Nunca Magoe uma Mulher

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Por uma educação poética
Em seu poema "Belo Belo", publicado na obra Lira dos cinqüent'anos, o poeta Manuel Bandeira dispara: "Não quero amar,/Não quero ser amado./Não quero combater,/Não quero ser soldado/. - Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples/. Por meio do discurso dessa autoridade incontestável da seara das letras, impregnado de uma sabedoria que a maioria de nós busca alcançar, nos sentimos propensos a refletir sobre a grandeza existente nas coisas singelas e a forma como elas conduzem nossos corações e mentes para o caminho do que é realmente importante à existência humana. Possibilitar essa visão apurada da vida é contribuir para o entendimento de que a felicidade é composta pelas ações e sensações presentes nas coisas mais corriqueiras. Esse aprendizado deve ser, ou pelo menos deveria, um dos objetivos primeiros da educação. Nas disciplinas do currículo regular, na abordagem dos temas transversais, nas numerosas atividades que devem configurar o ano letivo das escolas - semanas culturais, gincanas, passeios, comemorações cívicas -, é necessário que os educadores propiciem aos seus aprendizes a consciência do que é o bem, o bom e o belo. Até porque essa tríade, capaz de dotar o espírito e a mente humana do viço e da energia essenciais à edificação de ideais nobres, cria um círculo virtuoso fundamental à convivência social pacífica, ao desenvolvimento do caráter ético e ao fortalecimento de valores como: honestidade, lealdade, respeito, civilidade, fraternidade, solidariedade e senso de justiça. Essas e tantas outras percepções e virtudes provêm do aprendizado adquirido na família e também das influências recebidas pelo meio. É aí que entra o papel da escola e o trabalho sensível dos educadores. Mestres são também maestros. Regentes cuja missão é ensinar aos músicos/aprendizes a ler as partituras da vida equilibrando razão e emoção, competência técnica e amor. Para isso, há que se despertar os educandos para o singelo, para a verdade e para a beleza essencial de todas as coisas. Em seus versos irretocáveis, Manuel Bandeira sintetiza parte dos conceitos filosóficos descritos por Platão a respeito do belo, tanto em seu texto Fedro, quanto em República. No primeiro, o filósofo nos diz: " (...) na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais". Já em sua República, Platão compara o bem ao Sol, que dá aos objetos não apenas a possibilidade de serem vistos, como também a de serem gerados, de crescerem e de nutrir-se. O pensamento filosófico e a poesia não oferecem mapas ou guias para a felicidade. Muito melhor do que isso, apontam caminhos para que possamos ter o prazer de encontrá-la pelos nossos próprios esforços. Assim deve ocorrer também com a educação, cujo compromisso maior precisa ser o de proporcionar escolhas, opções de rota, além de fornecer aos seres em formação os instrumentos básicos para as suas jornadas pessoais. Mestres e aprendizes têm de compartilhar a fascinante aventura da troca e da descoberta, de modo que, juntos, ampliem a capacidade de olhar as paisagens da vida com os olhos de ver... Carlos Drummond de Andrade - outro mestre sagrado da poesia - já falava sobre isso em seu belíssimo poema "A flor e a náusea", do livro A rosa do povo: "Uma flor nasceu na rua!/(...)Uma flor ainda desbotada/ilude a polícia, rompe o asfalto./Façam completo silêncio, paralisem os negócios,/garanto que uma flor nasceu./(...)É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio/." Essa visão privilegiada dos poeta, dos grandes visionários e filósofos tem de estar no cerne das propostas educacionais. Seja nas instituições de ensino superior, seja nas escolas da rede pública ou privada, nos colégios da periferia, quiosques, cabanas e ocas em que a educação transcende as carências de infra-estrutura física e material e se dá por meio do altruísmo de milhares de mestres que habitam os mais variados rincões do País.... É preciso utilizar uma pedagogia que revele o bom, o bem e o belo em sua essência primeva. No ensaio "Inquietudes na poesia de Drummond", do livro Vários Escritos, o professor Antonio Candido discorre sobre o que chama de "função redentora da poesia". É esse o alerta e o norte necessário à educação de excelência. No dia-a-dia da sala de aula, no vaivém do processo ensino-aprendizagem, no ritmo alucinante da busca pelo saber, é necessário encontrar um tempo para ler, reler e resgatar, enfim, os dizeres dos grandes filósofos e poetas, de modo que possamos nos educar e educar aos demais para olhar o asfalto e, ainda assim, poder enxergar a flor.


