Mulher Certa
Eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém.
Servidão
Numa época de senhores e escravos, certa feita, um causo se sucedeu. Um dos escravos, o mais velho e obediente que já houvera por aquelas bandas, teve seu único filho envolvido numa pendenga. A sinhazinha, moça de poucos atributos e coração de pedra, vira o menino comendo uma fruta.
Coisa boba, pedaço de sobra da refeição anterior, mais que ele tivera a ousadia de pegar. Antes os porcos do que os serviçais da casa. Caso passado ao sinhozinho, o menino fora chamado a responsabilidade: iria pagar com seu lombo franzino e a carne magra, os desaforos do arroubo. Assim fora marcado: o menino ia apanhar do capataz da fazenda no alvorecer do dia, para que diante de toda a negrada ficasse bem claro: só poderiam comer do angú que lhes fossem servidos.
O pai do negrinho, vendo que o capataz não ia tremer a mão na hora do castigo, tomou de força e pediu:
- Sinhô, sei que meu filho errou, sei que vosmecê tem filho também, e coisa que aprendi morando aqui como vosso servo, é que pai educa filho. Deixa eu educar o meu também. Permita que eu dê a coça, mode ele aprende a não pegar nada que não seja dado. E assim foi. O pai bateu até que o sinhô desse a ordem de parar, que foi quando o menino desmaiou.
Menino franzino, 10 ou 12 anos, tanto fazia. Se fosse pela mão do capataz, duas e teria tombado morto. Na madrugada, Quando o choro miúdo do menino se fazia grande na senzala, ouviu-se um sussurro: pai, por quê você me bateu? Bem sabe que eu só tinha fome, e as sobras iam para os porcos...
O pai entre lágrimas respondeu: bati porque eu sabia onde podia bater sem te matar. Cada chicotada que dei, tua pele eu parti, mas meu coração eu sangrei!
A vida já cansou de me provar repetidamente que a escolha certa é justamente a que me parece mais errada. Mas a gente precisa errar.
Certa vez um amigo me disse que estamos todos em um trem. Entramos em diferentes horários e saímos em diferentes horas. O que acontece é que embora estejamos no mesmo trem, ocupamos vagões diferentes e muitas vezes não sabemos quem passou a viagem no vagão do lado. Quando as pessoas que gostamos descem deste trem, sentimos sua ausência mas continuamos nossa viagem. Em algum momento também desceremos e ai, nossa viagem termina!30/11/09
A PALAVRA MÁGICA
Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra
*Carlos Drummond de Andrade
Postado por Di..Resende
Certa noite, em desespero,
pela ausência de afetos longínquos,
ousei perguntar-te:
Jesus, porque me abandonaste?
E Tu, na imensidão de Tua capacidade,
não me respondeste de imediato...
Mas... tão logo meu corpo dormiu,
transportei-me espiritualmente,
para o lugar onde vivi
a infância que jamais esqueci...
E então, já no chão,
onde tanto um dia sorri, olhei para o Alto,
e, em êxtase, avistei no zênite,uma luz...
esférica, intensamente brilhante, prateada...
que começou a descer, em direção a mim
e me fez estremecer...
Vibrei de intensa emoção!
O magnetismo exalado me imobilizou
e quando a esfera luninosa estava bem perto,
ela transformou-se numa face,
a tua face, JESUS!
Nada me disseste, mas...
fixaste-me tão intensamente,
que em Teu olhar captei,
todo carinho sincero, que tanto desejei.
Extasiei-me!
Senti-me importante para Ti,
nada no mundo se compara,
à Tua oferta de afeição!
Jesus, muitos precisam de Ti
e não sabem que é tão fácil encontrar-Te;
quantos em desespero imenso,
atiram-se de despenhadeiros,
não conseguindo compreender,
que Tu estás tão perto...
no coração do aflito,
na meiguice da criança,
no lar do necessitado,
na vida do amado velho
e também no singelo livro,
chamado EVANGELHO!
