Montanha Russa Marta Medeiros
“Nenhum encantamento se mantém sem uma boa supervisão. Não basta dar corda e depois cruzar os braços. Não dá pra apertar o botão e depois sair para tomar um lanche. Não se pode confiar na sorte”.
(trecho extraído do livro em PDF: A graça da coisa)
Realidade.
Vivemos a mercê da sorte
já não tem que nos ajude
a educação não tem suporte
e você acha que me ilude
de que adianta ter esporte
se o povo não tem saúde.
Respeito a mulher.
A mulher é uma divindade
o Criador é quem elege
quem pratica atrocidade
é bem pior que um herege
pois o homem de verdade
ele cuida... ele protege.
Delícias do nordeste.
O nordeste é apreciado
do Maranhão ao Ceará
tem beleza em todo estado
e delícias pra degustar
das maravilhas do roçado
aos frutos que vem do mar.
A dor.
Quando a terra evapora
não nasce uma semente
a seca fere e apavora
a dor que deveras sente
expulsa, mata e devora
o sonho de muita gente.
O nordeste tem.
A região nordestina
tem tanta riqueza
tem mar de piscina
e comida na mesa
tem dinheiro no cofre
e gente que sofre
a dor da pobreza
O que pode dar fim a um amor é a separação de percepção: um enxerga o mundo em cores, o outro em preto-e-branco. Um percebe a delicadeza e a profundidade de tudo o que existe, o outro não consegue ir além da superfície.
A falta absoluta de afinidades emocionais e intelectuais torna a convivência desértica e sem comunicação. Sentir o mundo de forma parecida é o que formata uma dupla.
Sobre o nordeste.
Ainda tem quem faça guerra
mas não conhece o lugar
nunca ouviu um pé de serra
nem provou um munguzá
não viu as belezas da terra
nem os encantos do mar.
Sem água.
Essa é a imagem que vejo
não há nada que me iluda
só destrói nosso desejo
já virou Deus nos acuda
mas que pena o sertanejo
sofrer assim sem ter ajuda.
A nossa dor.
Seca, sonho e desengano
vida que a fome destroça
nem parece ser humano
onde a lei faz vista grossa
e essa dor do africano
se confunde com a nossa.
Meu sertão.
É bem corrida a cidade
com aquela aglomeração
a comida é pela metade
é muita programação
pode até ter qualidade
mas prefiro a simplicidade
de uma vida no sertão.
Nosso povo.
O Brasil é cheio de falha
se dá bem quem é burguês
o nosso povo trabalha
mas quem recebe é vocês
pra gente só vem migalha
e pro rico só o que calha
é o grosso no fim do mês.
Eu sou.
Sou nordeste brasileiro
em cada palmo deste chão
sou a luz do candeeiro
que ilumina o coração
sou o sangue do vaqueiro
derramado no sertão.
A mesma seca.
Já chegaram aqui com pressa
não acharam um pé de flor
fizeram tanta promessa
em nome do Nosso Senhor
mas de lá ninguém regressa
e eu vendo uma seca dessa
vou seguindo a minha dor.
Minha seca, minha dor.
A seca vem atrevida
não respeita a nossa dor
que machuca a ferida
deste povo sofredor
quanto mais falta comida
mais aumenta o seu valor.
Isso é Brasil.
O nosso dinheiro sumiu
há tempo ninguém recebe
isso é a cara Brasil
não se come e não bebe
o meu prato está vazio
e o governo não percebe.
Terra seca.
Eu mesmo não me iludo
isso é terra renegada
a água vem de canudo
duvido ela ser filtrada
por aqui prometem tudo
mas não vejo chegar nada.
a mesma alma.
Nós temos a mesma graça
filhos do mesmo poder
corpo da mesma vidraça
que se quebra ao bater
a nossa cor traduz a raça
mas a alma conduz o ser.
Cuscuz de milho.
Eu como cuscuz com leite
com charque como também
com picanha no azeite
e carne de sol quando tem
com uma tripinha respeite
no coco ralado é enfeite
cuscuz com tudo faz bem.
Um olhar.
Quando a situação agrava
é bem difícil se sustentar
muitas vezes a língua trava
para o coração se expressar
só não conheço uma palavra
que fale mais que um olhar.
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