Nem sempre

A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada
Dá-me um sorriso dos teus
Porque não quero mais nada.

O elogio é um meio muito usa­do, mas sempre novo, de render homenagem à vaidade alheia.

A fotografia sempre me espanta, com um espanto que dura e se renova, inesgotavelmente.

Então liguei pro meu velho amigo de sempre. E ele veio correndo, consertar meu coração, acalmar meus medos. E disse que nada mudou, foram 56 mil anos mas nada mudou. Ele ainda está aqui pra mim.

Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

A paciência é uma maldição de família. Há sempre um coringa que não se deixa iludir. Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele.

Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respirar nossas fraquezas.

Permita-se ser feliz sempre, sem se importar como, onde ou quando, a vida não para, não perca tempo para fazer, ter e viver algo.

Terei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer. Não sei viver de mentira. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.

De me sentir sempre como me sinto quando chega a tarde. Um horário protegido pelas horas secas da manhã e frias da noite. Um horário para dormir sem ser o sono oficial e pra amar sem ser o amor oficial. Um horário não-oficial que acaba sendo mais vida do que os outros.

Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.

Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar.
Por essa razão escrevo.

Sou uma ótima dona de casa: sempre que me divorcio, eu fico com a casa.

O drama de uma vida sempre pode ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo nos ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não, lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quisera deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quisera se vingar? Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.

O duro ofício de escritor

Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.

A verdade pode machucar, mas é sempre mais digna.

É importante entender que o sofrimento quase sempre é uma opção individual.

Essa sensação estranha de sempre precisar de alguém. Alguém pra conversar, alguém pra me fazer rir ou só alguém pra não me deixar chorar.

As verdades que nos salvam sempre foram anunciadas por uma minoria... e rejeitadas pela maioria."

Então vem sempre aquela voz me dizer que: o começo é sempre hoje.