Nao Ligo pra o que Voce Pensa

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Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu escrevo.

Ricardo Reis
Poemas de Ricardo Reis. Lisboa: Imprensa Nacional, 1994.

Mas o que sou eu então? Uma coisa que pensa. E o que é uma coisa que pensa?

Somos a única espécie, em meio a milhões na natureza, que pensa, tem consciência de si mesma e escreve sua história. Um privilégio indescritível. Mas temos escrito uma história que nos liberta ou nos aprisiona? Muitos vivem em sociedades livres, mas são escravos das suas emoções. Não treinam sua psique para construir um amor inteligente e uma mente brilhante e, por isso, desenvolvem transtornos psíquicos que os controla e que asfixia os outros.

O ser humano é o mais fraco objeto do mundo, mas é um objeto que pensa.

É falando sem pensar que a gente fala o que pensa.

Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Quando da bela vista e doce riso
Tomando estão meus olhos mantimento,
Tão enlevado sinto o pensamento,
Que me faz ver na terra o Paraíso.

Tanto do bem humano estou diviso,
Que qualquer outro bem julgo por vento;
Assi[m] que, em caso tal, segundo sento,
Assaz de pouco faz quem perde o siso.

Em vos louvar, Senhora, não me fundo,
Porque quem vossas cousas claro sente,
Sentirá que não pode conhecê-las.

Que de tanta estranheza sois ao mundo,
Que não é de estranhar, Dama excelente,
Que quem vos fez fizesse céu e estrelas.

Luís de Camões
Sonetos de amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

Eu tento fingir que não ligo, tento demonstrar desprezo, tento me enganar e dizer que não preciso de você. Mas eu só tento.

O segredo é deixar com que seus olhos sejam os espelhos onde alguém queira ter o reflexo.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito

Os opostos se distraem...
Os dispostos se atraem.

Cada um é responsável por aquilo que cativa.

Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.

Caso esteja se sentindo muito só, caso seu coração ainda seja puro, caso seus olhos ainda conservem o deslumbramento de uma criança, você descobrirá que as estrelas lhe sorriem e que você poderá ouvi-las como se fossem 500 milhões de sinos.

"Bom dia", disse a raposa.
- "Bom dia", o Pequeno Príncipe respondeu educadamente. "Quem é você? Você é tão bonita de se olhar."
- "Eu sou uma raposa", disse a raposa.
- "Venha brincar comigo", propôs o Pequeno Príncipe. "Eu estou tão triste."
- "Eu não posso brincar com você", a raposa disse. "Eu não estou cativada."
- "O que significa isso - cativar?"
- "É uma coisa que as pessoas freqüentemente negligenciam", disse a raposa. "Significa estabelecer laços." "Sim", disse a raposa. "Para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. E você por sua vez, não tem nenhuma necessidade de mim. Para você eu não sou nada mais do que uma raposa, mas se você me cativar então nós precisaremos um do outro".

A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse:
- "Por favor cativa-me."
- "O que eu devo fazer para cativar você?", perguntou o Pequeno Príncipe.
- "Você deve ser muito paciente", disse a raposa. "Primeiro você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia."

No dia seguinte o principezinho voltou.
- "Teria sido melhor voltares à mesma hora", disse a raposa. "Se tu vens por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens por exemplo a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos".

Então o Pequeno Príncipe cativou a raposa e depois chegou a hora da partida dele.
- "Oh!", disse a raposa. "Eu vou chorar".
- "A culpa é sua", disse o Pequeno Príncipe, "mas você mesma quis que eu a cativasse".
- "Adeus", disse o Pequeno Príncipe.
- "Adeus", disse a raposa. "E agora eu vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas você não deve esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa."

– Que é preciso fazer? Perguntou o pequeno príncipe.
– É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada, te sentarás mais perto...

Quem sabe o que é correto age corretamente (...)
O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente.

“Eu” – pensou o pequeno príncipe, – “se tivesse cinqüenta e três minutos para gastar, iria caminhando calmamente em direção a uma fonte...”

Sei que a pessoa tá com o celular desligado mas ligo só pra escutar a voz da pessoa na caixa postal. Não sei amar sem ter 12 anos.