Certa arara estava a admirar, vaidosamente, a sua própria e formosa plumagem multicolorida.
- Como sou bela! – exclamou. – Tão bela que mesmo a toupeira, cega como é não poderá deixar de elogiar-me a beleza.
A toupeira ouviu-a e disse-lhe:
- Sim! Sendo cega, nada me custa elogiar-te a beleza. Mas por que não buscas saber a opinião das outras aves, que têm bons olhos?
*Dificilmente se Arranca um Elogio dos que Conosco se Parecem ou Exercem Nosso Mesmo Oficio.
Teve um dia que eu conheci uma certa garota
que sempre se sentiu triste e abandonada
mesmo tendo tudo
ela me disse que tinha um grande sonho na vida
encontrar o seu verdadeiro amor e ser feliz para sempre
então eu disse a ela : que a felicidade a gente não acha em qualquer lugar
felicidade a gente constrói a cada dia
com nossos atos e atitudes
ela então se sento e falou : então você esta me dizendo que eu não posso ser feliz ?
eu a respondi : claro que pode , basta apenas seguir seu coração , e pensar positivo
pode ser que você não encontre o seu príncipe encantado , ou que cheque na velhice e não tenha conseguido tudo aquilo que desejou , mais se você fazer tudo aquilo que o seu coração pede você terá certeza que foi realmente feliz .
A POESIA NASCEU
Certa feita um amigo me questionou donde nascera a minha poesia ou melhor, donde nasce o meu processo criativo, pois desejava se tornar um poeta.
Realmente eu nunca havia me questionado sobre isto, tampouco, havia me perguntado se algum dia eu realmente produzi algum tipo de poesia, para mim sempre foram apenas escritos. Contudo, se ele considerava o que escrevo poesia, então, eu deveria relevar sua pergunta e lhe dar uma resposta.
Pensei em lhe dizer que o meu processo nasce de um sentimento chamado paixão, de um dom que não sabemos explicar, de uma sensibilidade que vai além da nossa compreensão, mas se eu falasse isso, seria o mesmo que dizer a ele: você terá que ter paixão e sensibilidade e isto deve ir além da sua vã compreensão.
Entretanto, se ele nunca se tornasse um poeta, eu me sentiria literalmente culpada, uma vez que ele viveria a decepção de achar que sua vida era vazia de paixão e sensibilidade, seria muito insensível da minha parte dar-lhe esta resposta.
Mas isso também não me bastou, por que se existe de fato um processo, então, eu preciso de ritos, de atos, e admitir que paixão e sensibilidade por si só são fatores necessários e suficientes para a composição da poesia, seria o mesmo que negar o processo.
Foi aí então que eu recorri as minhas lembranças e voltei a minha infância. Bem me lembro que na segunda série do primário minha mãe foi chamada na escola após a realização da minha primeira redação.
Acredite, mesmo antes de se dirigir até a escola e falar com a minha professora apanhei uma surra da minha mama, por que se minha mama havia sido chamada na escola, sinal de que boa coisa eu não tinha feito, pois bem, antes mesmo de dar-me a chance de defesa, minha mama negou-me o contraditório e me aplicou a pena ( a surra).
Chegando na escola minha professora perguntou a minha mama quem havia feito a redação que ela, a professora, havia dado como lição de casa. Minha mãe pegou o escrito, leu, assegurou a professora que não havia sido ela, a escritora, mas que iria descobrir quem havia feito a lição por mim, afinal de contas uma criança com 7 anos de idade não teria capacidade de escrever daquela forma.
Já em casa fui questionada acerca da redação pela minha mama, eu jurei que tinha sido eu que havia produzido, mas ela não acreditou em mim e me deu outra surra, por achar que eu estava mentindo.
