Nao Obrigo que Ninguem Goste de Mim

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O governo é como toda as coisas deste mundo: para o conservarmos temos de o amar.

Há algo de tão magnífico com um grande homem: um homem de honra.

Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.

Quando se envelhece, as irritações transformam-se em tristeza.

O interior das famílias é muitas vezes perturbado por desconfianças, ciúmes e antipatias, e enganam-nos as aparências de satisfação, calma e cordialidade, fazendo-nos supor uma paz que não existe; poucas há que ganham em ser aprofundadas.

Para os homens, ter um guia é tão fundamental como comer, beber e dormir.

A velhice é um naufrágio.

O desespero é o maior dos nossos erros.

O comércio é a escola do engano.

Em qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da duração.

Os pintores só devem pintar com os pincéis na mão.

O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade: advertência de desordens que se devem reparar.

A Máquina do Mundo

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.

(Trecho de A Máquina do Mundo).

O louvor que mais prezamos é justamente aquele que menos merecemos.

Os vícios, como os cancros, têm a qualidade de corrosivos.

A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento.

É verdade que, por vezes, os militares, exagerando da impotência relativa da inteligência, descuram servir-se dela.

As mulheres dão mais valor aos atrativos do que as paixões.

A maior parte dos desgostos só chegam tão depressa porque nós fazemos metade do caminho.

Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.