Publicado na Folha de S. Paulo

Inserida por fraseschalita

Uma Nova Oportunidade

"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu." São estas as palavras que abrem um dos grandes clássicos da literatura brasileira, O Ateneu, do fluminense Raul Pompéia. Adquirir domínio sobre a leitura e a escrita, essas ferramentas extraordinárias, é exatamente esse "encontrar o mundo", é abrir surpreendentes e infinitas estradas ao pensamento, no mapa do tempo e da história, no mapa do sonho e da imaginação, ampliando em muito o alcance da mente e dos sentidos, aumentando a capacidade de absorver e compartilhar as experiências próprias e alheias, tornando a todos mais ricos daquela riqueza que os ladrões jamais poderão roubar. Paralela à leitura, a técnica da escrita permite a possibilidade de registrar e transportar sentimentos, pensamentos, levando atuação e intervenção concretas a lugares muito distantes, numa irradiação dos produtos do espírito humano para muito além dos limites restritos da presença física de cada um. A escrita dá a cada um de nós um poder extraordinário: o dom da ubiqüidade, ou seja, a capacidade de estar em muitos e diversos lugares ao mesmo tempo. Escrever um bilhete e deixá-lo para ser lido por alguém que só chegará depois é um exemplo simples e cotidiano desse dom. Uma carta enviada a algum remoto lugar onde nunca se esteve, ao qual fisicamente talvez nunca se irá, é outra prova dessa capacidade de ultrapassar limites físicos e ampliar a presença pessoal no mundo. Os extraordinários recursos postos à disposição do homem pela informática e pelo desenvolvimento tecnológico dependem da leitura e da escrita para poderem ser plenamente desfrutados. Quem não domina essas ferramentas acaba sofrendo, portanto, uma exclusão dupla. Todas essas capacidades quase mágicas são facilitadas por essas duas práticas, tão cotidianas que chegam a ser vistas com trivialidade. Sendo tão naturais, tão compartilhadas por todos, tão presentes no mundo, muitas vezes fica até difícil imaginar, neste tempo renovado de um século que se inicia, a existência de pessoas que, por razões que não cabe discutir aqui, não adquiriram esses instrumentos tão necessários para compartilhar existência e experiência, permanecendo por isso mergulhadas num sombrio estado de isolamento, uma espécie de limbo social que as torna quase invisíveis, motivo de limitações e dificuldades que surgem a cada dia e já não se justificam de nenhum modo. Existe um grande esforço espalhado por todo o país, muita gente empenhada em enfrentar e transformar essa situação. Exatamente para se reunir a esse esforço e resgatar desse inaceitável limbo pelo menos setecentas mil pessoas acima dos quinze anos de idade é que a Secretaria de Estado da Educação, associada ao Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior em São Paulo (SEMESP), lança o Programa de Alfabetização e Inclusão, que também atende pela sugestiva sigla PAI. O objetivo é, em quatro anos, atingir essa meta. Professores e salas de aula, sustentáculos humanos e base estrutural do programa, serão fornecidos por mais de cem instituições de ensino superior que já mostraram interesse pela parceria. O governador Geraldo Alckmin esteve presente ao evento de assinatura do convênio entre SEMESP e Secretaria da Educação, no dia 5 de junho último, no Centro Universitário Adventista, e ficou visivelmente tocado ao testemunhar a viva emoção de pessoas de cinqüenta, sessenta, setenta anos, mais que felizes por esta bem-vinda nova chance e pela circunstância muito especial, jamais imaginada, de que isso vá acontecer dentro de uma universidade. Entre as melhores lembranças desse dia ficará o sorriso de uma senhora de sessenta e quatro anos, respondendo orgulhosa à neta que lhe perguntava o que ia fazer: - Vou à universidade, ao sonho, à vida! À Secretaria de Educação caberá a supervisão dos cursos e a orientação pedagógica, realizada a partir das Diretorias Regionais de Ensino. No segundo semestre de 2003 estarão mobilizados mais de dois mil estudantes universitários espalhados por mil salas de aula. Caberá às universidades e faculdades articular o recrutamento dos estudantes dentro de sua base territorial. Esses são apenas números iniciais. Com a adesão de mais instituições de ensino também crescem as perspectivas de expansão do programa. Uma das preocupações que orientam o projeto é trabalhar a aprendizagem a partir dos problemas locais da comunidade, chamando a atenção dos estudantes para uma visão nova do seu próprio universo. Tudo isso vai ser feito com a intenção de criar caminhos e possibilidades para que as pessoas promovam sua própria inclusão social e compartilhem com todos o luminoso sol do conhecimento, e também o seu calor.


