Nunca Vou te Esquecer Filha
A verdadeira cultura é o exercício do pensamento livre que se repete, educa e engrandece, nunca é o pensamento cativo que por vaidade extingue, deforma e subtrai.
Não pude conter as lágrimas no meu rosto quando vi você partir da minha vida para nunca mais voltar.
Dominique
Saiba que nunca seremos
Tão felizes quanto fomos,
Nestes cinco minutos antes do agora
E nos cinco minutos posteriores a este.
De onde vem a proibição
Que nos é imposta ?
As regras para apreciar algo ?
O instinto há de se revelar.
Por que isso é aprovado
E aquilo jamais será ?
Existe um limite determinado
Para declararmos nossos amores ?
Justifique-me o fato, de sermos
Impedidos de amar deliberadamente.
Dominique, nós nunca seremos
Mais felizes do que nós fomos,
Nestes últimos cinco minutos
E nos cinco minutos seguintes.
Preciso amar de maneira vasta,
Esta é minha necessidade vital,
Minha improbidade emotiva.
Nós nunca seremos
Mais felizes do que nós somos,
Nestes últimos cinco minutos
E nos cinco minutos seguintes.
Subatômicos
Nunca tive nada na vida,
Só tive a poesia.
Eu tinha ela, ela me tinha,
Jamais me decepcionou.
Como um brilho no telescópio,
Olhar pra pia limpa e ver o bule cheio,
Após o buraco de minhoca,
Na nebulosa bumerangue.
Minha Canis Majoris,
Sou Eta Carinae.
Neste berçário de estrelas,
Só tive a Poesia.
Corpúsculos diminutos,
Nano-elixir-microscópico.
Subatômicos.
Eu tinha ela, ela me tinha.
Tornando-se pura e simples constatação;
Não estamos sós, nunca estivemos.
A cada passo, fabulosos espaços revelados.
De fato, somos a besta no labirinto,
Ou será que o labirinto ao nosso redor,
Foi quem bestializou tudo de sublime em nós,
Ou, ainda que a criatura resguarde,
Uma fração de tua natureza inviolável,
Esta se encontra barbaramente domesticada.
Assim inflamo-me contra
As comprovações e incongruências.
Após as infinitas milhas alcançadas,
A única distância que realmente importa,
É aquela que percorremos em nosso interior.
Só me inspiro faminto,
Num estado contínuo de náusea,
Então, de tudo me nutro,
Et la belle poésie,
É o agradável processo de regurgitação.
E confesso-te aqui,
Noite passada exorcizei a sangue frio,
Nossos piores medos.
Inicie comprometendo,
Prossiga acentuado,
Termine infinito,
Para variar.
Nunca fomos bons em ortografia,
Mas dissertamos à vontade sem hesitar.
Nunca dominamos idiomas e línguas,
Fluentes na arte de como questionar.
A sorte foi cruel, na ciência da vida,
O mérito adveio dos jogos de azar.
Imponente e rijo, invertebrado, maleável,
Limpo ou sujo, pomposo, eretificado;
Nunca digerindo refeições,
Insatisfeito consigo,
Sempre cuspindo em ninguém.
O simplório não nos pertence.
Não me nutri de meias tigelas,
Não somos proferidores de meias palavras;
Me coloco em pleno corpo;
Nosso corpóreo verso, sorve; composto,
Pretenso, denso e condensado.
Osteoblastos e Osteoclastos,
Laborando por entre as Lacunas de Howship.
Não me oponho ao que sou,
Quando escrevo me imponho,
Sou o que há de pior em mim,
Somos o que há de vil em nós.
Reconhecendo que não há condição outra,
A não ser o excesso e a exceção de sermos melhores.
À parte disso tudo,
Talvez tenha chegado, de fato, o momento,
Para se importar.
Lamentavelmente,
Não sei contar histórias,
Nunca aprendi.
A narrativa que me perdoe,
Mas foi na rima que me perdi.
Mas nunca, jamais, intolerável.
Sentimento fino e agradável,
Nele o respeito deve ser respeitável,
Em sua existência, honrado e louvável,
Resiste aos trejeitos, a avenida do amor é transitável,
Sempre plausível, nunca vaiável,
Terrível é aquele irrecuperável.
Quando em público é observável,
Nunca outro alguém ousou o contestar,
Deixou a selva rude, nomeada de urbana,
Aquilo nunca mais seria o seu lar,
E não se contentou, nem com uma cabana.
Tratado Silencioso acerca de todo Ruído
Convencidos de que o melhor
Nunca foi tão bom,
Mesmo no auge os descuidos,
Firmaram honesta empatia.
Rompemos a crosta rupestre,
Langorosos e mortificados,
Afogados na vã companhia,
Milênios nesta quarentena.
Se abandonarmos nossa integridade,
Para alcançar algum objetivo,
Objetivo algum terá valido a pena.
Vivemos sugando os acervos,
Direções que confundem os nervos,
Afogados na estiagem sedenta.
Sufocante intuição perdigueira,
Lúcidos nos damos conta,
Os melhores momentos vividos,
Projetaram-se em meio à tormenta.
Vivemos de um jeito ou de outro,
Aceitando ser subtraídos,
Novos terços na velha novena.
Quadrilheiros, vagados, perdidos,
Libertinos, guerreiros lascivos,
Por milênios nesta quarentena.
Somos puritanos vencidos,
Infames, reles bandidos,
Monarcas do amor e do mundo,
Românticos desconhecidos.
Convencidos de que o melhor
Nunca foi tão bom,
Mesmo no auge os descuidos,
Firmaram honesta empatia.
Eméritos, gurus, molestadores,
A doutrina nunca foi a solução,
Catedráticos, doutores, acadêmicos,
Instruídos com nenhuma educação.
Menina nunca foi presenteada,
Com rosas perfumadas nesta vida,
Em torno do cortejo o que se via,
Gardênias, tulipas e margaridas.
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