Morto Vivo
Redundâncias
Ter medo da morte
é coisa dos vivos
o morto está livre
de tudo o que é vida.
Ter apego ao mundo
é coisa dos vivos
para o morto não há
(não houve)
raios rios risos.
E ninguém viver a morte
quer morto quer vivo
mera noção que existe
só enquanto existo.
Atitudes
Não me ames depois de morto,
Demonstre tal sentimento em vida,
Não procure um caminho torto,
Fique firme na descida.
Fuja de caminhos absortos,
Ancore na ilha do amparo,
Viaje, até encontrar o porto,
Persistência, é um motivo raro.
Ser presente sem ser notado,
Viver e parecer-se morto,
Ser ausente e ser lembrado,
Pensamentos que andam soltos.
Pensamentos livres a transitar,
Nas estradas do merecimento,
Se é importante,faça realçar,
Não deixes tudo cair no esquecimento.
Mostre-se,demonstre e apareça,
Indecisão pode causar decepção,
Honre aos que merecem e nunca se esqueça
Plante tal princípio em teu coração.
Então ame e aos céus proclame,
Todas aquelas boas intenções,
Siga o caminho e nunca reclame,
Não tenha vergonha de suas emoções.
A vida é rápida como um raio de luz,
O presente, tão logo será passado,
Um bom futuro, um farol que conduz,
Construindo um caminho melhorado.
Lourival Alves
«Se um morto se inquieta tanto, a morte não é sossego, Não há sossego no mundo, nem para os mortos nem para os vivos, Então onde está a diferença entre uns e outros, A diferença é uma só, os vivos ainda têm tempo, mas o mesmo tempo lho vai acabando, para dizerem a palavra, para fazerem o gesto, Que gesto, que palavra, Não sei, morre-se de não a ter dito, morre-se de não o ter feito, é disso que se morre».
Não projete na sua sombra, um morto como Guia.
A vida é muito curta. Siga o seu instinto de sobrevivência.
Ninguém chuta cachorro morto...se tem certeza que tomou uma decisão certa, não é necessário repetir 200 vezes a mesma coisa, ou seria aquela mentira repetida muitas vezes para tentar virar uma verdade? No fundo você sabe mesmo que morra negando.
Para viver vc tem que ter um motivo, viver por nada é o mesmo que estar morto e minha razão de viver é ver ela feliz.
Algumas pessoas se matam, ja eu escrevo. Talvez, talvez, porque eu já esteja morto. Porque a morte vai muita além da carne. O que morre dentro de nós enquanto estamos vivos é bem pior.
Eu sou melhor que Napoleão Bonaparte, ele morreu lutando pela sociedade, e eu, nunca serei morto por nada, por quê eu sou.
Queria estar morto, ou melhor inexistente: Alheio a tudo e a todos, inconsciente sobre a minha condição, indiferente à minha própria indiferença. Não querer, não sentir e não ter necessidade de nada. Imune à dor, livre da escravidão do prazer. Rijo e insensível como uma pedra, invisível como o vento. Um nada absoluto que nada quer, nada sente, nada sofre. Simplesmente um nada!
"Se já me considera morto para você, por que está aqui no meu velório, maldizendo meu nome e desejando que eu tivesse permanecido?"
AS PORTAS DE UM CORAÇÃO MORTO
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você me machucou!
- Não machuquei!
- Sim, machucou!
- Não machuquei. O seu passado te machucou.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você fará o mesmo que todos!
- Não farei!
- Sim, fará!
- Não farei o mesmo que todos.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você está me enganando como uma bruxa!
- Não estou!
- Sim, está!
- Não estou. Você apenas tem medo.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Não acredito mais nessas coisas! Vá embora!
- Não, não vou!
- Vá embora! Não ligo para você e não preciso dessas coisas! Me deixe sozinho para sempre!
Silêncio
Ela se foi.
Ele olhou ao redor, esperando escutar as batidas na porta.
Silêncio
Ela se foi.
Seus olhos corriam em muitas direções, arregalados.
Silêncio
Ela se foi.
Seu peito palpitava em pura ansiedade amarga.
Silêncio
Ela se foi.
E quando se deu conta, os pés já estavam mexendo-se sozinhos, correndo em alguma direção.
Toc-toc!
- Quem é?
- Sou eu!
- O que você quer?
- Por que foi embora?
- Você me mandou embora.
- ... Não era o que eu queria.
- Por que o fez então?
- ... Eu tinha medo.
- Medo do quê?
- Você me faz lembrar de sensações que tento enterrar dentro de mim. Sentimentos que jurei nunca mais ter.
- Por quê?
- Não quero passar por tudo uma segunda vez. Não acredito mais nessas coisas.
- Não acredita mesmo? Está mentindo!
- ... Estou.
- Eu sabia!
- Gostaria de não acreditar, e o faria, se nunca tivesse te conhecido.
- O que tem de tão ruim em ter me conhecido?
- ... Você me fez querer viver outra vez.
- Mas, veja bem, isto não me parece ruim.
- Para alguém como eu, ter um pequeno grão de esperança e expectativa para acreditar na vida novamente, é terrível.
- Pois, está dizendo que eu sou terrível?
- Sim, você é.
- Hm...
- O que está fazendo?
- Toc-toc!
- ...
- Vai me deixar entrar?
- Bruxa!
Ele sorrio.
Ela sorrio.
Você está morto pela metade, certo? Como quebar e arrancar os dedos usando um alicate.... colocar uma centopéia no ouvido.... vamos a um encontro na biblioteca, e prometo ser gentil enquanto estiver mexendo nas suas entranhas !!!
Renasceu em meu ser a poesía
Estava morto em palavras
Logo me refiz para melhor
Pois não poderia perder minha essência.