Namoro
Qual é o nome do meu ser?
Quantos nomes posso ter?
Um nome que alguém me deu
Um nome que eu quero ter
Meu nome quem é você?
Meu ser quero conhecer
Mesmo sem nome
Eu e você vamos ser Um
Logo que te vi
Logo que te vi
Foi como poder algo ouvir
Senti uma certa altivez
Fui logo dando-me a sorrir
Foi o modo que tive
Transpiro de inlucidez
Desculpa, não me contive
Mas não me há culpa desta vez
Queria tocá-la pra fundir
Eu quis cantá-la mas entendi
Que a nossa fala era sentir
E a nossa escala estava em si
Me recompus em melodias
De uma canção que me acolhia
Me equalizei nesta harmonia
Guardei tua luz
Guardei este dia
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
Lá fora chovia
Lá dentro sorria
Pois ali não havia alma vazia
Ali não se via falsa avalia
Valia tudo que ouvia
Dizia tudo que valia
Contudo sabia enfim que tudo podia
O escudo cedia e assim o estudo fluia
Sem norma exalava tudo que sentia
De forma que não esvaziava a luz que incluia
Sem saber da hora pois não lhe devia
Da serena manhã ao entardecer foi poesia
Em passos incertos na vida
Calculo a fórmula da sorte
Em um vasto caminho só de ida
Sou a bússola que aponta pra morte
Tu me cativa ou eu que me deixo cativar?!
Onde está essa divisa de causa emotiva?!Onde está?
De dentro pra fora emite
Projeta vibrando à compartilhar
Consigo mesmo tramando
Flertando com a essência do que é e onde está
Manifesto meu verso afim que contestes
Te peço que faça testes
Pois o contexto reflete
Um ego que sempre veste
Armadura resistente
É a amargura do descrente
Que em nada crê, sempre ausente
Parece que nada sente
Nadando no inconciente
Perece no presente
Mentindo pra própria mente
E assim sempre descontente.
Canto enquanto o coração bater
Canto a alegria de viver
Canto pelos cantos sem temer
A vida sempre vai me surpreender
“Todas aquelas conversas prontas maquiadas e encaixotadas em MDF
Me dão motivos pra talhar meus versos soltos em tronco de madeira silvestre
Todas essas ideias tronchas quando lavadas perdem a cor
E todo aquele que a elas compram perderam o seu fulgor”
A vida é uma mata
Tem muitos caminhos
Tem mato fechado
Tem trilhas trilhadas
Desbravar não é mamata
A mente fechada
É uma mente brava
Todos nós somos um. Um só.
Compartilhando nós vibramos como partículas de D-eus.
Emanando emoções e pensamentos
Vibrando no espaço voando no tempo
Buscando direção, uma noção
“Grande rebanho demasiado
Sintetizados pra engordar
Andem em passos organizados
Mas não se organizem em bramar!”
Quer ser feliz mas não sabe que a vida não é hidromassagem
No campo das emoções é sem massagem
Não importa se é mulher ou homem
Quem não quer sentir o sabor sente fome
Ostentar o luxo distrai, estamos aqui de passagem
Quem só quer chegar não aprende com a viagem
Dos gases às águas
Dos ares às algas
Da areia à praia
Da flor à mata
Dos peixes aos primatas
Da fome à caça
Do fogo à prata
Da fala à arte
Da roda à máquina
Do amor ao ódio
Da dor ao ópio
Sou
Transbordo a expressão do ser no tempo
Sou essa interação, esse senso
Sou essa liberdade, esse contato integrado
Eu sou o cordão rompido do umbigo
Estou na seiva do mandacaru
Sou a respiração de um povo sofrido
Eu sou a cena do assalto ao amor
Sou uma canção cantada por índios
Uma visão que teve um xamã
Eu sou a bera do abismo
A esquiva da dor
Eu sou a quebra do ismo
Um bicho solto eu sou
Sou a escuridão
A anti matéria
Um coração pulsando na selva
Sobrevivente vivendo na guerra
Alma vivente, o bruxo das ervas
Eu sou o fogo do mundo e as cinzas
Sou eu quem gira o mundo
Eu sou os prazeres da vida
Eu sou um tesouro perdido
Fui eu que me perdi
Sou eu a saída
Não sou Abel nem sou Caim,
Aqui em babel sou curumim,
No jingle bell nunca caí,
Presente do céu nunca cai.
