Mudar de Cidade
"O ódio é a energia da sociedade, onde nenhuma cidade pode escapar, viva para ajudar e não para se jogar em um mundo irreal"
Meu menino. Tão inteligente, tão talentoso… Só quero te dar uma chance de sobreviver nesta cidade, ter uma boa educação… Por isso trabalho tantas horas. Por isso nunca estou em casa!
Lisboa Oculta -
Caminhei p'la noite no silêncio
da Cidade oculta adormecida!
Lisboa sonhava com o Tejo,
e na Mouraria, um fadista,
cantava ainda à dor da despedida.
Ouviu-se então
o rumor dos passos d'um Poeta
que também chorava a desventura
do Amor ...
Ninguém passava!A noite velava!
Ninguém estava! Só eu restava!
E depois de muito ter andado, reparei então,
que a Cidade adormecia oculta sob o Tejo
abraçados num só Leito ...
Óh Lisboa, o Tejo, será sempre teu Amado!
De Mim -
Saio à noite pelas ruas da cidade,
imerso em tristeza, mil horas de solidão!
Ai minha curta mocidade,
já sem orgulho ou ilusão ...
Ausente, alguém me vem à Alma,
e meu triste coração, pensa sempre e sempre em vão,
nesse Amor que grita, clama,
pelas ruas da cidade, pisando folhas pelo chão ...
E o vento chega sem perdão,
deixa sempre um lastro,
gelando o corpo e a solidão ...
Este Outono não tem fim,
já não passa outro Astro,
o que virá a ser de Mim?!...
Quero viver tudo ao mesmo tempo com intensidade. Olhar de dentro da cidade toda vaidade, somos peças de um quebra cabeças enigmático, vivemos a vida prática, pragmática, pra escapar de tudo isso é preciso tática, esquema de defesa e ataque, sou senhor do meu destino vou do temporário ao infinito. Imaginar permito que o espírito escape do ego.
Graça -
Mal o dia anoitecia na cidade
lá ia a Graça tão formosa como a Lua
era a fadista do bairro da saudade
e caminhando ia cantando pela rua.
Era bonito o seu andar de moça nova
pelas ruas da cidade de Lisboa
tinha no xaile o encarnado d'uma rosa
diziam ser o Rouxinol da Madragoa.
E numa aurora ao romper de muitas flores
o Sol nasceu e deu à Graça, longo beijo
o azul do Céu foi rasgado por mil cores
e ali ficou como Lisboa à beira Tejo.
A Procissão do Enterro -
É noite na cidade … noite cerrada.
Sexta-Feira da Paixão …
E vai um morto a sepultar!
Há sombras que se cruzam pelas ruas.
Gentes de negro. Negras gentes.
Deus no Céu se alteia, que na Terra,
nada É, como está ou deve ser!
E há lamento. E há saudade.
Parece a Morte triunfar.
E um cortejo se avizinha.
Capas negras. Solidão...
Corpos vacilantes num passo de lamento.
Círios apagados, ainda …
Velas sem destino pela rua em tantas mãos.
Olhos inocentes, ausentes, descrentes.
E tanta gente … tanta gente …
Gestos de culpados.
Arrependimento feroz. Secura.
Andores pela rua ao som dos passos
de quem espera e desespera …
Irá Deus a sepultar?! Deus morreu?!
A Morte não é o fim mas o começo,
estranha contradição. Ressurreição …
E vão … passando … num pisar de negro luto …
… passam... indo … pisando a solidão … mas vão …
… vão … vão ….
E aonde irão?! Aonde?! …
Deus foi morto pelos Homens?!
Que estranha percepção … é loucura, sonho,
ilusão … cai o firmamento!
Se Deus não morre, quem vai ali, naquele esquife
a enterrar?!! Quem?!!...
E o cortejo toma forma, a marcha alinha,
o Povo no compasso, num compasso de amargura,
espalha pela rua um lamento, um grito de solidão …
Há um eco de saudade!
“O SENHOR É MORTO! O SENHOR É MORTO! O SENHOR É MORTO!”
Terá morrido?!! … Não creio! Não creio! Não creio! ...
Asas
Porque a cidade me prende com laços de asas onde os pássaros moram
O rural me despe de cintos dourados e me enche de música
É no silencio do rio na turbulencia do mar
Que as raizes de formosas arvores me alimentam as palavras
Seiva da juventude em taças de corolas
Flores de campos coloridos que me invadem
Senta-se a cidade a meu lado
Inquietação no ajuste da escolha entre a pedra e a terra
O bulício e a quietude na pele que se quer sentida
E afago o olhar nas marés de trigo e choro a selva urbana onde moram os pássaros sem asas
03/11/2022
A ordem política dos esdrúxulos eleitos da cidade.
É notório que as necessidades da sociedade são reais e que devem ser tomadas providências inovadoras para que haja, oportunidades através da educação e formação, da melhoria do emprego, da renda para as pessoas e suas famílias, mas o que assistimos é a prática escandalosa, da política do toma-lá-da-cá.
Não é visto por parte de nenhum dos órgãos públicos de governo, um projeto que eleve as condições dos municípios.
Assistimos um marasmo...
