Nostalgia da Infancia Perdida
Minha infância tem gosto de pirulito de 5 cores, bolo de fubá da minha vó, pique-esconde na escola, cata-vento no jardim, gostinho gostoso da terra molhada da chuva pegando a gente no final da tarde, eu e meus amigos dividindo um tabletinho de chocolate, pés descalços embaixo da árvore da minha casa, histórias de fantasmas na casa dos primos.
Minha infância teve gostos de jujubas, de balas 7 belo, de pirulitos com chiclete dentro, teve gostos de sonhos perfeitos que ainda me deixam com cheiro de saudade.
A vida na nossa infância tem todo o seu lado bom, o lado de você brincar e brincar e querer brincar mais [...] Quando criança você quer crescer logo pra ter uma vida independente, achando que tudo é uma perfeição.
Mas daí você cresce e começa ver que ela não é tudo isso, que não é só brincadeira, que ela é difícil. E com o passar do tempo ela vai ficar mais difícil ainda, e por mais que você queira, ela não vai voltar o que era antes [...] Aquele choro que quando criança você berrava e esperneava por um simples brinquedo, ou até mesmo quando você chorava por um simples arranhão, não chega perto do choro de um coração machucado, e de problemas intermináveis. E com o passar do tempo você vai crescendo fisicamente, e principalmente mentalmente. Passa a ter responsabilidade demais. E vai mudando o seu modo de agir, de pensar e vira aquela pessoa "chata" que só pensa em trabalhos e problemas. Claro que temos que pensar em subir na vida, mas devemos também ser aquela criança do passado, a criança risonha que tinha um olhar doce e ingênuo[...] Às vezes eu não sei se sou criança ou adulta, se sou adulta ou criança, é meio complicado essa escolha, né? Mas pena que não temos escolhas, apenas mudamos com o tempo.
MAS VOU SER UMA ETERNA CRIANÇA, aquela criança boba alegre!
Esses dias eu me percebi pensando na minha infância, meu primeiro amor. Nunca fui de me apaixonar, nunca liguei para isso, sempre preferi brincar e ver TV.
Mas um dia Paula entrou na minha vida. Éramos colega de igreja e de escola, nossa amizade era pura e inocente. Eu fazia poemas, escrevia historias de amor onde eu era o príncipe encantado salvando ela de um poderoso dragão, e depois dava um longo beijo apaixonado. Mas claro guardava tudo para mim em uma velha caixa aqui em casa.
Já se foi o tempo que o rapaz fazia lindas serenatas, escrevia poemas e passava dez vezes na frente da casa da pretendida, essa atitude era vista com bons olhos. Hoje em dia se um rapaz escreve poemas e faz serenata é taxado como veado, emo, retardado e outros adjetivos animalescos, se o menino passa duas vezes na frente da casa da menina o pai já chama a Rota porque é pervertido.
Eu gostava muito dela, ficar perto dela, sentir seu perfume tocar na sua mão, eu queria sempre fazer dupla com ela, em trabalho de grupo ela sempre era a primeira a ser escolhida, pode se dizer que ela era membro efetivo e definitivo do grupo, nos meus aniversários era a primeira pessoa a ser chamada. No aniversário dela eu ia mais cedo para ajudar e ficar mais tempo com ela, ela nem percebia minha intenção, continuava achando que era apenas uma amizade, que bobinha.
Então um dia fizemos uma viagem para a praia, na viagem ia minha família, a família dela, e mais uma família que era dona da chácara onde hospedamos. Eu estava decidido em me declarar para ela, mostrar meus poemas e minhas historias, até pensei em comprar um buque, mas desisti, afinal, só tinha 13 anos, e nunca fui de ter mesada, então resolvi ir com a cara e a coragem, mas sem flores.
Em uma manhã, na chácara, vi que Paula estava sentada em uma cadeira de frente para o mar, respirei fundo.
- Paula! Preciso te contar uma coisa muito importante... – Disse sentando na cadeira do lado.
- Oi, que bom que você apareceu, eu queria mesmo falar com você, tenho uma coisa para te contar, ai estou com vergonha, posso contar antes?
- Claro fique à vontade – Nesta hora pensei “ela sente o mesmo por mim, ela vai se declarar, vamos nos casar, viva, sou o cara mais feliz do mundo.
