Nao Gosta de Mi Olha minha Cara
Acabei me entristecendo aos poucos. Não aguento todo esse peso do mundo, entende? E, de tão vago, não sei sequer dizer do que se trata, o que ou quem foi o culpado por tudo isso. Penso que eu também não sou a vítima. Mas queria deixar claro que isso é o que menos importa. Sei que vou sofrer por um bom tempo, talvez não tenha cura.
Você não sabe da metade. Aliás, você não sabe de nada. Muito menos que eu passo a maioria das noites preocupado com você.
Há um tempo eu venho pensando em desistir, sair dessa loucura, mas só hoje eu tomei coragem. Não vale a pena continuar.
De uns tempos pra cá, fui percebendo uma frieza que não existia. Não digo pelo clima — Salvador faz um calor danado —, mas por tudo o que anda acontecendo comigo.
Passei também a não atender celular. Com o tempo, já não marquei mais nada e fui cortando papo. Não queria mostrar que estava tudo bem, porque não estava.
Lamentei porque não chegou a acontecer nada. Porque se ao menos tivesse acontecido, isso o que eu sinto faria mais sentido.
A verdade é que sou intenso demais e não há quem dê jeito nisso. Vou colecionando amores que não dão certo, vou inventando maneiras pra remendar a felicidade, vou segurando lágrimas nos olhos. Sofro dores que não são minhas, me enraivo por besteira. Vibro com alegrias que não me pertencem, torço pro outro ser feliz, e eu me viro depois. O bom de tudo é que, toda noite antes de dormir, eu rezo, peço a Deus baixinho que um dia tudo dê certo. Vai dar, eu sei.
Eu tenho uma capacidade incrível de me apaixonar por quem eu não devo. De sofrer por quem me despreza. De pedir perdão mesmo não sendo o culpado (...).
Eu já sai dessa. Não dá mais pra continuar com essa sensação de velhice e desânimo. Há uns três meses praticamente não saio de casa, fico enjoado com tudo, tomo ódio de tudo. Perdi o contato com as pessoas que eu considerava interessantes, fico vivendo de um jeito que não é pra ser. Uma vida toda interna, lendo, pensando, maquinando, escrevendo, ouvindo música melancólica o tempo inteiro. Daí, então, hoje percebi que me sinto bem... Não dá pra explicar. Lá fora tem muita nuvem azul e anda fazendo o maior sol.
Já não sinto mais aquelas dores de antes. Não choro mais. Não sei o que é dentro, o que é fora. Tá tudo seco. Eu já não sinto nada, o que é ainda pior.
Eu pensei que esse vazio por dentro fosse o limite. Não sabia que poderia existir alguma coisa após isso, além disso.
Gritei, discuti, bati bastante porta. Mas não vale a pena. Hoje, vejo que foi desnecessário. Passei a ter vergonha de mim por essas coisas. Decidi me poupar mais.
Mas não pode ser assim. As pessoas não podem ser vistas como sacolas descartáveis. Usadas e depois jogadas fora.
Não gosto de ouvir as pessoas falando em coisas que não foram, que não deram certo. Penso que a dor é exclusiva minha. Sou egoísta nisso. Gosto mesmo é de ver pessoas felizes, histórias dando certo, olhos brilhando de ansiedade. Eu não combino com isso, sou caso perdido.
Na terça eu já tinha pensado sobre isso, mas só agora decidi que não vou perder tempo me envolvendo com pessoas que não sejam para mim, que não tenham nada a ver. Meu foco agora não é esse.
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