Publicado no Diário do Grande ABC

Inserida por fraseschalita

Luz, câmera... E ação!
No cultuado filme Ao mestre com carinho, temos uma análise sensibilíssima da influência do educador na vida de aprendizes com comportamentos agressivos e arredios. Jovens marginalizados, marcados pela realidade dura das regiões vulneráveis, dos guetos. Ambientes que imprimem em seus corpos e almas as insígnias da exclusão social, da carência de recursos, da ausência de opções de estudos, de trabalho e de lazer. O clássico, protagonizado pelo ator Sidney Poitier, nos mostra a situação limite vivenciada pelos adolescentes pertencentes às camadas desfavorecidas da população. Jovens descrentes, rebeldes e desestimulados justamente porque vêem à sua frente paisagens áridas, sem cor, caracterizadas pela projeção contínua de cenas nada animadoras. Imagens que revelam uma seqüência ininterrupta de destinos tristes, desprovidos de perspectivas positivas. Heranças que vêm, geralmente, de famílias desestruradas, lares destruídos, infâncias traumáticas. São experiências extremas, eficazes para minar as expectativas de quem deveria trazer no sangue a seiva do viço, da energia, da disposição. Rapazes e moças que dispõem, inclusive, do tempo como aliado. Tempo que pode ser um fardo para quem tem o histórico dramático desses adolescentes retratados pelo filme - ícones que representam os jovens que vivem a dor de serem vistos como párias. Nesse cenário repleto de desencanto, a missão de Mark, professor interpretado por Poitier, era despertar nesses alunos o que tinham de mais precioso e desconhecido: a capacidade de sonhar, de transformar, de acreditar em si mesmos, de se reconhecerem como escritores habilidosos da história de suas próprias vidas. Outras produções cinematográficas trouxeram à tona dramas semelhantes, que enfocavam a saga de educadores-redentores, homens e mulheres movidos a entusiasmo e a esperança, como a professora interpretada por Michelle Pfeiffer em Mentes Perigosas ou o professor vivido pelo excelente Morgan Freeman em Meu mestre, minha vida. Portadores do gene sonhador de Quixote, esses educadores nos emocionam e nos fazem refletir sobre o quanto ainda é possível fazer pelos nossos aprendizes. Crianças e jovens espalhados por todos os rincões do Brasil. Aprendizes como os meninos e meninas da Febem. Adolescentes à espera de afeto, atenção... Sedentos por oportunidades que lhes possibilitem o conhecimento de seus potenciais e talentos adormecidos. O governo do Estado de São Paulo, na figura do governador Geraldo Alckmin, já está atento para essas necessidades. Prova disso é que acaba de autorizar a contratação de 2.000 estagiários oriundos da Febem, que serão treinados por um pool de empresas e instituições, entre elas Fundação Bradesco, Centro Paula Souza, Senac, Senai e Canal Futura. Os jovens irão atuar como monitores de informática e de bibliotecas nas escolas da rede pública de ensino. As vagas representam a liberação de cerca de 40% do total de internos da Febem, hoje em torno de 5.500 adolescentes. É um passo importante, mas esperamos que seja apenas o primeiro rumo a um futuro mais promissor para esses jovens. Em breve, esperamos vê-los atuando nos mais variados setores do mercado. Empresas privadas, rede de hotéis, restaurantes, grandes magazines, shoppings centers e demais organizações poderão oferecer a esses adolescentes a chance de sonhar e de viver uma história diferente, com enredos e cores muito mais vibrantes e propícios a uma atuação verdadeiramente heróica. Será a confirmação de que a sociedade, como um todo, participará de forma pró-ativa na criação de um novo tempo. É isso. É preciso olhar esses aprendizes com olhos de educadores. Olhos de quem jamais perde a esperança. Olhos de quem acredita que é possível mudar, sempre, para melhor. A Febem tem um roteiro complexo, marcado por problemas que não podem ser vencidos de uma hora para outra. Não há milagre. Educação é processo. Temos um enorme desafio, mas estamos dispostos a enfrentá-lo e a transformar esse filme num espetáculo tão bonito quanto o da peça Dom Quixote - Num lugar de la Mancha, protagonizada - vejam só que maravilha! - pelos atores da Oficina de Artes da Febem. Jovens que nos ensinam ser possível transformar sonhos, mesmo que pareçam quixotescos, em realidade. Se todos assumirmos o compromisso de olhar e de agir como educadores, poderemos dar, diretores que seremos, um final muito mais belo para essa história. E, às platéias do futuro, restará aplaudir de pé, orgulhosas pelo modo corajoso e competente com que praticamos essa AÇÃO.


