe oferecer, quero poder te dar um beijo quando você diz que está com frio, te dar todo meu eu quando você precisar de alguém ao seu lado. Desejo sair contigo, dar as mãos na praia e dizer: vamos correr? E assim correr... Você deita na areia e
eu deito ao seu lado e observamos as nuvens, como são belas e passageiras.
Nuvens passageiras como os sonhos que tenho contigo, nos quais não quero me apegar, quero sua realidade, teu toque, seus beijos, seus abraços, mas quero tanto poder ouvir tua voz suave dizer ao meu ouvido bem devagar que é ao meu lado que você quer passar o resto dia. Porque você não diz ''fica'', quando estou me despedindo? Deixe-me olhar seu rosto molhado com a água do mar, teus cabelos secando ao sentir o vento e teus olhos brilharem ao ver que estou indo ao seu encontro.
Saiba que eu quando você canta aquela música eu a ouço em várias vezes quando você não está presente, pois é uma parte de você que vai ficar nela. Eu recordo cada detalhe do teu corpo, cada sinal... Quero poder ouvir você dizendo pra eu te tocar, pra eu te beijar e te sentir. Vem que desejo sentir seu corpo molhado junto ao meu, quero sentir o seu perfume e o perfume de teu corpo e guardar pra mim em recordações cada momento, para poder suprir com memórias os pequenos momentos em que você não estará presente. Com você o pecado parece mais simples, mais atraente; vejo todo esse mundo em seu olhar de espelho que é tão profundo que me enxergo através dele.
Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou.
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