Moradores de Rua
Querido Soneto…
Num sonho, na rua, qualquer lugar
Eu já não sei parar ou esquecer
Outono, lavandas, eu, acordar
A chuva, o fogo, me aquecer
De dia, de noite, se beijarão
Desejos e sonhos dentro de mim
Saudade, no peito, há explosão
As minhas vontades já não tem fim
Perfume, palavras, a encantar
Poetas escrevem o meu querer
Tudo que eu sinto, eu vim cantar
E pra começar, pra te envolver
vim declarar, só penso em você
É tão fascinante te conhecer
Rua Nascimento Silva, cento e sete
você ensinando pra Elizete
as canções de canção do amor demais
lembra que tempo feliz, ai, que saudade
Ipanema era só felicidade,
era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
a que ponto a cidade turvaria
esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
e além disso se via da janela
um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor
nossa famosa garota nem sabia
a que ponto a cidade turvaria
esse Rio de amor que se perdeu
mesmo a tristeza da gente era mais bela
e além disso se via da janela
um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor
ANOS 80
Era fraco e franzino
Menino de rua descobrindo sentimentos
Anos oitenta era assim:
Liberdade no peito
Meio sem jeito ele abraçara a esperança
Bonança em meio às tempestades
E os dias vieram melhores
Saltitante como as flores
Espalhando saudades...
Por trás da porta
Por trás da porta
A rua segue seu curso
Como um rio,
Pessoas descem
A água é o vento
Que as move
Passos distintos,
Caminhos iguais
São moléculas
Sem destinos
Poeiras outonais.
E eu atrás da porta
Sem coragem
De ir à rua
Penso no futuro
Mas o passado me espreita
Quem dera fosse largar
A rua que me espera
Mas a porta é estreita.
Lapidar
"" Moldar a pedra bruta
cheia de vida
tal qual o brilho
da rua
num instante
o pormenor
da lua
brilhante...
DELÍRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Meio queijo no espaço;
vago à noite na rua;
cadê namorada...
Sem saber o que faço,
quase como essa lua
com goiabada.
Acordado, porém, inserido em um emocionante devaneio, estou em um cenário noturno, numa rua pouco iluminada, noite chuvosa, a lua está com um brilho discreto e no centro desta rica imagem que dedicadamente a observo, teu é o destaque, um inevitável encantamento.
Banquete muito aliciante para os meus olhos, a partir da tua bela silhueta sendo molhada pela chuva, usando um vestido simples, de tecido fino, um pouco acima dos joelhos, molhado e colado ao teu lindo corpo, estás graciosa, demonstrando um sentimento livre, intenso e audacioso.
Estou usando uma camisa alva de manga longa, desabotoada uns três botões abaixo da gola, ela está para fora da calça, descalço, também à vontade, felizmente, aqui, não tem mais ninguém, além de nós dois, dessarte, não seremos incomodados, uma favorável oportunidade.
Encantado profusamente, não posso perder tempo, vou me aproximando de onde tu estás, cada vez mais perto até estarmos um de frente para o outro e então, iniciaremos um deleitável momento, faremos valer este nosso encontro, acelerando amavelmente os nossos batimentos.
Sei que já estavas me aguarnando, considerando que não estás nada surpresa, que o teu olhar está alegre, brilhando com a minha chegada, irradiando uma notável veemência, a mesma que estou sentindo, finalmente, estamos juntos com os nossos desejos correspondidos.
Vou segurar-te pela cintura, juntando o teu corpo ao meu, beijarei a tua boca carnuda, um beijo profundo, sedento e demorado, uma vivacidade gradativa, meus braços pressionando as tuas costas, achegando-te mais ainda, embevecidos em uma sensação vívida bastante calorosa.
O calor e o impulso dos nossos instintos só fazem aumentar, instigando os nossos movimentos atrevidos, minha mão está debaixo do teu vestido, apertando e acariciando a tua nalga, enquanto, cheiro o teu pescoço e vou descendo, beijando suavemente, um sabor prazeroso.
Com as tuas mãos apoiadas nos meus ombros, levanto a tua perna, deixando-a encostada na altura da minha cintura e nesta troca de afetos, em breve, banhados pela mistura das águas celestes com o nosso suor derramado, após o nosso êxtase ser reciprocamente alcançado.