Publicado no Diário de S. Paulo

Inserida por fraseschalita

O poder de fogo da educação


Algumas palavras têm o poder de trazer consigo uma imensa carga de sentimentos, emoções, expectativas, sonhos, desejos e quereres. São, a um só tempo, misto de poesia, de filosofia, de arte... Expressá-las e professá-las pode significar a mudança, a transformação, a transcendência. A junção de suas sílabas tem uma força capaz de mudar o mundo e, em casos extremos, funciona como um artifício bélico do bem, utilizado pelos desbravadores de novos tempos e pelos descobridores de novos caminhos. São armas que injetam ânimo, coragem, sensibilidade, talento. Dessa forma, podemos definir o amplo leque de sentidos e potencialidades da palavra educação, cuja beleza está em desvendar novos amanhãs e promissores horizontes. A todos nós, educadores, foi concedida a oportunidade de contribuir para promovê-la, transmitindo e propagando o desejo pelo conhecimento. Colaboramos para a criação de realidades mais belas e mais condizentes com os nossos sonhos. Faz parte da natureza humana querer sempre o melhor. Buscar a evolução, o desafio, a superação de limites. Façanhas impossíveis sem a educação como fundamento e passaporte. Ciente da grandiosidade dessa missão e de tudo o que ela pode proporcionar, o governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Educação, tem trabalhado para fazer da rede estadual de ensino uma ponte capaz de levar nossos 6 milhões de alunos à aquisição de saberes, de competências e de habilidades capazes de torná-los cidadãos críticos e conscientes, aptos à construção de um futuro erguido sobre os pilares da infinita capacidade humana (que deve ser desenvolvida, incentivada e constantemente aguçada). Nossos programas, projetos e ações têm o objetivo primeiro de despertar mentes e corações para o prazer do aprendizado, da revelação, da epifania que caracterizam o fascinante processo da descoberta. Está sob nossa responsabilidade formar atores sociais talentosos, com maturidade intelectual e emocional suficiente para alcançar não apenas o sucesso profissional, mas a felicidade plena, em todos os aspectos de suas vidas. Todos os nossos alunos compõem um complexo contingente educacional, mas, ao mesmo tempo em que formam um grupo, uma coletividade, são também seres únicos, dotados de histórias de vida singulares, ricas e de natureza incomparável. São meninos e meninas, crianças e jovens provenientes das mais diversas realidades e origens. Muitos vivenciam uma infância e uma adolescência repleta de amor, de cuidado, de atenção e de incentivo de suas famílias. Outros, no entanto, sobrevivem a duras penas numa atmosfera densa, pesada, em nada parecida com o que deveria ser o aconchego e a proteção de um lar estruturado. São desprovidos dos referenciais mais básicos e têm por alimento da alma apenas a esperança depositada em dias melhores. Felizes ou apenas esperançosos têm, como todos nós, carências, problemas, alegrias, vontades, medos, posturas e os mais heterogêneos sonhos. Some-se a isso o fato de estarem atravessando uma fase de formação, de intenso aprendizado, de dúvidas, de questionamentos, de buscas incansáveis... Têm o privilégio, e também a grande responsabilidade, de ter todo um futuro pela frente. Nesse sentido, nossas políticas públicas educacionais levam em consideração, em primeiro lugar, as necessidades mais básicas desses cidadãos do futuro: a compreensão, o respeito por suas diferenças, por seus valores e pela história pessoal de cada um.O desempenho, o sucesso e a ampliação do potencial dos aprendizes dependem de nossa sensibilidade para vê-los como seres humanos e não apenas como números registrados nas listas de chamada. Por meio dessa prática, nós, educadores, poderemos ter a chance de ir além e de também aprender com nossos educandos. Sem essa troca essencial, estamos condenados a perder o brilho, a seiva, o norte... Educar é, sobretudo, nunca deixar de aprender e de acreditar. O primeiro passo para fazer da educação uma possibilidade real para todos já foi dado na medida em que promovemos a universalização do ensino. Os números mais recentes apontam um total de 99% de crianças freqüentando a escola no Estado de São Paulo. Uma vez garantido o acesso aos bancos escolares, nossos esforços convergem diretamente para