Não tenho Culpa se Inveja

SONETO LXX
Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

Todos os homens nascem livres e iguais; se, depois, decidem casar-se, a culpa é deles.

Quem perdoa uma culpa encoraja a cometer muitas outras.

O nascer não se escolhe e não é culpa nascer do ruim, e sim imitá-lo; e é culpa maior nascer do bom e não imitá-lo.

Em certas circunstâncias o silêncio de poucos é culpa ou delito de muitos.

O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo, o maior mal que existe no mundo, um enorme direito.

Em tese geral não há homem feliz sem mérito, nem desgraçado sem culpa.

Todos os tipos de aversão podem ser curados, menos aqueles que florescem da inveja.

Apenas a miséria é sem inveja.

O espírito condena tudo o que não inveja.

A inveja honra os mortos para insultar os vivos.

Se nós invejamos os outros, eles por sua vez nos invejarão: o mal da inveja não conhece limites.

Ambicionando o louvor e admiração dos outros homens, provocamos frequentes vezes a sua inveja e aversão.

Os poderosos devem saber que à sombra deles cresce inevitavelmente, mais perigoso que a inveja, o ressentimento daqueles mesmos que vivem dos seus favores.

Já me disseram que sou bom de chegada e ruim de saída. Devo reconhecer que é verdade. Mas a culpa não é minha.

Um amigo... racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão.
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Dizem que não há nenhum problema tão terrível que você não possa adcionar um pouco de culpa e torná-lo ainda pior.

Não esquecer que as nuvens estão improvisando sempre, mas a culpa é do vento.

No fundo, a culpa de tudo o que acontece em nossa vida é exclusivamente nossa. Muitas pessoas passaram pelas mesmas dificuldades que passamos, e reagiram de maneira diferente. Nós procuramos o mais fácil: uma realidade separada.

A culpa não foi sua por não ter dado certo, a culpa foi minha. Por achar que você ia dar conta do recado.