Nem tudo e Facil de Cecilia Meireles

Óculos são instrumentos que ampliam a visão...
O amor também.

Estávamos ali com o céu em nós. As mãos, unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, mas uma só criatura seráfica. Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham...

Um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde.

Não existem grandes talentos sem grande vontade.

Felismente existe o álcool na vida.
Uns tomar éter, outros, cocaína.
Eu tomo alegria!
Minha ternura dentuca é dissimulada.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Estou farto do lirismo comedido.
Como deve ser bom gostar de uma feia!
Pura ou degradada até a última baixeza
eu quero a estrela da manha.
... os corpos se entendem, mas as almas nao.
- Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.

Por que cultivas
as sem perfume
e agressivas
flores do ciúme

Cuidado com os amores passageiros… eles costumam deixar marcas dolorosas que simplesmente não passam.

O elogio é um meio muito usa­do, mas sempre novo, de render homenagem à vaidade alheia.

Já lá dizia o poeta que a verdade pode ser às vezes inverossímil.

Não era ódio. Era amor. Alguns sintomas são os mesmos.

O amor tem o poder de prolongar as distâncias.
Os passos perdem a pressa. Chegar não é mais importante.
O encanto está no ir. Um ir eterno, sem destino, sem tréguas.
Um chegar que não chega nunca.

Ser anjo no mundo de hoje não significa outra coisa senão trazer a luz da diferença.

A perfeição no amor consiste no sacrifício dos desejos do amante que deseja somente agradar à pessoa amada.

Só o que manda com amor é servido com fidelidade

Misturo poesia com cachaça e acabo discutindo futebol...

Os homens igualam-se na dor e diversificam-se na alegria.

Onde há música não pode haver maldade.

Bem diz o Eclesiastes: Algumas vezes tem o homem domínio sobre outro homem para desgraça sua. O melhor de tudo, acrescento eu, é possuir-se a gente a si mesmo.

O vício é muitas vezes o estrume da virtude.

Não é mau este costume de escrever o que se pensa e o que se vê, e dizer isso mesmo quando não se vê nem pensa nada.