as melhorias nas condições de aprendizagem - decorrentes do reflexo direto da mudança de filosofia da cultura escolar. Agora, singramos os mares de forma mais habilidosa porque navegamos com um lema comum a todas as nossas rotas: "todo professor é capaz de ensinar, todo aluno é capaz de aprender". E o inverso é absolutamente verdadeiro. Um lema que nos faz respeitar, por exemplo, o ritmo próprio de aprendizado e de assimilação de conteúdos de cada estudante. Um direito do indivíduo que vinha sendo relegado, mas que ganhou força com a implantação, em janeiro de 98, do regime de progressão continuada da aprendizagem, que possibilita o avanço contínuo dos alunos ao longo do percurso escolar, organizando o Ensino Fundamental em dois ciclos de quatro anos cada. Para ampliar os benefícios dessa prática aos estudantes de níveis mais avançados, adotamos a flexibilização do currículo no ensino médio, permitindo a matrícula por disciplina e evitando que o aluno refaça componentes nos quais foi bem-sucedido. Nessa viagem de importância histórica, a sociedade civil organizada tem sido nossa grande companheira. Empresas, igrejas, ONGs, universidades, entidades e associações variadas têm contribuído para que nossos alunos e professores desfrutem uma formação intelectual, física e emocional sólida, com direito ao esporte, à cultura, ao lazer, à arte, à profissionalização, à saúde e, enfim, à conquista de uma vida melhor. Juntos, temos viabilizado a capacitação constante dos educadores por meio de cursos, palestras, teleconferências e congressos. Em dezembro, por exemplo, presenciamos a formatura de 7 mil professores pelo programa PEC - Formação Universitária , programa de educação continuada, cujo objetivo é fornecer aos professores efetivos no ensino da 1ª à 4ª série, com formação de nível médio, de mais de 2 mil escolas de ensino fundamental do Estado, a oportunidade de formação em nível superior fornecida pela USP, Unesp e PUC-SP. Em todas as capacitações, encontros, visitas às escolas e conversas com os representantes da categoria, sempre ressaltamos a importância da aliança entre o aperfeiçoamento técnico do professor e a solidificação de uma postura afetiva em sala de aula. Queremos que nossos aprendizes enxerguem no mestre um exemplo a ser seguido, um amigo com quem possam contar e não uma autoridade acima do bem e do mal. Nas escolas, muitos programas e projetos têm favorecido essa prática mais afetiva e integrada. Os alunos sentem-se incentivados a participar, a descobrir e a mostrar seus talentos. Por isso, é fundamental que a comunidade do entorno escolar e da sociedade como um todo prestigie os eventos constantemente promovidos pelos estabelecimentos de ensino. Foi o que a secretaria - juntamente com a população que transitava pelo Centro de São Paulo - fez durante o mês de dezembro de 2002. Nossos funcionários uniam-se aos populares, sempre ao meio-dia, na Praça da República, para prestigiar os corais natalinos de dezenas de escolas estaduais provenientes das mais diversas regiões do Estado. O programa dos corais nas escolas, bem como aqueles ligados à música clássica, ao teatro, ao cinema, à criação de bandas e fanfarras, à preservação do meio ambiente, ao exercício dos direitos e deveres do cidadão - fortalecimento e reativação dos grêmios, campanhas comunitárias, combate às drogas e à violência, etc. - têm propiciado uma revolução verdadeiramente positiva na vida dos estudantes. Programas como Parceiros do Futuro, Comunidade Presente, Prevenção Também se Ensina, Escola em Parceria, Mutirão da Cidadania e Programa Profissão estão, na verdade, plantando sementes e oferecendo não só para São Paulo, mas para todo o Brasil, a chance de ter, num futuro breve, uma colheita digna dos anseios e do trabalho de todo o seu povo. Que as nossas palavras, corroboradas - e impregnadas - pela verdade impressa em nossas ações, possam colaborar para a discussão, para o debate e para a reflexão em torno dessa educação afetiva e eficaz. Uma educação que privilegia a criação de gerações mais capacitadas, tanto para contribuir para o desenvolvimento e o progresso da ciência quanto para desfrutar todos os seus benefícios. Uma educação que oriente e funcione como a bússola que desvenda as infinitas maneiras de navegar, com sucesso, pelos mares da vida.


