Nunca Critique
Meus professores não tinham nomes gentis, foram a tristeza, o sofrimento e a incerteza. Nunca fui um bom aluno, por isso ainda tento decifrar suas lições.
O medo ronda, mas não governa, é sombra frágil diante do peito em chamas, um invasor que nunca tomará morada.
A queda é golpe da vida, mas levantar é o passo que desafia a gravidade, a dança brutal que nunca cessa.
Cada lágrima que você derrama é a raiz da sua coragem, regada pela fé que garante que você nunca vai cair de vez.
Conheço a fome, do corpo e da alma. Uma seca os ossos, a outra esvazia o coração. Que nunca encontrem morada em mais ninguém.
Não desistir é meu maior triunfo, sigo errando, tropeçando, caindo, mas nunca me rendo. Cada queda me lapida, cada dor me ensina a permanecer de pé, mesmo quando o chão parece mais certo que o caminho.
Eu nunca quis ser o primeiro, porque compreendi cedo que o mérito não está em chegar antes, mas em permanecer inteiro quando todos se perdem tentando provar algo. O destaque, quando veio, foi apenas reflexo de uma autenticidade que nunca precisei ensaiar.
Nunca tive infância. Fui lançado à pressa do mundo, obrigado a crescer antes de compreender a vida, envelheci de dentro para fora. Sonhei com uma infância que nunca existiu, um abrigo inventado para suportar a ausência do que jamais vivi. Cresci depressa demais, e no lugar dos risos ficaram apenas os ecos de um tempo que nunca foi meu.
