Nao Amplie a Voz dos Imbecis
Em outra vida, eu seria sua garota. Em outra vida, eu faria você ficar. Então eu não precisaria dizer que você foi aquele que foi embora... aquele que foi embora.
Não há vida sem morte, como não há morte sem vida, mas há também uma “morte em vida”. E a “morte em vida” é exatamente a vida proibida de ser vida.
Hoje, algo não muito agradável me despertou uma imensa reflexão a respeito da existência humana...esse curto momento que passamos na terra, que a primeiro momento parece ser eterno, torna-se tão cômico e trágico que não percebemos que as coisas são tão rápidas, tão intensas, tão tristes, felizes...
Sempre foi cheio de objetivos, e isso se perpetuou durante toda minha adolescência: vestibular, universidade, provas, trabalho, na busca de uma vida um pouco melhor. Por incrível que pareça, nunca me liguei muito em felicidade pessoal...pensei sim em realização pessoal, o que é totalmente diferente. Talvez a questão seja essa: nunca refletir que as duas coisas são totalmente distintas...
Hoje aprendi uma coisa muito importante, que talvez eu leve como bandeira de defesa para todos os dias de minha vida: há coisas mais significantes no mundo que o nosso próprio mundo...nossas realizações, objetivos, modo de vida, convicções, atitudes, ideologias, filosofias, sentimentos....tudo isso não se resume em tudo....há sempre algo novo a ser conquistado e que por alguns segundos se transforma em realização pessoal, FELICIDADE.
A felicidade nem sempre está nas coisas boas, férteis. Às vezes é necessário a tristeza, a saudade a solidão para percebermos que ela existe, e mais ainda... para percebermos que ela não é algo transcendental, longe, intocável, pelo contrário...ela estar tão perto, mais tão perto que nem a percebemos.
Às vezes tenho uma imensa vontade de fazer-me pensar de que as coisas podiam ser bem mais fáceis, sei lá...a vida podia ser bem mais aproveitável! Pra que viver num sistema ignorante que nos leva ao trabalho, ao estudo, as regras sociais, por que não ser livre??...pois bem....graças a Deus que isso é apenas uma vontade psicótica, e não uma vontade realística, menos mal.
Confesso que tinha uma velha convicção. Confesso também que pensava que convicções eram convicções: irrefutáveis. E mais uma vez a vida me ensinou que nada é para sempre, as coisas mudam, o mundo muda...e porque não as pessoas?
Por muito tempo vivi isolado. Pensava que o isolamento, talvez era de certa forma normal. Mas o mundo é imenso!! Existem tantas diversidades, tantas culturas, tantas pessoas...quanta gente!
Hoje meu dia valeu por anos já vividos! Descobrir o verdadeiro valor da felicidade! Descobrir que a verdadeira felicidade não estar no meu trabalho, na minha casa, nas minhas convicções, na minha posição social e até mesmo na minha liberdade! Hoje descobrir que a verdadeira felicidade está nas pessoas! E são nelas que encontramos os verdadeiros motivos de seguir em frente, de continuar a luta pela existência e mais ainda...é nas pessoas que descobrimos o verdadeiro sentido da vida, aquela força que te faz levantar todos os dias e enfrentar tantos desafios, certas vezes, da nossa própria ignorância.
Hoje aprendi que a felicidade está no amor, e que o amor está aí...solto, livre, de portas abertas, como uma piscina imensa que te convida a se jogá-la.
Preste atenção naquilo que lhe chama atenção. Não deixe passar despercebido os sinais que a vida nos dá porque eles são a nossa bússola.
Não foi só a noite,
foi mais silêncio.
Tua ausência me buscou;
Não veio lágrima,
o dia já vinha
e só tua ausência
foi que ficou.
Ficou sozinha
com meu eu antigo,
e se entenderam,
se completaram.
Então a lágrima
caiu baixinho
no que restava
do teu carinho.
Explosões
"Não tenho nada a ver com explosões”, diz um verso de Sylvia Plath. Eu li como se tivesse sido escrito por mim. Também não faço muito barulho, ainda que seja no silêncio que nos arrebentamos.
Tampouco tenho a ver com o espaço sideral, com galáxias ou mesmo com estrelas. Preciso estar firmemente pousada sobre algo — ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos.
Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida. Não tenho nada a ver com cipós, troncos, ruídos que não sei de onde vêm e o que me dizem. Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto.
