Nao Acabou pra Mim

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A vida é o que você faz dela. Não importa o que seja, às vezes, você vai bagunçar, é uma verdade universal. Mas o lado bom é que você decide como vai bagunçar. As garotas vão ser suas amigas - elas vão fingir de qualquer jeito. Simplesmente lembre-se: às vezes vem, às vezes vai. Aqueles que ficam com você em todos os momentos - eles são seus verdadeiros melhores amigos. Não os deixe. E também lembre-se de ter as melhores amigas do mundo. Os amante, bem, eles vêm e vão também. E amor, eu odeio dizer isso, muitos deles - na verdade, a maioria deles vão partir seu coração, mas você não pode desistir porque se você desistir, você nunca vai achar sua alma gêmea. Você nunca vai achar a metade que te deixa inteira e que estará lá para o que der e vier. Só porque você falhou uma vez, não significa que você vai falhar em tudo. Continue tentando, persista, e sempre, sempre, sempre acredite em você mesma, porque se você não acreditar, quem vai, lindinha? Então mantenha a cabeça erguida, mantenha o queixo erguido, e o mais importante, sempre sorria, porque a vida é uma é linda e há muito o que sorrir nela.

Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa. Esta seria uma receita para a felicidade, se não fosse a idéia terrível de que a produtividade da gente depende inteiramente de nosso modo de sentir. Que há de ser da gente, quando os pensamentos cessarem de aparecer e as palavras adequadas não se apresentarem? Não se pode deixar de tremer diante de tal possibilidade.
É por isso que, embora submetendo-me ao destino como um homem honesto, não deixo de fazer secretamente a minha oração: acima de tudo, que não surja nenhuma doença ou qualquer miséria física que me paralise as faculdades da criação. Como dizia o rei Macabeth: "Morreremos com as armaduras nos ombros".

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais...que vos desprezam...que vos escravizam...que arregimentam as vossas vidas...que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos!...

Olha: não posso mais! Ando tão cheio

Deste amor, que minh’alma se consome

De te exaltar aos olhos do universo...



Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:

E, fatigado de calar teu nome,

Quase o revelo no final de um verso.

A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria

Não alimentem o ódio, tem muita gente por aí com fome de amor.

Quando não cuidamos do corpo, tornamo-nos mais facilmente vítimas dele.

Milan Kundera
A insustentável leveza do ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

Julgareis em vão dar grandeza à vossa alma se não fazeis crescer em virtude.

Quando Você Voltar

Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...

Os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

Pois há um tempo de rosas, outro de melões, e não comereis morangos senão na época de morangos.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica A trama.

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Teologia/1

O catecismo me ensinou, na infância, a fazer o bem por interesse e não fazer o mal por medo. Deus me oferecia castigos e recompensas, me ameaçava com o inferno e me prometia o céu; e eu temia e acreditava.
Passaram-se os anos. Eu já não temo nem creio. E, em todo caso – penso – se mereço ser assado cozido no caldeirão do inferno, condenado ao fogo lento e eterno, que assim seja. Assim me salvarei do purgatório, que está cheio de horríveis turistas da classe média; e no final das contas, se fará justiça.
Sinceramente: merecer, mereço. Nunca matei ninguém, é verdade, mas por falta de coragem ou de tempo, e não por falta de querer. Não vou à missa aos domingos, nem nos dias de guarda. Cobicei quase todas as mulheres de meus próximos, exceto as feias, e assim violei, pelo menos em intenção, a propriedade privada que Deus pessoalmente sacramentou nas tábuas de Moisés: Não cobiçarás a mulher de teu próximo nem seu touro, nem seu asno... E como se fosse pouco, com premeditação e deslealdade cometi o ato do amor sem o nobre propósito de reproduzir a mão-de-obra. Sei muito bem que o pecado carnal não é bem visto no céu; mas desconfio que Deus condena o que ignora.

Teologia/2

O deus dos cristãos, Deus da minha infância, não faz amor. Talvez o único deus que nunca fez amor, entre todos os deuses de todas as religiões da história humana. Cada vez que penso nisso, sinto pena dele. E então o perdôo por ter sido meu super-pai castigador, chefe de polícia do universo, e penso afinal que Deus também foi meu amigo naqueles velhos tempos, quando eu acreditava Nele e acreditava que Ele acreditava em mim. Então preparo a orelha, na hora dos rumores mágicos, entre o pôr-do-sol e o nascer e subir da noite, e acho que escuto suas melancólicas confidências.

