Modernismo

Cerca de 74 frases e pensamentos: Modernismo

⁠❝Diz-se que a Vingança é um prato que se come frio. Convenhamos, é preferível que uma vingança contra o Modernismo seja um prato de carne bem quente e bem no ponto. Nada melhor do que aquecer a alma contra aquilo que o quer prejudicar.❞

Inserida por gwonseong

⁠❝A história está se repetindo: As minorias estão se tornando as opressoras mas agora pela quantidade da histeria moderna e a omissão ou a transformação trágica da maioria.❞

Inserida por gwonseong

⁠PROMETEU ESQUECIDO

De João Batista do Lago

Ei, Tu aí que estás preso nesse madeiro
E com esse olhar de Réu arrependido
E tentando decifrar o mundo inteiro

E com rosto transpirando sangue comedido
E com essa boca de imolado carneiro
E suplicante do deus que Te fez Prometeu esquecido

E com braços abertos para o abraço de nadas
E com mãos chagadas por ferros encravados
E com peito trespassado pela lança da manada

E com pernas e pés ao suplício condenado
E com espírito de justiça da vida emanada
E com caminhos de espinhos cravejados…

Desce da Crucis
E vem
O inferno é aqui!
E ele precisa de Ti.

Há fome no front
Miséria em toda parte
― o inferno precisa de Ti! ―
Não parte.

Vem e guia-nos
Ante a suprema dor;
Fortalece
Todo furor crucificado
E que todo sangue derramado
Seja pleno fulgor
D’um povo calejado
― agora resgatado
com a esperança do porvir ―
Tempo novo
Há de vir!

⁠NA QUARTA PELE

De João Batista do Lago

A serpente que me habita desejosa está,
A pele que nela há precisa reabilitar-se ― troca!
É preciso comê-la. Degustá-la até o fim ― profundamente!
Minha nova pele fugazmente anseia…

No pasto do mundo comi com toda manada.
E bebi do vinho sacrossanto ― satânico e santo!
E de entre todas as peles vomitara deuses e diabos!
― Poderia embriagar-me com a minha pele? ― Como!?

⁠O BÊBADO E A EQUILIBRISTA
De João Batista do Lago

(Para meu irmão Júlio César, in memoriam)


E lá se vai ele!
Equilibrando-se sobre a corda-vida
segue o bêbado trançando dores,
cerzindo rancores póstumos,
cosendo seu livro de dissabores…

Vê-se de cá, de bem longe,
um zumbi errante
e todos seus vagabundos amores
fazendo-lhe procissão e coro
às suas preces de socorro:
― “a corda-vida não te sustentará
o equilíbrio de que necessitas.
Há um abismo entre teus polos:
abaixo de ti apenas a cova
tua, deitará esquecida a ossatura
da carne antes corroída pelo
colírio de pó de antimônio.”

Hoje não mais cerzes
nem dores… nem dissabores…
E nem mesmo sabe-se do teu equilíbrio,
e nem mesmo sabe-se da corda-vida.
“És apenas lembrança
― lembrança pela vida bebida.
Hoje és, apenas, arcanjo.”

⁠RENASCER
De João Batista do Lago


Ao abrir a janela
o velho jardineiro desfaleceu:
o jardim fora assaltado
as flores e as rosas eram murchas,
sem vida e esquálidas.
Os olhos do velho jardineiro,
cansados, choraram a dor do mundo:
nenhuma flor, sequer uma rosa
para beijar; nem mesmo um só buquê para dar.
O cheiro da rosa, e da flor, ficaram apenas na memória.

[…]

Antes que o dia finde,
o velho jardineiro tornará à luta;
e mesmo com olhos marejados
e com mãos calejadas
renascerá flores e rosas: toda vida sorrirá.

⁠ESPELHO FRAGMENTADO
De João Batista do Lago


Poeta!? Poeta!? Poeta!?
Tu estás aí, poeta?
Urgentemente preciso de ti, poeta.
Tu estás por aí?
Tu estás por aqui?
Preciso que me escutes…
Preciso que me retorne, para mim, poeta.


