Nao posso te Ajudar

O grande prazer que nos dá falarmos de nós próprios deve fazer-nos recear não darmos nenhum aos que nos ouvem.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

Pois bem, que é que o autor coloca nos seus livros? O que ele não é e gostaria de ser, como nos sonhos. Os livros são desejos recalcados, atos falhos.

Não existe prazer que não diminua ao ser conhecido.

Não peças crédito sobre o que tu ainda não herdaste.

Como ao bem ocupado não há virtude que lhe falte, ao ocioso não há vício que não o acompanhe.

Não se converte um homem quando o reduzimos ao silêncio.

Não há nada de justo ou de injusto que não mude de qualidade ao mudar de clima.

Lastimamo-nos da nossa ignorância, mas é ela que produz quase todo o bem do mundo: não prever faz com que nos empenhemos.

Não há dois tempos iguais de solidão porque nunca se está só da mesma maneira.

O homem não precisa de viajar para engrandecer; ele traz em si a imensidade.

Não haverá, entre um espírito que abarrota de invenções alheias e outro que inventa por si próprio, a mesma diferença que vai de um recipiente que se enche de água à fonte que a fornece?

De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume...

O penoso fardo de não ter nada para fazer.

A verdade pode ser interessante, mas não é indispensável.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.

O homem não pode de forma alguma impedir de ter pela mulher um desejo que a aborrece; a mulher não pode de forma alguma ter pelo homem uma ternura que o aborrece.

Quem nos diz que o inferno, tal como o céu, também não tem os seus santos?

Não existe um malvado feliz.

A aptidão para a felicidade não é igual em todos os homens. Ela é mais forte nos medíocres, do que nos homens superiores ou imbecis.