Na Boca em vez de um Beijo um Chiclete de Menta

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Um Guerreiro da Luz não pode recusar a luta; mas sabe também que não deve arriscar sentimentos importantes, em troca de recompensas que não estão a altura do seu amor. Por isso o Guerreiro só arrisca seu coração por algo que vale a pena.

Mas continue a supor. Suponha que todos os mundos, todos os universos se reúnam num único nexo, um mesmo portal, uma Torre. E que dentro dela haja uma escada, levando, talvez, à própria Divindade. Você teria coragem de subir até lá, pistoleiro? Não é possível que em algum lugar sobre toda essa infinita realidade exista uma Sala?...
“Você não teria coragem.”
E na mente do pistoleiro, aquelas palavras ecoaram: você não teria coragem.

Para mim, um carinho inesperado prova muito mais coisas do que palavras bonitas.

Existe um artista aprisionado em cada um de nós. Deixe-o solto para espalhar alegria por toda parte.

Eu te olho sim profundamente, eu sou sim indecifrável, sempre fui um enigma, sempre fui assim, mas daí vem você e descobre meus segredos, decifra meus pensamentos, entende o meu olhar, aprende meus gostos, entende minhas manias… e você ainda me pergunta se eu amo você.

Queria poder ser um livro, para que quando acontecesse alguma coisa ruim era só arrancar a página.

Tentou num último esforço inventar alguma coisa, um pensamento, que a distraísse. Inútil. Ela só sabia viver.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Tão correto e tão bonito o infinito é realmente um dos deuses mais lindos, sei que às vezes uso palavras repetidas mas quais são as palavras que nunca são ditas?

Um tombo não é motivo para desistir, é no máximo um atraso para a caminhada em busca do que se deseja.

Se saio de casa bem vestido, não vejo nenhum conhecido, mas quando estou que nem um mendigo, encontro metade dos meus amigos.

Há tantos caminhos, tantas portas,
mas só um tem coração

Pense, o seu sorriso pode ser um sorriso de alguém.

Quando um tempo vier não mais empanado pela sombra da consciência da própria culpabilidade, a conservação de si mesmo criará a tranqüilidade íntima, a força exterior, brutal e sem considerações, para matar os maus rebentos da erva ruim.

Quem está livre de cruzar com um cafajeste e, pior, se apaixonar por ele?

No fim a gente acaba descobrindo que até a imaginação tem um teto. E muito baixo até.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

"Quando eu não te tinha
Amava a natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a natureza como um monge calmo a Virgem Maria...
Religiosamente, a meu modo, como antes,
Mas de outra maneira, mais comovida e mais próxima...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor...
Tu não me tiraste a natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste a Natureza para o pé de mim.
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Porque tu me escolhestes para te ter e te amar,

Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as coisas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou..."

“O temperamento não predestina um homem à santidade e outro à reprovação. Todos os temperamentos podem servir de material para a ruína ou a salvação. Temos de aprender a ver como nosso temperamento é um dom de Deus, um talento que devemos fazer valer, até que ele venha. Não importa até que ponto somos dotados de um temperamento difícil ou ingrato. Se fizermos bom uso do que temos, se disso nos utilizarmos para servir nossos bons desejos, podemos conseguir mais do que alguém que apenas serve seu temperamento em lugar de obrigá-lo a servi-lo.”

Na liberdade da solidão, (Editora Vozes, Petrópolis), 2001. p.20

Escrevo porque encontro nisso um prazer que não sei traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 23 de fevereiro de 1944.

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Nesse momento minha inspiração dói em todo o meu corpo. Mais um instante e ela precisará ser mais do que uma inspiração. E em vez dessa felicidade asfixiante, como um excesso de ar, sentirei nítida a impotência de ter mais do que uma inspiração, de ultrapassá-la, de possuir a própria coisa – e ser realmente uma estrela. Aonde leva a loucura, a loucura.

Clarice Lispector
Perto do Coração Selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Precisamos de livros que nos afetem como um desastre, que nos entristeçam profundamente, como a morte a quem tenhamos amado mais que a nós mesmos, como ser banido pra florestas isolas de todos, como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar enregelado que temos dentro de nós.