Não tenho nada a ver com boate, com o som alto impedindo a voz, com a sensualidade comprada em shopping, com o ajuntamento que é pura distância, as horas mortas desgastando o rosto, a falsa alegria dos ausentes de si mesmos.
Não tenho nada a ver com o que é dos outros, sejam roupas, gostos, opiniões ou irmãos, não me escalo para histórias que não são minhas, não me envolvo com o que não me envolve, não tomo emprestado nem me empresto. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho, tenho vida própria e suficiente pra lidar, sobra pouco de mim para intromissões no que me é ainda mais estranho do que eu mesma.
Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala, nada possuo de floral ou carnaval, não aprendi a ser festiva, sou apenas fácil.
Não tenho nada a ver com igrejas, rezas e penitências, são raros os padres com firmeza no tom, é sempre uma fragilidade oral, um pedido de desculpas em nome de todos, frases que só parecem ter vogais, nosso sentimento de culpa recolhido como um dízimo. Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Não tenho nada a ver com galáxia, mato, boate, a vida dos outros, os comerciais de TV e igrejas. Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei. Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.
Minto, tenho tudo a ver com explosões.
Deus é semelhante a uma sala
cheia de gás altamente inflamável
não importa se sua fé é uma faísca ou uma tocha
o importante é tê-la
a explosão depende de você
Tenho pena de quem não sabe ter amigos, nem sabe ser verdadeiro, nem tem um colo seguro para poder descansar as dores, nem faz qualquer tristeza acabar em alegria. Tenho pena de gente que não tem família esquisita, nem histórias malucas para contar, nem amores complicados. Tenho pena de gente que não dá a cara a tapa, que não sabe que o melhor da vida é realmente viver.
Sobre a morte?
Sobre a morte nada conheço, não sei dizer.
Mas acho que a morte é esquecimento.
E quem parte continua vivendo
nas lembranças
e nos corações de quem fica.
"E me doeu abrir mão do que eu mais queria, porque incríveis como éramos eu não aceitaria nada que fosse menos."
As mulheres não são ácidas porque querem. São apenas seus espinhos tentando afastar a maldade das pessoas. Uma rosa tão singela e delicada, não tem outra forma de se defender se não os espinhos...
As decepções não são motivos para rejeitar o amor. Muito pelo contrário, elas são a prova de que sempre é hora de recomeçar.
Fui instantaneamente acordada pelo pesadelo criado pelos meus demônios, amedrontada por não poder evitá-los como sempre fiz. E me é cada vez mais instigante o fato de que a cada dia mais eles se assemelham com minha realidade. Antes fossem deveras irreais, visto que de alguma forma minha consciência me diria tranquila que tudo não passara do que os estudiosos chamam de: resto de informação. Sim, todos esses sonhos devem ter fundamento nas minhas mais humilhantes covardias, como se o meu medo atraísse todo o mal que me aguarda ansiosamente. Meu inferno pessoal já sente tanto a minha falta que me persegue antes que houvesse chegado o meu dia, tratando-me já como posse - um brinquedo - por não ter suposto pra minha alma um destino melhor merecido. Assim se fazem meus momentos, torturantes e regados a sorrisos sombrios encobrindo um coração nostálgico e cansado de doer. Quero contar que cada batimento assemelha-se a uma mão áspera que o truxida árduamente, incessantemente, como demonstrando o quão prazeroso é me ver desfalecendo. A sede que um dia sentí pela vida foi se esvaindo tanto quanto não me resta mais desejo de imaginar futuros, nem de me incluir nos planos das pessoas mais próximas. Nem meus mais afetos são capazes de enchergar nas entrelinhas que algo me deixara doente. Mas, seria o choro mais profundo da alma uma doença? Ou o reflexo de que o viver é cansativo demais para quem tem um espírito anêmico e marcado pelas mordidas dilaceradas e com cicatrizes profundas causadas pelos sanguessugas da hipocrisia, da hegemonia posuda e mentirosa, das leis que afligem o pobre e enaltecem o rico. Sinto que até minha fuga do assunto como ele é, vem como uma explicação enigmática pra quem me escuta. Só quem lê com a alma é capaz de entender o que meus demônios me fazem. Tenho saudades do tempo em que sabia dominar ao menos meus pensamentos e minha vida.
Conhecer e sentir tudo isso e não ter palavras para o expressar, faz um ser humano ser uma sepultura de seus próprios pensamentos.
Dentre os amores, o mais puro que há é o amor platônico. Sincero. Ama por que ama e não por que é amado. É belo, lindo, e cruel. Boto cor de rosa da vida real!
