Nem sei quem sou

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Eu sei que nunca mais encontrarei nada nem ninguém que inspire uma paixão. Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira. Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletirmos, não o fazemos. Sei que nunca mais saltarei...

Jean-Paul Sartre
SARTRE, J., Náusea, 1938

Sei a minha sina.
Um dia meu nome será lembrança de algo terrível.
De uma crise como jamais houve sobre a Terra.
Da mais profunda colisão de consciências.
De uma decisão conjurada contra tudo que até então foi acreditado, santificado, requerido.
Não sou um ser humano, sou uma dinamite, na transvaloração de todos os valores.
Eis a minha fórmula para um ato de suprema octognose da humanidade que em mim se fez gene e carne...

Minha esperança é imortal. E eu repito, IMORTAL! Sei que não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser, dá pra mudar o final.

Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal-estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Contemplo o lago mudo
que a brisa estremece
Não sei se penso em tudo
ou se o tudo me esquece

O lago nada me diz,
não sinto a brisa mexe-lo
Não sei se sou feliz
nem se desejo se-lo

Tremulos rincos risonhos
na agua adormecida
porque fiz eu dos sonhos
a minha única vida?

Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por quê, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar…

De vez em quando eu não sei o que fazer comigo mesmo e com o meu gênio. É um saco estar sorrindo e dois minutos depois chorando.

O tamanho desse amor que é tão bonito, eu não sei o dizer, pois não sei qual o tamanho do infinito, e o que existe de mais lindo ainda é pouco para este amor.

Pense que eu cheguei de leve, machuquei você de leve, e me retirei com pés de lã. Sei que o seu caminho amanhã, será tudo de bom, mas não me leve.

Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo, e não sei como falar – a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E sei que passei todas as vidas, antes desta, procurando você. Não alguém como você, mas você, porque a sua alma e a minha têm de estar sempre juntas.

Noah Calhoun
SPARKS, N. O Diário da Nossa Paixão. Lisboa: Presença, 2001.

Foi nessa idade que a poesia me veio buscar
Não sei de onde veio
Do inverno, de um rio
Não sei como nem quando
Não, não eram vozes
Não eram palavras
Nem silêncio
Mas da rua fui convocado
Dos galhos da noite
Abruptamente entre outros
Entre fogos violentos
Voltando sozinho
Lá estava eu sem rosto
E fui tocado.

Pablo Neruda
Antología fundamental

Nota: Tradução de trecho do poema "La poesia"

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Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma coisa só - a inteira - cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?

Eu não sei dizer se é esse teu sorriso
Que me encanta e me fascina
Ou se é esse teu olhar que me domina
E que me prende
Não sei dizer ainda se é esse teu jeito que me atrai
E que me acende
Mas certamente há algo de especial entre nós
Que a esta realidade suplanta, transcende

De alguma forma eu sabia que seria amor. Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho, as vezes ele também gosta de pregar peças, sei lá, talvez queira provar que também sabe ser vilão. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.

Quanto a mim dou graças
pelo que agora sei
e, mais que perdoo, eu amo.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Objeto de amor.

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Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Por enquanto

Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que
Alguma coisa aconteceu
Está tudo assim
Tão diferente...

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era para sempre
Sem saber
Que o para sempre
Sempre acaba...

Mas nada vai
Conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí, então, estamos bem...

Mesmo com tantos motivos
Para deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo
De volta para casa...

Eu não sei se tem alguma coisa que alivia a gente
mais do que quando chega alguém perto de nós naqueles
momentos difíceis. Pega nossa mão e diz: “Eu estou aqui!”

Eu sei como é ter que suportar tudo dando errado, e sorrir fingindo que tudo está dando certo.