Quando comecei me entender como gente, aprendi que tinha que me virar na rua para não apanhar dos mais velhos e mais fortes, quando os moleques do ponto final estavam na paz nós atacamos e colocamos todos pra correr, assim ganhamos respeito nas quadras, era porrada quase todo dia.
A sabedoria e a ignorância humana, andam de mãos dadas pela rua, dentro da mesma pessoa, basta saber distinguir...
Rua com Rua
Em um mundo líquido as relações são como
pequenas gotas de chuvas caindo na rua.
Rua esta que faz o favor de levar a gota ao evaporar.
Nessa relação a rua sempre vencerá, seja pela força e rigidez,
ou por sua teimosia de sempre estar no mesmo lugar.
Nessa amizade não quero ser uma gota nem tão pouco uma tempestade,
que mesmo tendo o poder de levar tudo,
não pode ultrapassar a temporalidade e constância de uma rua.
Aqui sinto a essência de sua amizade.
Pois muitos olharam e não enxergaram.
Outros pisaram e não perceberam que ela serve de caminho,
e nesse caminho há vida, ou melhor esse caminho é a vida.
Alias! Não apenas sinto, pois sou
rua que encontra com rua, sou caminho
que contigo cria caminhos.
Somos força e sempre estaremos
no mesmo lugar, pois os amigos possuem a certeza que não importam
o tempo e a tempestade, tudo passa menos
a nossa teimosia de permanecer.
Eu ainda era Bambina
Quando fomos àquela rua
Na época só queria
Ser completamente sua
Não respeitei meus limites
E não conhecia o meu corpo
Mas ainda assim acreditava
Que eu te veria de novo
Os anos passaram
E com o tempo eu cresci
Mas até hoje penso
Em um dia te ter aqui
Não seria má ideia
Tomar um café ou uma cerveja
Para reconhecer alguém
Que tanto te deseja
(Bambina)
Acordei
Resolvi caminhar pela rua para saber o que poderia ter de tão belo aqui que ainda não encontrei
Encontrei
O motivo do sorriso discreto e o porque da minha paixão pela vida
Parei
Apreciei um delicioso prato tradicional, uma especialidade, muito bom, não tinha experimentado nada igual
Cultura
Uma tradição bela, cheia de vida, cores, respeito, músicas que alegram a alma e uma literatura simpática e admirável
O lar de ex é na rua
Música Sertaneja -modão sertanejo
Música O lar de ex é na rua
Compositor poeta Adailton
Pegue os chinelos embaixo da cama
Põe as tuas roupas na mala e não diz que me me ama
Sai por essa porta, pois, avida continua
O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
Vou trocar o cadeado do portão
Vou tirar você de uma vez do meu coração
Vou te deletar do meu pensamento.
Sai de uma vez desse apartamento,pois,a vida continua
O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
E não adianta me ligar, vou te bloquear no meu celular
Não adianta me procurar nas redes sociais
Acabou não dá mais, a culpa foi toda sua.Sai da minha vida de uma vez, pois o lugar de ex é na rua
OH! O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
O LAR DE EX É NA RUA (REFRÃO)
poeta Adailton
poeta Adailton
Enviado por poeta Adailton em 20/07/2019
Código do texto: T6700087
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poeta Adailton
Cores (Parte 3)
A noite começa, lembranças aparecem.
A rua está cheia de pessoas e ao mesmo tempo vazia.
A loucura renasce no músico, as estrelas falam e eu assisto.
A beleza das estrelas falam comigo, mas a Afrodite não.
O poeta solitário se senta em sua cadeira, coloca um cachimbo na boca
e reflete um pouco...
O cachimbo é acendido, mil ideias vem à cabeça
e logo após pensa em um paraíso que deixou escorrer pelas mãos.
O que eu faria com esses bons sonhos insanos?
Talvez deve-se transformá-los em psicodelia amorosa.
Olhar profundo era o de Afrodite e logo me hipnotizou,
minha cabeça nunca mais foi a mesma.
Garota doce, que jardim lindo esse que você guarda na sua boca!
