Nao Obrigo que Ninguem Goste de Mim
Amores eternos existem sim, e superam qualquer coisa, mesmo quando ninguém mais acredita neles, eles continuam sempre à espreita, esperando apenas um olhar, um retorno, uma reconciliação.
Sou eu sozinha quem carrega todo esse peso nas costas, isso ninguém percebe, ninguém valoriza. Não, eu não nasci para viver neste tempo.
Ninguém escolheria uma existência sem amigos, mesmo que fossem oferecidas todas as outras coisas do mundo.
Existo como sou, isso é o que me basta: se ninguém mais no mundo toma conhecimento, eu me sento contente; e se cada um e todos tomam conhecimento, eu contente me sento. Existe um mundo que toma conhecimento, e este é o maior para mim: o mundo de mim mesmo. Se a mim mesmo eu chegar hoje, daqui a dez mil ou dez milhões de anos, posso alcançá-lo bem disposto ou posso bem disposto esperar mais.
Depois eu lembrei que todo mundo passa mas ninguém fica e tive vontade de chorar o choro mais longo e pesado do mundo.
Ninguém saberia de que negras raízes se alimenta a liberdade de um homem.
Ninguém nunca me viu tão transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente.
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ninguém escreve para ganhar fama, que, de qualquer maneira, é coisa transitória, ou para atingir a imortalidade. Seguramente, escrevemos em primeiro lugar para satisfazer alguma coisa que se acha dentro de nós, não para as outras pessoas. É claro que, quando os outros reconhecem os nossos esforços, a satisfação interior aumenta, mas, mesmo assim, escrevemos primeiramente para nós mesmos, seguindo um impulso que vem de dentro.
Mas se eu gritasse uma só vez que fosse, talvez nunca mais pudesse parar. Se eu gritasse ninguém poderia fazer mais nada por mim; enquanto, se eu nunca revelar a minha carência, ninguém se assustará comigo e me ajudarão sem saber; mas só enquanto eu não assustar ninguém por ter saído dos regulamentos. Mas se souberem, assustam-se, nós que guardamos o grito em segredo inviolável. Se eu der o grito de alarme de estar viva, em mudez e dureza me arrastarão pois arrastam os que saem para fora do mundo possível, o ser excepcional é arrastado, o ser gritante.
O horrível dever é ir até o fim. E sem contar com ninguém. Viver a própria realidade. Descobrir a verdade. (...) Pois não posso mais carregar as dores do mundo.