Raquel de Menezes
No planeta Terra chamamos de Amor. No planeta Cego e Ridiculo, o que vivo agora, chamamos de Banalizado.
Abandonar uma verdadeira amizade por popularidade é como abrir uma cesta de lixo, jogar parte de sua vida lá dentro e por fim dizer: “Eu aprovo essa tolice.”
Crio tantas expectativas, me empolgo, me animo, digo que vou mudar, fazer e acontecer e no final, nada!
Eu cansei de todos e tudo. Não aguento mais essa expectativa que as pessoas tem em cima de mim para eu ser perfeita. Cansei de todas as manhãs pensar: “Hoje será um dia como qualquer outro”, aquela mesma rotina e coisas monótonas. Minha paciência lotou sobre pessoas infantis e imaturas. Cansei de fingir estar bem e sorrir quando quero chorar. Não recebo telefonemas, nem muitas pessoas que conversam se direcionando à mim, nem atenção e não quero mais correr atrás de quem não corre atrás de mim. Cansei de a internet ser o meu refúgio. De as pessoas reclamarem por não serem ricos e motivos tão pouco interessantes. Não aguento mais as pessoas, nem olhares, nem ouvir mais nada. Cansei de verdades, de mentiras e de tudo ao meu redor. Não sei o que fazer comigo mesma e me canso de verdade por isso. E, acima de tudo, cansei de estar tão emocionalmente cansada.
Você sabe meu sorriso, não se ele é sincero. Você sabe minha voz, não o que já tive de dizer. Você sabe os acessórios que carrego em minha orelha, não as palavras que já tive de carregar. Você sabe minhas lágrimas, não o motivo pelo qual elas caem. Você sabe eu por fora, não o que está preso aqui dentro. Você pensa que sabe, mas não sabe nada. Portanto, não me julgue.
Vou dormir pensando que meu dia foi igual ontem, igual anteontem, igual o dia da semana passada, da semana retrasada, do mês passado. Então penso que amanhã será um novo dia, mas quando vou dormir no dia seguinte, foi a mesma coisa que todos os outros.
Quando eu era criança, era tão ingênua que acreditava naquela história: “Eles viveram felizes para sempre." Mas então eu cresci.
Se tiver objetivos, corra atrás: a vida não é um conto de fadas onde aparece uma fada em sua porta, um garoto em sua janela ou animais da floresta em sua casa e fazem-os por você. Nós estamos aqui, no mundo real, e quer saber? Ele não é nada fácil, mas não impossível.
Se você come um chocolate, é obeso. Se você não come um chocolate, é magrelo. Se você fica se olhando no espelho, é metido. Se você não se olha no espelho, é complexado. Se você segue a moda, é sem personalidade. Se você não segue a moda, é cafona. Se você tem amigos, é idiota. Se você não tem amigos, é fracassado. Se você ri, é bobo alegre. Se você chora, é dramalhão. Se não faz nem um dos dois, é sem graça. Se você é alto, é uma girafa medíocre. Se você é baixo, é uma tampinha medíocre. Não importa: a sociedade sempre irá arranjar algum motivo, nem que seja o detalhe menos visível, para te julgar, mas o que ela não vê, é que, nesse modo julgatório e preconceituoso, é ela, a própria sociedade, a toda ridícula.
Não importa quantos bilhões de mágoas se esconda atrás de um longo sorriso. Um olhar, nem que seja curto, não mente.
Já perdi a conta de quantas vezes olhei para cima, suspirei, tentei me acalmar em palavras dizendo que tudo daria certo, e, não deu.
Antes eu era perfeita para mim, agora eu sou uma pessoa cheia de auto-criticas, julgamentos, dilemas, indecisões e carência.