Teologia/3

Errata: onde o Antigo Testamento diz o que diz, deve dizer aquilo que provavelmente seu principal protagonista me confessou:
Pena que Adão fosse tão burro. Pena que Eva fosse tão surda. E pena que eu não soube me fazer entender. Adão e Eva eram os primeiros seres humanos que nasciam da minha mão, e reconheço que tinham certos defeitos de estrutura, construção e acabamento. Eles não estavam preparados para escutar, nem para pensar. E eu... bem, eu talvez não estivesse preparado para falar. Antes de Adão e Eva, nunca tinha falado com ninguém. Eu tinha pronunciado belas frases, como “Faça-se a luz”, mas sempre na solidão. E foi assim que, naquela tarde, quando encontrei Adão e Eva na hora da brisa, não fui muito eloqüente. Não tinha prática.
A primeira coisa que senti foi assombro. Eles acabavam de roubar a fruta da árvore proibida, no centro do Paraíso. Adão tinha posto cara de general que acaba de entregar a espada e Eva olhava para o chão, como se contasse formigas. Mas os dois estavam incrivelmente jovens e belos e radiantes. Me surpreenderam. Eu os tinha feito; mas não sabia que o barro podia ser tão luminoso.
Depois, reconheço, senti inveja. Como ninguém pode me dar ordens, ignoro a dignidade da desobediência. Tampouco posso conhecer a ousadia do amor, que exige dois. Em em homenagem ao princípio de autoridade, contive a vontade de cumprimentá-los por terem-se feito subitamente sábios em paixões humanas.
Então, vieram os equívocos. Eles entenderam queda onde falei vôo. Acharam que um pecado merece castigo se for original. Eu disse que quem desama peca: entenderam que quem ama peca. Onde anunciei pradaria em festa, entenderam vale de lágrimas. Eu disse que a dor era o sal que dava gosto à aventura humana: entenderam que eu os estava condenando, ao outorgar-lhes a glória de serem mortais e loucos. Entenderam tudo ao contrário. E acreditaram.
Ultimamente ando com problemas de insônia. Há alguns milênios custo a dormir. E gosto de dormir, gosto muito, porque quando durmo, sonho. Então me transformo em amante ou amanta, me queimo no fogo fugaz dos amores de passagem, sou palhaço, pescador de alto mar ou cigana adivinhadora da sorte; da árvore proibida devoro até as folhas e bebo e danço até rodar pelo chão...
Quando acordo, estou sozinho. Não tenho com quem brincar, porque os anjos me levam tão a sério, nem tenho a quem desejar. Estou condenado a me desejar. De estrela em estrela ando vagando, aborrecendo-me no universo vazio. Sinto-me muito cansado, me sinto muito sozinho. Eu estou sozinho, eu sou sozinho, sozinho pelo resto da eternidade. p.

(O Livro dos Abraços)

Eduardo Galeano
O Livro dos Abraços

Quem tem as flores não precisa de Deus.

Nós não paramos de brincar porque ficamos velhos, nós ficamos velhos porque paramos de brincar.

Karl Groos
Hall, Stanley, G. Adolescence: Its Psychology and Its Relations to Physiology, Anthropology, Sociology, Sex, Crime, Religion and Education (1904).

Nota: A citação também costuma ser atribuída a George Bernard Shaw, Oliver Wendell Holmes e Herbert Spencer, mas não há fontes que confirmem essas autorias.

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Eu não refuto os ideais, apenas ponho luvas diante deles...

Eu precisava de ficar pregado nas coisas vegetalmente e achar o que não procurava.

Manoel de Barros
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

A perda das forças não esgota a vontade. Crer é apenas a segunda potência; a primeira é querer, as montanhas proverbiais que a fé transporta nada valem ao lado do que a vontade produz.

Não choro minhas perdas, nem temo a inveja e o olho gordo que me rodeiam. Sou de Deus, quem não é que se cuide!

A única coisa a se temer é o medo”. O medo atrai exatamente tudo o que não queremos! O medo é uma emoção muito forte e sua energia, ligada à imagem daquilo que se teme, cria todas as circunstâncias para que aconteça exatamente o que não
desejamos.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Martha Medeiros
Revista "Donna" (02-05-2010)

Nota: Trecho da crônica "Feliz por nada"

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