Publicado na Gazeta Lemense

Inserida por fraseschalita

De contra ao Tempo..

Mais uma Vez eu aqui,perdida...
No tempo em que você me pediu,
Os ponteiros,de meu relógio parece caminhar para trás..

De contra ao tempo,
Que tempo é esse?
Eu aqui,em meu súbito silêncio,
Dentro deste mundo obscuro,que ficou em fim,
Desde que se foi..
Minha luz há de vir com você,

Para onde este tempo nos levará?

Ainda hei de encontrar,todo amor ausente,
De você,em que mim restou,
Para que assim os ponteiros,
Enfim,coincidem,a minha realidade!.

Inserida por Luizzi

Leitura: uma odisséia rumo à descoberta

É impressionante como o mar e a leitura estão ligados de forma indelével há milhares de anos. O escritor argentino Jorge Luis Borges - amante inveterado dos livros - dizia uma frase que sintetiza bem esse conceito: "Toda a literatura declina de Homero". A afirmação impactante do autor de Ficções expõe a importância do poeta grego, cujas obras Ilíada e Odisséia podem ser consideradas verdadeiros marcos da literatura ocidental. Ambos são belíssimos, mas, em Odisséia, Homero criou uma das mais belas e instigantes histórias já escritas e na qual o mar exerce um papel fundamental no desenvolvimento de seu enredo. Afinal, o que seria de Ulisses (ou Odisseu) sem o mar como pano de fundo para suas aventuras? Da mesma forma, Luís de Camões e Fernando Pessoa - para citar apenas dois ícones da literatura de língua portuguesa - muitas vezes fizeram uso da pena para versificar sobre o mar, sua grandiosidade, sua imponência, sua beleza e sua relevância crucial para o progresso da civilização (grandes descobrimentos, novas rotas de navegação, possibilidade de expansão econômica, comercial etc.) Por meio da História e da Literatura, percebemos que o mar sempre foi palco de grandes aventuras, conquistas e numerosos feitos heróicos da humanidade. Esse mesmo sentimento de descoberta, de desbravamento e de heroísmo presente no espírito dos grandes navegadores também se apodera de todos os personagens reais da vida quando se envolvem, se entregam e se deixam levar pela fascinante viagem proporcionada pela leitura. Quando nos tornamos leitores e passamos a apreciar e valorizar devidamente essa condição, percebemos o quão maravilhoso é poder desvendar o universo e cruzar suas fronteiras de forma ilimitada. Em outras palavras, ler é singrar os mares em direção à esplêndida aventura do conhecimento e do aprendizado. Temos nos livros uma espécie de bússola que nos orienta - piratas e vikings curiosos e sedentos de experiências diversas - na direção exata de um tesouro singular: o saber. Passaporte imprescindível para quem deseja realizar a verdadeira viagem da vida. Neste novo tempo em que o verbo "navegar" ganhou conotações cibernéticas devido às novas ferramentas tecnológicas que nos auxiliam na busca contínua do entretenimento e da informação (leia-se internet), é preciso deixar claro: nada substitui o prazer e os ganhos proporcionados pela leitura de um bom livro. Sem uma sólida formação cultural, acabamos por subutilizar tanto a rede mundial de computadores como todas as demais criações tecnológicas, recebendo suas informações de forma fragmentada e descontextualizada. A leitura nos fornece as condições necessárias para ampliarmos nossos horizontes ao infinito. Aumentamos nossa capacidade crítica, nosso poder de argumentação, de discernimento, de persuasão... Adquirimos a força, a coragem, o entusiasmo, o dinamismo e o espírito adequado para enfrentar as grande tempestades, turbulências e desafios da jornada. Os livros nos credenciam para empreender com sucesso as expedições mais variadas, traçando o rumo de nosso próprio destino com talento, sabedoria e confiança. Em seu poema O Livro e a América, o poeta brasileiro Castro Alves mescla com maestria a relação metafórica mais do que pertinente entre o livro e o mar. Uma visão magistral e que, certamente, irá nos inspirar para que prossigamos esta reflexão que apenas iniciamos : "Oh, Bendito o que semeia / Livros... livros à mão cheia... / E manda o povo pensar! / O livro caindo n'alma / É gérmen - que faz a palma, / É chuva - que faz o mar".


