Nem Sabes Chegaste quando eu te Sonhava Poema
Eu vou tomar coragem!
Eu vou me entregar mesmo, porque eu descobri que com você me sinto bem.
E não importa o que os outros digam ou pensem sobre isso, eu vou viver a minha vida, eu vou tomar conta de mim, eu vou tomar conta de ti.
Eu vou te abraçar quando me der vontade,vou te dar um beijo sem me preocupar se alguém está olhando.Eu quero viver isso intensamente mesmo, pra não ter um dia a sensação de que eu poderia ter sido feliz e não fui por causa dos outros.
Eu não sei exatamente o que eu sinto por você , mas eu sei dizer que é tão bom ficar do seu lado.
Tão bom,tão bom,tão bom...
'Eu quero te dizer que já faz tempo que a minha magia não funcionava e que os meus olhos não brilhavam tanto, e que foi só você chegar pra que tudo voltasse a crescer e eu recuperasse esse fôlego de jovem que toma água da fonte, mas tenho que te confessar também que morro de medo de te dizer essas coisas tanto quanto morro de vontade de te dizer tudo isso e mais agora mesmo. Eu quero te levar adiante, e quero te dar todo o valor que te cabe. Quero te sentar nos lugares que você merece sentar-se e te dar o cuidado e o respeito que você merece, quero aprender a decifrar todas esses teus enigmas cinzas e coisas que você me diz e que me deixam forte, forte, forte – e fraca de tanto querer. Quero que você perceba que abri espaço agora, e que você pode se acomodar e ficar até o dia que eu não vou me atrever a dizer qual é.'
Não, eu nunca serei um "grande escritor",
destes que os intelectuais falam com pompa e entusiasmo,
e que povoam as galerias dos imortais,
ou que são estudados nas aulas de literatura.
Não tenho este tipo de pretensão,
mas não seria nem se eu o quisesse,
pois a natureza não me fez assim.
A natureza me fez poeta, apenas,
e se isso for lá grande coisa,
não me importa que me chames 'um poetinha', tão somente,
se é que se faz necessário chamar-me de alguma coisa.
Se não, me chame apenas pelo meu nome, e isto basta.
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo...
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo tanto...
Pois eu sonhei contigo e caí da cama.
Ai, amor, não briga! Ai, não me castiga!
Ai, diz que me ama e eu não sonho mais!
O MUNDO DOS HOMENS ENVOLVE-ME
O mundo dos homens envolve-me,
porém não me abraça.
Eu não tenho nada com a onda,
mesmo que naufrague dentro dela.
Se tu não sentes esta coisa simples que eu sinto,
esta unidade que não se rompe,
mesmo quando compreende e participa...
(Então, ó deuses, de que somos, de quem somos, quem somos, e como provaremos sermos todos irmãos?)
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
Enão pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
Dantes eu queria
Embeber-me nas árvores, nas flores,
Sonhar nas rochas, mares, solidões.
Hoje não, fujo dessa idéia louca:
Tudo o que me aproxima do mistério
Confrange-me de horror. Quero hoje apenas
Sensações, muitas, muitas sensações,
De tudo, de todos neste mundo — humanas,
Não outras de delírios panteístas
Mas sim perpétuos choques de prazer
Mudando sempre,
Guardando forte a personalidade
Para sintetizá-las num sentir.
Quero
Afogar em bulício, em luz, em vozes,
— Tumultuárias [cousas] usuais —
o sentimento da desolação
Que me enche e me avassala.
Folgaria
De encher num dia, [...] num trago,
A medida dos vícios, inda mesmo
Que fosse condenado eternamente —
Loucura! — ao tal inferno,
A um inferno real.
Mudaram as estações
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa
Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa
Mudaram as estações,
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando eu penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
estamos indo de volta pra casa
Dentro
Me escondi
Pra não ter que ver você dizer
Coisas que eu não merecia ouvir
Era você ou eu
Escolhi
O pior lugar pra me esconder
Me tranquei por dentro de você
E não sei mais sair
Pela rua penso em ti
Volto em casa penso em ti
No trabalho sem querer
Quando vejo to pensando em você
Ressurgi,
De onde não imaginei
E aprendi que nunca sei
Enganar meu coração
Escrevi,
Frases soltas pelo chão
Esperei você dormir
Pra jurar minha paixão…
No máximo o que eu sinto
É pena das pessoas
Mas nunca tenho pena de mim
Eu sei que é um egoismo cruel
E vou por esse mundo
Sem fé...