- Então... Sabe o seu primo? – disse ela enrolando o cabelo
- Sei... O que tem ele? – Perguntei já desconfiado
- Pois é, não sei como dizer, mas sou apaixonada por ele, desde a primeira vez que a gente se viu, sou doida por ele, amo ele demais, quero casar com ele, ter filhos...
- Ah que legal – Disse interrompendo e com a cara mais decepcionada que um garoto de 13 anos conseguia fazer
- E você o que queria me contar? – Disse ela ignorando minha cara.
- Ah nada, ia dizer que vi na televisão um dia que devemos passar protetor solar, porque o índice de câncer de pele aumentou – Disse disfarçando.
- Ah brigado pela informação seu fofo – Disse ela beijando minha bochecha – Você é “meu melhor amigo”!
Meus poemas de amor se tornaram poemas de tristeza e arrependimento, minhas historias românticas caíram nas graças do realismo, meu corcel se tornou uma mula manca e o poderoso dragão se tornou apenas um calango, e a minha princesa se tornou uma sapa.
E esse negócio de misturar recheios aos ovos de páscoa, perde totalmente o sabor da minha infância...
Na infância estamos submetidos a valores e crenças que não são necessariamente nossos. E, consequentemente tendemos levá-los com nossa formação de caráter.
Sua identidade...Você quem realmente a criou? Ou criaram-a para você?
Quantas coisas faziam sentido? Quantas hoje não fazem mais?
Quantos sonhos você alimentava? Quantos hoje alimentam você?
Será que não é hora de jogar fora o que não serve e resgatar o que é útil?
Ou você prefere continuar com uma ideia fútil?
Se você quer mudar, a hora é agora! Não deixe para depois!
E lembre-se: a sua história é você quem cria! Assim como os seus próprios limites.
Aonde você quer chegar?
QUESTIONE-SE!
30/10/2013
...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância."
(in "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas", Editora Siciliano, 1994. – Fonte: Templo Cultural Delfos)
Infância Violada
Não passava de criança
Que sonhava ser herói
O que trago na lembrança
Eu que sei o quanto dói
Era só uma menina
Que sonhava ser princesa
Mas que teve a triste sina
de ser pega indefesa
Foi tão feio, tão nojento e tão vil
Erguer meus olhos puros e infantis
Mirar na cara do meu algoz senil
Ultrajado em seus míseros ardis
Enojado de seu semblante imbecil
Laçado feito um passarinho infeliz
Lá se foi minha pureza
Antes nunca que tão cedo
Quem saiu em minha defesa?
Só restaram culpa e medo
A vergonha e a tristeza
Hoje moldam meu enredo
Não havia a quem contar
Ninguém me daria ouvido
Com quem mais posso contar
se até eu de mim duvido?
E se eu quisesse evitar
Não teria acontecido?
Haveria culpa em mim
Por tão funesta atitude?
Se houver, diga que sim
faz de conta que me ilude
Sem flores em meu jardim
Espinhos me fizeram rude
Minha sede não tem fim
Faltou água em meu açude
Quem sabe mesmo assim
Num lampejo de virtude
Antes de chegar o fim
algo acorra e tudo mude?
E se perceba até que enfim
Que eu resisti o quanto pude
Melhores amigos geralmente não são aqueles de infância, aqueles que conhecemos a muito tempo e sim aqueles que aparecem de surpresa no decorrer de nossas vidas, que nos fazem sentir especiais, que enche nosso coração de alegria num simples cumprimento, num simples gesto...
“O segredo da vida é o tempo”!
O tempo determina tudo. A sua infância, adolescência, o seu futuro, ele estará contando cada segundo seu com você! É implacável, pois cada minuto perdido é irrecuperável.
Na sua vida cada segundo é importante, cada segundo conta.
Pois o tempo não volta.
Ele também determina suas lembranças sua história."
INFÂNCIA
Um gosto de amora
comida com sol. A vida
chamava-se "Agora".
Quando secar o rio de minha infância,
secará toda dor.
Quando os regatos límpidos de meu ser secarem, minh’alma perderá sua força.
Buscarei, então, pastagens distantes
Irei onde o ódio não tem teto para repousar.
Ali, erguerei uma tenda junto aos bosques.
Todas as tardes me deitarei na relva,
e nos dias silenciosos farei minha oração:
Meu eterno canto de amor: expressão pura de minha mais profunda angústia
Nos dias primaveris, colherei flores para
meu jardim da saudade.
Assim, exterminarei a lembrança de um passado sombrio.
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