No silêncio da noite eu fico aqui
Devaneios
Em meio ao silencio da noite, eu jovem Calisto, aprendiz de coisa nenhuma, tinha pensado em voz alta.
''Não haverá nada de imperfeito, que nesse véu não nos mostre a verdadeira face da Verdade.''
E disse então velho filosofo a mim:
- TU VAGARÁS ETERNAMENTE NO INCONSCIENTE DE TUAS AÇÕES E JAMAIS SABERÁS O QUE DELAS TEM FEITO.
Este será o futuro do teu presente Calisto!
No silêncio da noite,
Eu pensava calado,
Onde estava a minha sorte,
Que ainda não tinha encontrado.
Fui de madrugada a dentro,
Conversando com meus botões,
Examinando meus sentimentos,
Explorando minhas emoções,
Logo senti um acalento,
Ao descobrir os meus dons.
Aí me conformei,
com a sorte que tenho,
Tudo que conquistei,
Fui com trabalho
ferrenho.
Nada caiu do céu,
De bandeja para mim,
Senti o amargo do fel,
Mas lutei até o fim
Em busca de um pouco de mel,
Para tirar o gosto ruim.
Cada passo que dei,
Pisei em muitos espinhos,
Em pedras tropecei,
Em todos os meus caminhos,
Pra chegar onde eu cheguei,
Eu sofri um bocadinho.
A sorte é nós que fazemos,
Assim damos muito valor,
Quanto mais sorte nos temos,
Maior é a nossa dor,
E para ter o que queremos,
Temos que derramar suor.
No silêncio da noite,
Quando tudo está calmo e quieto,
Eu sinto uma sensação de alívio,
De dever cumprido, de ter dado o meu melhor.
Eu olho para trás e vejo o que fiz,
As batalhas que lutei, os obstáculos que superei,
E mesmo que tenha sido difícil,
Eu me orgulho de ter dado tudo de mim.
O cansaço é palpável, mas é também reconfortante,
Porque sei que fiz o meu papel,
Que dei o meu melhor em cada momento,
E agora posso descansar, sabendo que cumpri com meu dever.
E assim, na quietude da noite,
Eu me permito sentir a alegria e o alívio,
De ter cumprido com as minhas responsabilidades,
E ter feito o meu melhor para alcançar meus objetivos.
Senhorita morte
Uso minha lucidez contra meus algozes,
No silêncio da noite eu ouço vozes.
Nos gritos do vento gélido,
Me encontro com o rosto pálido.
Doce madrugada de terror,
3 da manhã no ponteiro,
Gritos de horror no nevoeiro.
Quem será que clama por socorro?
Será a dona morte de novo?
Ela veio me visitar, eu não quis ouvi-la falar.
A vida me seduz pela beleza,
Já a senhorita morte se acha a realeza,
Com sua foice afiada eu escuto a risada,
Sangue no olhar ela veio me matar
Não adianta correr, hora ou outra ela encontra você.
Um diz que é "as vezes no silêncio da noite..."., outros dizem "hoje eu sonhei com você...". Será que elas são superficiais ou eu que mergulho fundo demais? Como amar sem carinho, sem beijo e abraço? Como amar sem querer fazer dos dois corpos, um só? Não é feio querer morar dentro dela e todo dia sentir o cheiro do ar que a cerca, não é feio dizer eu te amo, se isso for uma verdade que trinca os ossos e faz o pelos arrepiarem. Não molhe apenas os pés na areia da praia, queira mergulhar até o fundo, você nem precisa respirar, porque amar é vida, amar é viver mais que a vida.
Pela janela eu só observo e vou seguindo, no silêncio da noite que se aproxima
Interpreto a desaprovação dos atos e atitudes diante dos fatos, que a mim me perseguem
Da janela eu vejo o tempo que vai para nunca mais voltar...
Ele me abraça e se despede do dia que finda, enquanto eu me envolvo como se quisesse agarrar eternamente, todos os momentos por mim já vividos
Da janela eu só observo, a criança que corre sem direção, porque ainda não tem propósitos definidos, então ela corre…
Da janela sopra um vento que me acorda daquele passatempo e vivência que me acolheram num instante
Da janela vejo as flores que perfumam o ar da redondeza,
Fica tão aconchegante sentir o perfume que as flores exalam, enquanto o vento penteia as suas pétalas.
Da janela eu fico reclusa e deixo o tempo passar bem debaixo do meu nariz
E ele passa…