Publicado na Revista E - Sesc SP

Inserida por fraseschalita

A descendência de Cervantes


Professor. Uma palavra de traduções diversas que encerra significados tão numerosos quanto belos. Um termo apropriado àqueles que acreditam na grandiosidade da doação, do altruísmo e da capacidade de despertar outros seres humanos para a aventura ímpar do aprendizado e da transcendência. Neste dia 15 de outubro, é importante refletir sobre esse profissional, que dedica sua vida à propagação de saberes. Saberes que possibilitam aos aprendizes ultrapassar fronteiras, superar obstáculos e articular estratégias que os conduzem em direção à realização de seus sonhos. Cheios de uma poesia própria, ousam desafiar o renomado poeta Vinícius de Moraes, na medida em que vivem e preconizam um amor imortal - posto que não é chama, contrariando o famoso verso do "Soneto da Fidelidade". Quantos milhões de professores terão o Brasil e o mundo? O que seria da sociedade sem a participação efetiva e compromissada desses homens e mulheres? Educadores que, todos os dias, somam, multiplicam e dividem tudo o que têm de mais precioso com centenas de crianças e jovens. Discípulos que assimilam, às vezes sem se dar conta, a essência do verbo compartilhar. Nas salas de aula do mundo, mestres e aprendizes ensaiam um balé sincrônico e ritmado, embalados pela musicalidade do amor, do conhecimento, do afeto, do respeito, dos sorrisos e dos olhares de confiança mútua. Educandos devem nutrir por seus professores um sentimento de admiração que inspire o respeito. Nessa relação, não deve haver lugar para o autoritarismo e para o medo, coreografias incompatíveis com o espetáculo majestoso da vida. Educadores... Como recompensá-los por tudo que nos proporcionam? Como agradecer-lhes da forma que merecem? E, principalmente: como retribuir sua força e seu exemplo seguro e altivo nos momentos em que fraquejamos e pensamos em desistir de tudo? Como resgatar sua auto-estima, cada vez mais abalada por este mundo que privilegia os bens materiais em detrimento de valores como a ética, a fraternidade, a justiça e o amor ao próximo? Como devolver aos professores o seu lugar de destaque na sociedade? Sejamos sinceros: não temos todas as respostas e nem tampouco pretendemos posar de donos da verdade, mas esta homenagem tem o intuito de propiciar aos leitores uma reflexão sobre essas pessoas iluminadas que nos presentearam com as condições para obter o alimento do corpo e do espírito. Uma reflexão sobre os nossos mestres e o papel imprescindível que desempenham em nossas vidas. Seres raros que vivem sob os signos diversos, mas complementares, da paixão e da razão. Exemplos de vida que nos transmitem lições essenciais à construção de nossas histórias. É esse o perfil da grande maioria dos educadores - crianças crescidas que, tal qual Peter Pan, se recusam a deixar de sonhar. E prosseguem incansáveis, dia após dia, capacitando seus alunos rumo à descoberta de suas potencialidades e talentos. Dia após dia, contribuindo para formação de personalidades e de cidadãos que transitem apenas pelo caminho do bem. Espécies encantadas como foi um dos mestres que tive na vida: professor André Franco Montoro, um jovem eterno que, mesmo tendo completado 60 anos de magistério, entrava para dar aula com o entusiasmo de um iniciante. A paixão de Franco Montoro era conhecida por muitos. A maioria de nossos educadores é constituída por heróis anônimos que lutam, muitas vezes, empunhando apenas o giz e a boa vontade. Heróis que atravessam a seca, os igarapés ou mesmo o trânsito alucinante das metrópoles com o objetivo único de semear idéias, honestidade, honradez, boa vontade, oportunidades, ideais, criatividade e autoconfiança. Professores são descendentes diretos da linhagem onírica criada por Cervantes em seu Dom Quixote. Sonhadores e idealistas que pairam muito acima de ideologias políticas, filosóficas ou religiosas. Preferem se ocupar com questões maiores: levam a vida a professar a educação e tudo de positivo que ela representa. Que, nesta data comemorativa e sempre, saibamos reconhecer seu valor e devolver-lhe a dignidade luzidia de um passado recente, mas que já traz muitas saudades.


Publicado na Folha de S.Paulo

Inserida por fraseschalita

Escrevendo encontrei uma maneira de gritar em silêncio.

