Nem tudo e Facil de Cecilia Meireles
Alguém na plateia reivindica: Tudo bem que platéia não tenha mais acento, mas eu quero meu assento pra ver o show!
Nunca chore por tudo nem na hora errada. Quando chorar, seja sempre lágrimas... nunca chore pitangas.
Sabendo que seu filho será tudo aquilo que aprender, certifique-se de que você é tudo isso que ensina.
Jamais façamos o que a lei proíbe, para não sermos criminosos. Também não façamos tudo o que é permitido, para não sermos monstros legais... Afinal, são muitos os casos em que a lei permite barbaridades.
Acho que ainda descobriremos que nada corresponde obrigatoriamente aos nossos conceitos, e que tudo é uma questão de olhar... Nada nos foi entregue pronto, no que tange o correto. A humanidade sim, construiu seus patamares, e quem chegou primeiro para estabelecer ditou o que ainda pode ser desmanchado em sua essência, visando recompor o mundo moral, quiçá, dito espiritual... Ou ideal.
FEIOSO DE BRIO
Queira tudo que trago;
não se faça de lua,
que não sou lago,
só a quero se for
pra ter mais que o perfume;
o fruto e a flor...
Jamais fui abstrasto,
afinal tenho corpo,
não só extrato;
sua voz não me acalma
no discurso profundo
sobre minh´alma...
Nunca mais enalteça
minha musculatura
da cabeça
nem me dê de presente
afirmar que sou belo...
mas "diferente".
POEMA BOCEJADO
Essa névoa que a tudo faz grisalho
e revolve num véu a luz do sol,
põe silêncio e preguiça nos meus olhos;
rege os passos num ritmo contido...
Na manhã deste julho quase agosto,
molho a minha poesia no cenário
como se molha o pão no capuccino;
bem mais por hábito que por sabor...
Por falar de sabor, bebo lembranças,
nostalgias, imagens requentadas,
tomo chá com torradas de saudades...
Neste quadro em que a vida quase para
na moldura do momento infinito,
poetar é meu rito; meu despacho...
VOCÊS UM
Para Rodrigo, Alice Lobo e elas
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tudo vezes dois
pra vocês um:
emoção e certeza
do agora e depois,
da vida em comum...
Tudo vejam duplicado,
como quem bebeu;
e desta vez
"vós bebês"
do melhor vinho;
mais doce rum...
E a vida, o mundo
são de vocês...
quatro; três...
vocês um.
NATALINO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Hoje tudo está mais caro.
Deve ser a caridade
do espírito natalino.
PERDOALIDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Perdoar a tudo e todos é a mais altaneira e vantajosa das humildades: atrai prestígio; admiração; referência; status. Difícil mesmo - e todos precisam fazer isso em algum momento -, é pedir perdão... é descer desse pedestal de perdoador em série para reconhecer, aí sim, humildemente, que também precisa do perdão de alguém.
NOSSO DIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Só depois de saber se quer assim
como tudo permite ou diz que seja,
diga sim ao meu sonho de nós dois
ou me veja em meus olhos pra entender...
Por enquanto se feche pra balanço,
analise o contexto das lembranças,
dê um toque de luz na solidão;
uma boa mexida em seu arquivo...
Faço minhas andanças e retorno
para ver se a paixão se preservou
ou ainda está viva nossa história...
É melhor nos calarmos no momento,
pra que o tempo nos dê sabedoria;
nosso dia não tem que ser agora...
BRINCAR DE SEGUIR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Confesso: sonhei tudo que a vida me permitiu, e quase nada chegou às minhas mãos. Mesmo assim valeu a pena, considerando a ilusão de cada dia que me deu mais um dia para sonhar de novo.
Sempre fui de fazer excursões no pensamento e nunca, em toda minha vida, fiz o que não foi de vontade livre. Dei ao vento a mistura dos meus tons, impus meus traços e me fiz assim: do meu eterno faz-de-conta. Sou resultado indiscutível do que sonhei, com realizações ou não.
