Nao sou uma Pessoa que Espera a Elogiar
São as circunstâncias e não a índole o fator determinante para se avaliar o caráter de um homem. Caso falte a ele tais circunstâncias só lhe restará a retidão.
Pressentindo emoções, que hão de vir,
Temo não preencher os seus espaços.
Vou dividir meu ser e ser pedaços,
Substabelecendo o meu sentir.
Cada parte de mim vai se incumbir
De uma só emoção, definir traços,
Dizer do ajustamento dos abraços
E tudo, fielmente, traduzir.
Cada fração, então, irá cuidar
Do sorriso, da lágrima, do olhar,
De modo transparente e bem visível.
Que paz e harmonia haja entre elas.
Do contrário, abrirei novas janelas,
Voltarei a ser uno e indivisível.
Só os mortos não mudam.
deserdados do futuro,
exilados do presente,
são imagens estéreis,
que não mais se reproduzem.
Só os vivos são férteis,
gerando suas imagens
constantemente no mundo.
O escritor é um médium:
vive vidas não vividas,
personagens que não foi,
memórias alienígenas,
lugares que nunca andou,
dores e amores vários,
o que nunca sofreu ou amou,
tudo escorrendo do braço
para a mão que psicografa
o que jamais escreveu
ou que sentiu ou pensou.
Criação ou adoção
o que escreveu como seu,
filho que nunca gerou?
Muitos supôem que o importante na vida é ganhar a qualquer custo esquecendo-se que é preferível não vencer do que pagar o preço da subserviência,da incoerência e da indecência
Aquele que envelheceu,
não sonha mais impossíveis.
Conformado e conformista,
o mundo é o seu cansaço.
Ele é o que já foi
e o futuro será igual.
O passado que não existe
habita o presente morto.
Envelhecemos quando o que fomos
é maior do que o que somos.
Ordem e desordem, portanto, são conceitos funcionais. Caos, para o homem, é tudo aquilo que não se ajusta aos seus padrões de ordem, a esquemas perceptuais inatos ou ad-quiridos.
O caos não existe em si, mas referenciado a um dado sistema. Pensamos que a natu-reza é paradoxal, porque acreditamos na repetibilidade absoluta das coisas. Pensamos que só é verdadeiro aquilo que se repete.
Se o homem permanecer durante algum tempo naquilo que ele denomina de caos, em breve descobrirá uma ordem no caos. A ordem é hábito.
PILOTO DE DISCO VOADOR
Um certo pensador disse:
“Após a terceira guerra mundial, não haveria se quer armas para lutar, e todos lutariam na quarta guerra mundial com paus e pedras”.
Há muito tempo atrás o homem já sabia
Quem é o Senhor dos exércitos.
E sobre as promessas de fogo e destruição.
Desde o homem da pedra, o neolítico, o paleolítico,
Até mesmo os Mutantes e Atlantes.
E sabem os homens de hoje,
Que insistem viver mais um instante.
Morrem pelas próprias mãos.
Pelas armas que constroem para a auto-destruição.
E pela Religão, meio vagaroso e letal.
Os Índios já não dançam mais.
O tédio das manchetes dos jornais,
O coração canceroso não agüenta mais.
O vírus da AIDS substituído pelo preconceito
Que mata mais e mais.
Já pregaram a Violência.
E também pregaram a Paz.
Já pregaram sobre o amor,
E já foram contra o aborto.
E dos camarotes assistiram carnavais,
E cantaram hinos de louvor.
Tudo continua.
Nada mudou.
E Eu agora,
Piloto um disco voador.
A radiação da bomba atômica arrancou os seus cabelos.
Duas baratas escaparam, outra civilização começou.
Vamos “meu amor”, o mundo acabou!
Seguiremos agora por um outro caminho.
Eu irei te levar!
No meu disco voador.