Jardim hipnótico me deixou louco como nunca no doce mel.
A minha imaginação voa quando reflito e as cores me invadem
e deixo-me em transe.
Uma canção tranquila é composta, já é de madrugada
e o tempo parece devagar...
Tudo se derrete com esse fogo intenso do meu amor.
Ela é a faísca para a minha psicodelia amorosa.
SOUSA, Rodrigo. 2018
o choro
era domingo.
passava pela rua Janice
com sua filha de mãos atreladas.
olhos bem abertos e verdes.
era domingo de ventos
num desses
um cisco
num outro Janice
a moça de olhos bem abertos e verdes
cisco que pousa em olhos bem abertos e verdes.
dessa vez era o de Janice.
lágrimas desciam
a polícia passava
e Janice a moça de olhos verdes e grandes não parava de lacrimejar
Janice era branca, mulher fina
e muda.
sabe-se lá porque que na tentativa de acalmar as lágrimas dos olhos
seu dedo flechava Muriel
Muriel. quinze anos.
fazia compra para sua mãe Katia na feira.
provava das uvas das senhoras que lhe oferecia uvas.
uvas, sorriso não.
sabe-se lá o que fizera na vida Muriel.
se nascer não bastasse.
volta-se ao fato não previsto por Janice,
nem mesmo pelas senhoras da uva.
Muriel terminaria estirado numa das tabas com as uvas,
uvas acopladas de sangue.
num desses domingos de vento
Muriel sentia pela última vez o cheiro de uvas
e na calçada do morro
punha-se a chorar Katia
o choro.
o choro da viúva, mãe de dois filhos
empregada doméstica
e moradora da periferia.
invisível que era
só se via lágrimas a descer.
lá do alto.
Pela janela na madrugada, luzes lá fora, na rua não tem nada! Tranquilidade dentro do quarto, aprisionado ou resgatado? - Madrugada
Outro dia te vi na rua. Parecia feliz , realizado. Passei de cabeça baixa pra não precisar te olhar. Não é porque ainda existe sentimento, é que , é desagradável ficar de frente ao meu passado. Passado que , por sua vez, não foi nada agradável a minha vida emocional e amorosa. Quase não o vejo mais, isso me faz não lembrar sempre, lembro - me como vagas lembranças.
Mas quando o vejo, é quase que inevitavel. Lembro - me dos meus planos. Planos que nunca foram nosso, e sim só meu. Lembro como eu imaginava uma vida ao lado dessa pessoa, e como eu precisava de sua atenção. Não recebi nada em troca. Mas insisti , porque achava ser amor. Mas, que tipo de amor é esse, que uma pessoa ama por dois? Como amar uma pessoa que não liga pra você? Se te machuca, não é amor. Se é preciso implorar, não é amor de verdade. E foi assim, que eu vi a máscara que eu criei de tí cair bem na minha frente. A pessoa que eu achava que não iria me machucar, não existia. Confesso que no começo isso me machucou bastante. Mas vejo isso como um grande aprendizado. Com o tempo as feridas foram se curando. E olha eu aqui! Forte , realizada. Aprendi a superar isso tudo. Eu não imaginava que veria ele feliz com outra. Mas , sabe, torço pela felicidade. Não faz mais diferença pra mim. Mas as lembranças, ah, elas são inevitáveis. Outro dia te vi na rua. Arrisco a dizer que não somos mais aqueles adolescentes imaturos de antes. Quanta coisa mudou, não é mesmo?"
E aquele senhor poeta
Que anda bêbado na rua,
(...) Contenta-se com tão pouco
Porque diz, bêbado e rouco
Que os seus poemas de louco
Poderão salvar o mundo!
A vida é dinâmica, ela nunca para pra você atravessar a rua. Portanto, seja hábil e prudente ao atravessar. O mais importante, não é largada, mas, a diferença está no tempo exato da chegada. A vida não é um prospecto, mas, o resultado de escolhas, da força que exercemos ao caminhar , junto a persistência, oriunda da fé que alimentamos diariamente!
"Se você acha que sua vida está difícil demais, durma um dia na rua ou experimente ficar 2 dias sem comer."