Nao sou uma Pessoa que Espera a Elogiar
Viver se iludindo é a mesma coisa que tentar dormir o dia inteiro. Não adianta, uma hora você acorda.
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar.
É por isso que na graça eu me mantive sentada, quieta, silenciosa. E como em uma anunciação. Não sendo porém precedida por anjos. Mas é como se o anjo da vida viesse me anunciar o mundo.
Rosa Vermelha
Trago uma rosa vermelha
aberta dentro do peito
e já não sei se é comigo
se é contigo que me deito.
A minha rosa vermelha
mais parece uma romã
pois quando aberta de noite
não se fecha de manhã.
Trago uma rosa vermelha
na minha boca encarnada
quem me dera ser abelha
de tua boca fechada.
Trago uma rosa vermelha
não preciso de mais nada.
O tempo não é uma medida: mas uma qualidade. Quando voltamos ao passado, não estamos voltando uma fita, mas relembrando uma passagem sobre a Terra. Não se mede o tempo como se mede uma estrada, já que damos saltos gigantescos para tráz (lembranças) e para frente (projetos).
A esperança também não tem número. Perder uma coisa é inefável: nunca sei onde as coloquei. (...) Ser é de um provisório impalpável. (...) Juro que preciso de soluções. Não posso ficar assim completamente no ar.
Não era um tanto esquisito ela não saber quem era? E também não era uma injustiça o fato de ela mesma não poder determinar sua aparência? Isto simplesmente lhe tinha sido imposto ao nascer. Seus amigos, estes sim ela talvez pudesse escolher, mas não tinha tido a chance de escolher-se a si própria. Não tinha sequer decidido ser uma pessoa.
O que era uma pessoa?
Não importa se é simples ou luxuoso,
rude ou delicado, bagunçado ou organizado:
o quarto de uma mulher é sempre um Castelo
em que um homem precisa fazer-se digno para entrar.
Resisti à tentação de dizer que não, subiria também, não podia passar mais uma noite longa dela. Tentação de abraçá-la, esquecer tudo que havia passado, subir também. Mas alguma coisa me dizia que o meu lugar era embaixo, que eu era apenas uma testemunha, um espectador, o lado passivo do seu mistério.
- Você é uma menininha.
- Perto de você eu consigo ser e você não sabe o prazer que isso me dá.
- Se sentir menina?
- Estar com um homem, eu só andei com moleques nos últimos anos !
Se você é bonito, pode ter um cérebro do tamanho de uma ervilha. Se você não é bonito, pode não ter um cérebro de ervilha, então depende da ervilha e da beleza. Do tamanho da beleza. E do da ervilha.
No ombro do planeta
(em Caracas)
Oscar depositou
para sempre
uma ave uma flor
(ele não fez de pedra
nossas casas:
faz de asa).
No coração de Argel sofrida
fez aterrissar uma tarde
uma nave estelar
e linda
como ainda há de ser a vida.
(com seu traço futuro
Oscar nos ensina
que o sonho é popular).
Nos ensina a sonhar
mesmo se lidamos
com a matéria dura:
o ferro o cimento a fome
de humana arquitetura.
Nos ensina a viver
no que ele transfigura:
no açúcar da pedra
no sonho do ovo
na argila da aurora
na pluma da neve
na alvura do ovo.
-Oscar nos ensina
que a beleza é leve.
Um homem deve casar-se com uma mulher com quem ele adore conversar
com quem ele não perceba passar as horas enquanto conversam
porque com o passar dos dias o homem vai deixando de funcionar direito
e a única coisa que ele poderá fazer é justamente isto: conversar
Você sabe, a vida sem uma pitada de drama e outra de complicações não teria tanta graça. Mas convenhamos, é só uma pitada, não a panela cheia.
Não é uma questão de sorte. As coisas acontecem na hora certa e da maneira que têm que acontecer, seja pra ensinar ou pra mostrar alguma coisa, sempre aprendemos. Tudo que temos é fruto de uma conquista, seja ela fácil ou difícil.
Interessante: todos confiam em um cara com uma capa de chuva. Não entendo bem porquê... Talvez seja apenas uma das curiosidades da vida...
O amor chega em uma hora e eu ainda não consegui comer, escolher a roupa, arrumar minha franja, decidir se já posso amar. O amor chega em uma hora e vai quebrar meu gesso mas eu não decidi se os ossos já estão bons o suficiente. Mas ele vai chegar com trinta martelos e eu vou estar esperando, forte e decidida, pra receber a porrada. E o ar que vai entrar. E mais dor. E o ar que vai entrar. E quem sabe então alguma felicidade, já que fui corajosa. Quem sabe a felicidade seja a harmonia entre a dor e o ar que entram pelos poros que temos coragem de abrir? E quem sabe só o amor seja o martelo possível?Escrevo isso e choro. Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro.
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