Neste momento, já deixei a bagagem. Minhas mãos estão livres, minha cabeça idem, meu sentimento é de que a vida me deixou no parque do por enquanto, e se diverte na minha diversão. Meu caminho deixou de ser viagem, para se postergar na preguiça de medir o destino.
Mesmo sem ter chegado a lugar algum, sinto a trajetória cumprida. Minha história dilata o meu limite, sem compromisso de até quando. Só me resta brincar de prosseguir.
HUMANO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Não posso tudo,
e o meu querer
não é bastante.
Nem quero tanto,
com tal poder,
com tanta força
ou tanta farsa.
Depois da estrada
termina o mundo,
e tudo é tudo...
só resta o nada.
DNA LITERÁRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Nestes tempos em que parece que tudo já foi dito e feito, é bom tomarmos muito cuidado com as nossas ideias originalmente "geniais"... e até que se prove o contrário, originais. Como temos as facilidades da web, não custa nada pesquisarmos para saber se alguém já não teve as mesmas ideias.
Bem recentemente aconteceu comigo algo meio frustrante: compus um texto inicialmente "genial", na minha secreta opinião, pela suposta originalidade na construção vertiginosa do mesmo. Feliz da vida, mas responsável, decidi pesquisar. Não demorei a me surpreender com a constatação de que o texto, embora fosse original na escrita, ou na redação, tinha o mesmo engenho de um poema já famoso. Não houve plágio nem cópia, mas a construção de minha escrita fazia lembrar o poema famoso do qual estava esquecido havia tempo... mas habitava o meu inconsciente.
Ler ambos os textos era como ouvir as músicas Esqueça, de Roberto Carlos, e Pense em mim, gravada pela dupla sertaneja Leandro e Leonardo. Ou assistir ao clássico mundial O mágico de Oz e à minissérie brasileira Hoje é dia de Maria. À eterna escolinha do Chaves e a também eterna escolinha do Professor Raimundo. Cada qual com seu texto e construção; recursos universais. Sem cópias ou plágios; porém, todos bebendo em fontes parecidas. Pondo carnes diferentes em esqueletos semelhantes.
Pela consciência de não ter copiado nem cometido plágio, publiquei o texto. No entanto, me senti mal. Desconfortável. Não demorei a retirar. Devo desconstruí-lo, tirar da forma em comum, reconstruí-lo e criar um esqueleto próprio para suas carnes. Toda alma reclama um corpo seu. Somente seu.
FELICIDADE ATÓXICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Faça tudo que o deixe completo e feliz,
pois as faltas se juntam num grande buraco,
nem um caco do todo pode se perder,
sob pena de perdas ou flancos em série...
Viva todas as vidas de sua matriz,
porque não abraçá-las é morte precoce,
tome posse do espaço que tem o tamanho
do seu sonho; seu senso do próprio direito...
Seja todo seu eu, nunca perca o sentido
e jamais se permita evaporar essência,
tenha brio e decência pra romper muralhas...
Só limite os projetos de felicidade
à verdade serena que o livre do caos,
mas não faça esse caos arrastar outra vida...
PASSARINHA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se até o pardal sabiá
e o coleiro cotovia tudo,
por que será que siriri
que não bem-te-vi
antes da pomba estourar,
que aquela doce rolinha
metida a santa andorinha
com os gaviões do lugar?
RENASCENÇA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando tudo pesava nos ombros cansados,
veio a luz emergente; a reflor no sertão;
de repente o passado se uniu aos passados,
revestiu minhas vistas de nova visão...
Era como nascer numa outra versão,
pra voar outra vez, montar sonhos alados,
mesmo assim ter os pés na firmeza do chão
e poder desatar os meus passos guardados...
Tanto não pra que o tempo me dissesse sim,
me salvasse do poço quando já bem fundo;
retirasse da alma os espinhos de abrolhos...
Quando a vida lhe deu de presente pra mim,
descobri a magia da vida e do mundo;
foi o fim do meu fim; renasci nos teus olhos...
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