Noutro dia, chegando à sala de aula, minha professora pediu que eu me dirigisse até a secretária, uma vez que ela tinha uma tarefa para mim. Simplesmente a bendita professora me deu um tema e pediu que eu escrevesse sobre ele, e ainda ordenou que a secretária da instituição ficasse me observando. Finda a redação e após lê-la, a maldita pediu que eu chamasse minha mama novamente no colégio.
Por óbvio que no dia seguinte disse a professora que meus pais estavam muito ocupados e que não poderiam comparecer. Claro, seria eu uma tola se avisasse meus pais de que estavam chamando-os no colégio, certamente outra surra levaria.
Daquele dia em diante parei de escrever, fui inibida prematuramente pelo medo e pela desconfiança daquelas duas mulheres.
Mais tarde na quinta série e já mais grandinha comecei a produzir meus textos, e, inclusive, vende-los para outros alunos que desejavam tirar boas notas em redação. Dali em diante ganhei todos os campeonatos literários produzidos no colégio e na cidade, seja recitando poesia ou escrevendo redações.
Já na faculdade eu me anulei completamente, trabalhando, mal conseguia estudar assuntos técnicos, quem dera escrever poesias, Sim, eu fiquei Sete anos sem sequer produzir um texto.
Contudo, eu me deparei com outro Dom, o de fotografar, sim, eu pegava qualquer máquina fotográfica e tirava fotos muito interessantes, a ponto de me perguntarem onde eu havia comprado as benditas máquinas fotográficas com as quais eu tirava as fotos.Acontece que eu nunca tive uma máquina fotográfica e continuo não tendo, eu simplesmente pegava a máquina dos outros e capturava cenas de pessoas,ambientes, animais e da natureza de uma forma diferente.
Sim, as fotos ficavam lindas. Mas tinha um detalhe que quase ninguém sabia, quase invisível para os olhos alheios, eu era cega e sou cega de um dos olhos, nasci com uma doença chamada síndrome de Leber, que provoca cegueira, doença congênita.
Contei todas estas histórias para dizer que encontrei a resposta através delas. sei donde nasce a poesia, não só a minha, mas a de todos os poetas.
Primeira constatação, é que inexoravelmente é preciso ter um dom especial e através de um processo desenvolve-lo. Imaginem você se Mozart nunca tivesse tido contato com um piano, nunca tivesse estudado música, certamente, jamais teria a chance de compor.
Primeiro ingrediente do processo: É preciso gostar de poesia e se alimentar dela. Você não se torna um poeta se gosta mais de produzir poesia do que de apreciá-la. Sim, é preciso ter desprendimento e admirar e amar a poesia produzida pelo outro, mais do que a sua própria.
Segundo fator, é preciso enxergar além, sim, é preciso capturar a cena. é necessário enxergar a beleza onde as pessoas só observam a névoa. É preciso encontrar o amor onde só existe dor. Faz-se necessário se desprender do próprio ego e observar tudo que lhe rodeia.
O que ninguém sabe é que o processo criativo surge exatamente de todas as coisas, de tudo que sentimos por estas coisas. Só somos capazes de produzir poesias, se formos capazes de encontrar ternura e delicadeza nas coisas simples produzidas pela natureza, seja a natureza humana ou de qualquer outra espécie. Só produziremos poesia se amarmos ou odiarmos alguém, algo ou alguma coisa. Sim, o processo criativo de um poeta deriva daquilo que ele é, do que sente e inexoravelmente depende do outro.
Eu sei que é clichê, mas desejo que aprendam a viver com certa urgência.
Livrem-se do "blá blá blá" que criaram para separar pessoas.
Amém sem distinção...
Roupas pretas, unhas escuras, olhos pintados e uma mente vazia.
Solidão não é a palavra certa, só sou prisioneira da minha propria prisão. Pensamentos e sensações que não consigo controlar, mais quem consegue comendar o coração? Gostaria de poder mandar nele, assim não viveria sempre triste!
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