Políticos com sua política do mais do mesmo, fazem da cidade, um eterno bolsão de associações com fins lucrativos e eleitorais, alimentando seus acessores que em troca da facilidade do toma-lá-da-cá.
Prof. Hélio Ramos
Não é denegrindo a nossa cidade e o nosso país que vamos consertar os problemas de dezenas ou centenas de anos.
Você não fica expondo seus próprios defeitos e problemas publicamente. Você os conhece e tenta corrigir.
Ou não.
Todos os problemas da cidade são iguais do que a maioria das demais do Brasil
"A cidade é tão podre, sinto o cheiro dos bueiros, dos conflitos, da gasolina no ar e tudo mais. Mas dentro do caos que observo, a desordem reina suprema, com uma beleza que vassala até uma deusa"
DO LADO DE DENTRO
Assim como a cidade de fato, alguns recantos do meu íntimo
também estão um pouco nublados. Palavras jogadas ao vento,
seguindo sem jeito, sem efeito e sem fim. Do outro lado do vidro as
nuvens frias, céu azul transformado em cinzas distantes e vazias.
Do lado de dentro boas lembranças, cheias de vida, bem aquecidas,
coloridas, como jamais foram vistas e sentidas. Assim como o melhor
abraço, o qual já me acolheu em outras tardes um tanto frias assim.
E é aí que me pergunto até desistir de tentar entender, mas
novamente inconformado, volto e me pergunto; como podes me
perder tão facilmente assim, se eu estava aqui o tempo inteiro?
- Caio César Doc
De que serve na cidade o guarda
E à poderosa nau sua viagem
Se Deus a ambos não resguarda?
" Nesta cidade desvairada...
Pessoas indo...voltando…
Rindo... chorando…
Atrasados para o seus compromissos…
Cada uma em seu mundo particular…
Perdidas em seus próprios pensamentos…
Cegas por suas tecnologias...
Nesse mundo tão caótico do dia a dia…
Nessa velocidade frenética…
A cidade não para…
Alguns invisíveis…
Alguns se reencontram...
Outros se perdem…
Ou perde alguma coisa…
Num piscar de olhos…
As horas passam…
O dia acaba…
A semana se foi…
O mês se perdeu…
O ano ninguém viu…
Ninguém viu ou sentiu...
Nesta cidade desvairada…
A inocência no sorriso da criança…
A delicadeza do beija-flor bebendo seu néctar…
Os malabaristas dos faróis…
O aquecer do sol em sua melanina…
O ar que enche seus pulmões que lhe dão vida…
As batidas do coração...
O casal de idosos andando de mãos dadas…
O outono se despedindo…
Para dar passagem à primavera…
O encontro do sol com a lua todo fim de tarde…
As chuvas umedecendo as terras férteis…
Ou sentiu o cheiro de terra molhada…
A brisa do vento que lhe tocou o rosto…
Os irmãos que acolheram os invisíveis...
Às estátuas humanas pelas ruas agitadas…
O silêncio que paira no ar...
Porque "todos" estavam desvairados…
E não!!!
A cidade está atilado no seu modo de ser…"
SINO DE NATAL
O sino da devota matriz
Pela cidade o som espalma
E para nossa fé, assim, diz
Soando dentro de cada alma
Rútila badalada no ar a soar
União, afeto, celebrar a vida
O Menino Deus a nos amar
E nós a exaltá-Lo na batida
Belo os lares aconchegados
Os corações apostos, alados
Soa-nos n’alma significante
A cada pancada celebrativa
Vibrante no céu tão festiva...
E o amor toando o instante!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/12/2021, 19’21” – Araguari, MG
MINHA TERRA
Minha cidade, um cromo mineiro
Ruas largas, a Matriz, árido chão
Maritacas na praça, povo faceiro
Pasmaceira, tudo calmo, ramerrão
Curicacão em bando no ar, ligeiro
Os sonhos além duma porteira, vão
O tempo no seu tempo corriqueiro
E o passado descascado no casarão
No alto da planície, cerrado e serra
Araguari, das Gerais, a minha terra
Altaneira, hospitaleira, bela cidade
Cada canto um encanto de sensação
Do meu peito canta numa só emoção
Já ida a mocidade, aboio de saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 dezembro, 2021 – Araguari, MG
Quando compreendermos que vivemos em um mundo mais não em uma cidade entenderemos que não existe apenas uma pessoa que nós Fassa feliz mais mil milhões até trilhões delas ao nosso redor que podem
Como pode? Você ora pela pessoa amada que mesmo muito distante, outra cidade, estado ou país e ela sente exatamente o que você está orando. A alma gêmea sente a presença da sua outra “metade”
Prosperidade é...
Ir ao centro da cidade e não entrar no suepermercado, porque você já tem comida o suficiente.
Olhar as lindas peças nas vitrines e segurar o impulso de adquirir alguma delas, porque você já tem roupas o suficiente.
olhar as pessoas e enxergá-las como diamantes preciosos, às vezes por baixo da rocha dura que os protege.
Suprir as necessidades mais urgentes de alguém que realmente precisa.
É mergulhar dentro e si mesmo e estar certo de que Deus o preenche totalmente.