Durante todos estes anos, duas ou três frases foram verdades.
Os "eu te amo" mais sinceros foram pra quem não amei.
E os homens que amei não me escutaram.
Eu não sei o lugar certo de dizer.
A hora certa de ser humana.
Tenho a sincronia de um espantalho.
Paralisada.
Ninguém precisa se assustar comigo.
Eu sou de mentirinha.
No começo eu prestava atenção
em todas as palavras que você ia me dizendo
me custava muito acreditar que aquilo tudo
estava acontecendo
eu sentia que você não queria me magoar
escolhia cada letra e cada pausa e desviava
o olhar
nas horas em que era inevitável dizer o que
pretendia
você pretendia me deixar, deixava claro
que juntos fomos ótimos parceiros mas
que de agora em diante
era cada um para o seu lado, e apesar da
saudade
era assim que tinha que ser
você não respondeu minhas perguntas,
foi evasivo, gaguejou
fugiu do assunto várias vezes e quando
voltava era pra repetir:
não dá mais
não dá mais, não posso mais,
não vou deixar você tirar minha paz,
eu concordo
aceito, assino a separação, não vou fazer
escândalo
e quando eu te encontrar com essa que
tomou o meu lugar
(é evidente, não venha negar), vou ser
civilizada
não vou quebrar os pratos nem te
constranger
você não vai me reconhecer, não vai
mais me proteger
não vai mais me amar, não vai mais
telefonar,
não vai mais aparecer. não vai mais dizer
meu nome,
não, eu agora já não estou te ouvindo mais
Sem Título (1984)
Eu não quero ficar em silêncio
Não mais!
Eu não quero escrever no banheiro
Jamais.
Eu não quero ficar no escuro
Não mais!
Eu não quero me sentir solitário
Nunca mais.
Eu não quero viver com quem é fraco
Não mais!
Eu não quero me sentir tenso
Jamais.
Eu não quero sofrer
Não mais
Eu não quero peso nas costas
Nunca mais.
Eu não quero deixar de sorrir
Jamais
Eu não quero andar de passo leve
Não mais.
Eu não quero viver gastando palavras
Pra quem não me ouve jamais!
Eu não quero dúvidas de quem não me aceita, não mais!
Eu não quero o silêncio
De quem não me preenche com palavras de paz.
(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, Para dar tempo de eu seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não."
Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d´água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
Eu quero que mamãe me veja pintando a boca em coração
Será que vai morrer de inveja ou não
Ai, se papai me pega agora abrindo o último botão
Será que ele me leva embora ou não
Será que fica enfurecido será que vai me dar razão
Chorar o seu tempo vivido em vão
Quis ligar pra você tantas vezes...
Mas eu sabia que eu não podia
Pois ele poderia ver
Ou até mesmo querer atender o telefone
E por um momento eu tive inveja dele
Por que ele tem os teus beijos
Por que ele tem o teu abraço
Por que ele pode deitar-se entre tuas coxas
Todas as noites
Por que ele tem você consigo...
E eu,aqui,
Tenho-te tão pouco...
Mas o pouco que eu te tenho
Já invade toda a minha alma!
Os Cegos do Castelo
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
Acontece
Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
– Se eu soubera, dizia Soares, que no fim de tão pouco tempo a senhora me faria beber fel e vinagre, não teria prosseguido em uma paixão que foi o meu castigo. Fernanda, muda e distraída, mirava-se de quando em quando em um psyché, corrigindo o penteado ou simplesmente admirando a esquivança desarrazoada de Fernando. Soares insistia no mesmo tom meio sentimental. Afinal, Fernanda respondia desabridamente, exprobrando-lhe o insulto que fazia à sinceridade dos seus protestos.
– Mas esses protestos, disse Soares, é que eu não ouço; é exatamente o que eu peço; jure que eu estou em erro e fico contente. Há uma hora que lho digo.
– Pois sim...
– O quê?
– Está em erro.
– Fernanda, juras-me isso?
– Juro, sim...