Não Existe Dificuldades
(…) não existe vida quando a gente está triste e só, e ninguém quer saber de quem está por baixo. Não vale a pena sofrer, meu amor, de tudo o que eu passei, essa foi a única lição (…)
Quanto mais precisarmos, mais Deus existe. Quanto mais pudermos, mais Deus teremos.
Ele deixa. (Ele não nasceu para nós, nem nós nascemos para Ele, nós e Ele somos ao mesmo tempo.) Ele está ininterruptamente ocupado em ser, assim como todas as coisas estão sendo, mas Ele não impede que a gente se junte a Ele e, com Ele, fique ocupado em ser, numa intertroca tão fluida e constante – como a de viver. Ele, por exemplo, Ele nos usa totalmente porque não há nada em cada um de nós de que Ele, cuja necessidade é absolutamente infinita, não precise. Ele nos usa e não impede que a gente faça uso Dele. O minério que está na terra não é responsável por não ser usado. (...)
(Na vida e na morte tudo é lícito, viver é sempre questão de vida-e-morte.)
Independente de tudo o que existe, é o amor que transforma, irrita, movimenta, embeleza, enfeia, impulsiona, destrói, liberta e prende
É preciso sinceridade. Existe essa coisa incrível chamada nobreza de caráter e fofurinha de alma. A vontade de aceitar a vida, perdoar as traições, ser amiga de todo mundo, alegrar pessoas. Gostar de gente. Pior: gostar das pessoas como elas são.
Mas se a amizade é o mais importante
E mesmo que tudo pareça perdido
Tenho certeza que existe alguém
Que vai querer te ajudar
Tenho certeza que vai melhorar
Certeza que o dia vai chegar.
Se tudo isso existe, então sou eu. mas por que esse mal-estar? É porque não estou vivendo do único medo que se existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal-estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado.
Porque eu sozinho não consigo: a solidão, a mesma que existe em cada um, me faz inventar.
Eu sempre tive duas vidas. A que eu vivo e a que só existe nos meus sonhos. E eu não sei até que ponto é bom. Me alimentar de pequenos momentos que nunca acontecem, de pessoas imaginárias, coisas superficiais. Talvez sejam apenas coisas que ninguém pode me dar.
Como não existe nada
mais precioso que o tempo,
também não existe maior
generosidade que o perdermos
ajudando aos outros
...QUANDO JA SE ESTÁ QUASE SEM ALMA E SE TEM CONSCIÊNCIA DISSO, É PORQUE AINDA SE EXISTE.
Depois sentava e coNtemplava o mar. Numa hora dessas, torna-se dificil acreditar numa série de coisas, como, por exemplo, que houvesse país como a China e os EUA, ou um lugar como o vietnã, ou que ja tivesse sido criança. Não, pensando bem não era tão inacreditavel assim; a infãncia tinha sido um horror, impossível esquecer isso. E a vida de adulto: todos os empregos, as mulheres, de repente nenhuma, e agora desempregado. Sem ter o que fazer, aos 60 anos. Liquidado. Sem nada. Com um dolar e 20 cents no bolso, o aluguel, pago de antemão por uma semana. O oceano...recapitulou as mulheres na lembrança. Algumas haviam sido boas pra ele, outras não passavam de megeras, interesseiras, meio loucas e tremendamente brutais. Quartos, camas, casas, natais, empregos, cantorias, hospitais, apatia, dias e noites de pura monotonia, sem sentido nenhum, sem chance alguma.
Sentir não é brega. Ao contrário: não existe nada mais chique. Emocione-se e seja o rei da sua insensatez.
