No Silencio da Noite Sinto sua falta

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O organismo material humano, sobre o qual pesa uma coluna atmosférica de 15 léguas, chega à noite fatigado, cai em fraqueza, deita-se, repousa; fecham-se os olhos da carne; então, naquela cabeça adormecida, menos inerte do que se crê, abrem-se outros olhos, aparece o Desconhecido; aparece o sublime, aparece Ela...e somente Ela.

A noite acabou.
Talvez tenhamos que fugir sem você.

Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas. envenenam a si próprias com loucas fantasias.

O que é que nos aguarda, o que é que quer dizer tanto suor transformando a noite em companheira de trabalho do dia ? Quem pode me informar?

Toda a noite, toda a noite,
Toda a noite sem pensar...
Toda a noite sem dormir
E sem tudo isso acabar.

Fernando Pessoa
Quadras ao gosto popular. Lisboa: Ática, 1965.

Uma noite, sentei a Beleza no meu colo. - E a achei amarga. - E a xinguei.

"Naquela noite eu não dormi direito, mas acordei disposta a me enfrentar."

Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.

Naquela noite, quando Hans acendeu a luz no banheirinho indiferente, Liesel observou a estranheza dos olhos de seu pai de criação. Era feitos de bondade e prata. Como prata mole, derretida. Ao ver aqueles olhos, Liesel compreendeu que Hans Hubermann tinha muito valor.

Ela tem medo da Noite medo de que nunca acabe, Ela costuma fazer amor em pé de dia.

De manhã falei que não sentia mais nada e de noite fui no meu quarto chorar sozinha.

Muitos são os convidados para o aniversário do Príncipe
Uma noite longa se aproxima
Por três dias se ouvirá o bramido dos elefantes
Alegria e dor
Confusão de sentimentos
E a única certeza absoluta
Será o triunfo do Rei

19 de junho de 2010

Edward: "Minha vida era meia-noite, sem mudanças, sem fim. Devia, por necessidade, sempre ser meia-noite pra mim. Então como era possível que o sol estivesse nascendo agora, bem na metade da meia-noite?"

TRAVESSIA

Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
Muito tenho prá falar

Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver

O sono é perfeito quando não sonhamos. Poderíamos dizer que, a cada noite, ele nos desperta da vida.

Cantiga do Viúvo

A noite caiu na minh'alma
Fiquei triste sem querer
Uma sombra veio vindo
Veio vindo, me abraçou
Era a sombra de meu bem

Que morreu há tanto tempo
Me abraçou com tanto amor
Me apertou com tanto fogo
Me beijou, me consolou
Depois riu devagarinho
Me disse adeus com a cabeça e saiu
Fechou a porta
Ouvi seus passos na escada
Depois mais nada, acabou

Resisti à tentação de dizer que não, subiria também, não podia passar mais uma noite longa dela. Tentação de abraçá-la, esquecer tudo que havia passado, subir também. Mas alguma coisa me dizia que o meu lugar era embaixo, que eu era apenas uma testemunha, um espectador, o lado passivo do seu mistério.

Tenho pedido a Deus, e à lua, ontem
Hoje, a cada noite, PERPETUIDADE
Desde o instante em que me soube tua.
E que o luar e o divino perdoassem
O meu rosto anterior, rosto-menino
Travestido de aroma, despudor contente
De sua brevidade em tudo, nos afetos
No fingido amor
Porque fui tudo isso, bruxa, duende
Desengano e desgosto quase sempre.

Mais nada pedi a Deus. Mas pedi mais
À lua: que tu sofresses tanto quanto eu.

A felicidade é um susto. Chega na calada da noite, na fala do dia, no improviso das horas. Chega sem chegar, insinua mais que propõe... Felicidade é animal arisco. Tem que ser admirada à distância porque não aceita a jaula que preparamos para ela. Vê-la solta e livre no campo, correndo com sua velocidade tão elegante, é uma sublime forma de possuí-la.

Estou dentro dos grandes sonhos da noite: pois o agora-já é de noite. E canto a passagem do tempo: sou ainda a rainha dos medas e dos persas e sou também a minha lenta evolução que se lança como uma ponte levadiça em um futuro cujas névoas leitosas já respiro hoje. Minha aura é mistério de vida. Eu me ultrapasso abdicando de mim e então sou o mundo: sigo a voz do mundo, eu mesma de súbito com voz única.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.