Inserida por paulosk

O ponto de uma saudade é a lembrança contínua

Inserida por jadsonferreirafsa

força não há
capaz de enfrentar
uma idéia cujo tempo tenha chegado

a força não é
capaz de salvar
uma idéia cujo tempo tenha passado

pra pegar a onda tem que estar
na hora certa num certo lugar
pra pegar a onda, deixa estar
deixa a onda te pegar
deixa a onda te levar

pra pegar a onda tem que estar
surfando karmas & DNA
não dá pra domar a força do mar
deixa a onda te pegar
deixa a onda te levar

Inserida por bauduino

Vertigo

Tinha uma certa vertigem.
Por isso não gostava de altura.
Sentou-se.
Chorou.
Não viu nada.
Mentiu.

Inserida por fraseschalita

Que o silêncio seja uma forma de aprendizado!

Inserida por shadowlopes

E não se trata de obter todas as respostas,é muito mais uma questão de manter o tino quando a vida sem a menor cerimônia muda todas as perguntas.

Inserida por tainapaiva

Uma das coisas que aprendi é que nem sempre as coisas são como a gente quer, que a gente pode dar uma volta na vida, vencer os obstáculos e derrubar as paredes que nos impeça de seguir em frente em busca de nossos sonhos, nunca esquecer o passado e ver que foi por causa dele que possibilitou você chegar onde está hoje.

Inserida por hidariolimadasilva

Muitas vezes, um olhar é bem mais sincero que uma palavra.

Inserida por tuliomagnoo

Uma Separação não acontece quando se sai da casa, porém se confirma quando se sai do coração.

Inserida por paulosk

É quando eu vejo,
O sol dormindo no horizonte.
As folhas deitando-se na terra em uma tarde de outono.
As estrelas se mostrando na noite.
Os pássaros brincando de voar no céu.
As flores dançando no jardim.
As águas dos rios cantando uma eterna melodia.
As ondas vindo em direção à praia.
A chuva de um fim de tarde sendo contemplada pelos raios do sol.
As árvores se soltando ao vento.
O nascer do sol em uma manhã tranqüila de inverno…
São em todos esses momentos que você me vem ao pensamento.
E de fato, é nesses momentos que eu queria poder estar ao seu lado.
E se possível for, que o destino permita eu estar ao seu lado.
Vivendo Intensamente.

Inserida por ReginaldoJordao

Somos suscetíveis às influências do meio em que vivemos. A vida é uma selva, e nossa sobrevivência está intimamente ligada à capacidade que temos de se adaptar a este meio.

Inserida por uindson

Pedir para que as coisas aconteçam da forma que queremos nem sempre é uma boa escolha;
As vezes é melhor deixar que tudo aconteça naturalmente e sem interferências.
O destino sempre nos reserva algo.
Simplesmente as vezes somos muito tolos, a ponto de colocar tudo a perder com uma atitude inadequada.
A fórmula para um casal feliz é a pessoa certa na hora certa.
É apenas isto, sem nenhum “MAS”.
O que acontece é que as vezes encontramos a pessoa certa na hora errada e acabamos estragando tudo;
E quando escolhemos andar nessa estrada, muitas das vezes o caminho é sem volta.
E então é hora de parar e pensar(…)
Pra que ficar escolhendo? Por que escolher tanto um amor?
Parece que temos apenas um destino a seguir…
Então pra que se preocupar com tudo isso?
Acho que o melhor talvez seja parar.
Vejo que é inútil escrever já que o destino não parece reservar nada entre mim e você;

Inserida por ReginaldoJordao

O tempo passa. O que antes já fez uma baita falta na minha vida, hoje nem faz diferença. Pessoas que eu pensava serem indispensáveis, fizeram sob ponto de vista atual até um favor de sairem da minha vida. Objetos aos quais me apegava não me interessam. Não tenho tanto saco pra quase ninguém e nem faço mais questão de ser simpática com geral. Cansei de me depender de quem não quer nem saber de mim. O que eu ignorava antes passou a ser perceptível agora. O não quero de meia a vida atrás pode ser o quero de amanhã, e pode continuar sendo um não querer. Aquela música é chata, aquele filme é ridículo e de você eu nem quero saber. O que era motivo de mil lágrimas hoje é sinônimo de gargalhada. E quer saber? Eu não teria sido mais feliz do que sou hoje se tudo tivesse acontecido do jeito que eu chorava por não ter acontecido. É baby, a vida não é bem assim mas é esse o caminho. E por aí vai, por aí vamos, e o tempo muda, transforma e a gente? Aaaaah, a gente se adapta! Nunca houve adaptações em que o ser humano não atingiu sua maior felicidade.

Inserida por dorabittelbrun

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