“Quem são vocês!? Quem são vocês!?
Não, eu não tenho esses rostos;
esses rostos que estou vendo não são meus!
Essas caras tão distorcidas estão…
E essas vozes, de quem são?
― Minhas, não! Não são vozes minhas.”


Quem sou eu!? Que lugar é este!?


“Não, eu não lembro de ti…
Até onde sei eu daqui nunca parti;
sempre estive aqui;
não encontro razões para voltar.
Voltar!?
Eu não consigo lembrar…
Tudo está muito fragmentado…
Meus pensamentos estão todos quebrados...”


[…]


Éramos apenas um
antes dos espelhos partidos,
antes do espelho fragmentado.


[…]


Poeta, tu és um artista…
Tu és um criador.
Tu és um demiurgo, poeta.


― Demiurgo, eu!
Onde estão meus conteúdos,
As minhas formas, onde estão?
Estou preso nesta masmorra,
nesta cela onde soçobram
memórias de sombra e confusão.


Teus conteúdos, poeta,
tuas formas, poeta,
todas dentro de ti: a Poesia.
Teus espelhos podem estar fragmentados,
mas tua arte ainda pulsa:
tu podes criar o belo
mesmo dentro da caverna,
mesmo na escuridão.


“Quem sabe!… Quem sabe!…
É preciso juntar todos os fragmentos,
juntar cada caco do espelho,
criar um novo Adão…
― Mas, e se eu me perder?”


― Não há de ti perderes;
te encontras sentado sobre a pedra
em qualquer lugar do universo;
te encontras no verso,
te encontras no poema,
te encontras na Poesia.
“Encontre-se na desordem,
esquece tua secular Verdade:
a verdade está além da linearidade.
Tu, Poeta, és o mestre do Caos.”

⁠AO MEU OUTRO AMIGO
De João Batista do Lago



Dize-me, tu, meu outro irmão,
que não tenho isenção para defender
a mata onde vivo com meu povo.
Tu, meu outro irmão,
que não conhece a mata
para além do tapete verde da tua sala.
Tu, meu outro irmão,
que não entende da defesa da vida,
só quer transformar a mata em vintém.
Tu, meu outro irmão,
que deseja tão só minha destruição,
por que deseja o fim da minha nação?
Tu, meu outro irmão,
que do anzol não sabe a serventia,
queres a morte do rio, meu alimento.
Tu, meu outro irmão,
que desconhece toda minha etnia,
que não sabe do Tupi-guarani e do Macro-jê.
Tu, meu outro irmão,
conhece os Tenetehara, os Awá-guajá e os Urubu-Kaapor?
Povos de língua Tupi todos são.
Tu, meu outro irmão,
sabe do Apaniekrá e Ramkokamekrá; dos Pukobyê, Krikati, Timbira e Krenyê?
Todos são povos originários: Jê.
Tu, meu outro irmão,
ouviste falar dos Akroá-Gamela e Tremembés?
Ainda hoje lutam por reconhecimento étnico e a demarcação de suas terras!
Então, tu, meu grande irmão,
toma a minha mão e vem. Vem defender a mata,
vem defender a flora, vem defender a fauna.
A existência, meu outro irmão,
depende de nós, depende da nossa união.
É o nosso legado para toda nova geração.

⁠O mundo moderno da arte nos apresenta nada menos do que a própria realidade, tanto física cotidiana quanto psicológica do individuo, procurando mostrar, traduzir e expressar essa nova realidade na quebra de paradigmas artísticos, busca uma reflexão acerca da sociedade, do que aflige o individuo e a máxima expressão dos sentimentos e identidade nacional (esta última, no caso do Brasil).

A arquitetura moderna, por exemplo, busca um design futurístico, aliando comodidade e aproveitamento do espaço, devido as novas tecnologias na construção civil, esta é uma forma de aproveitar estes artifícios e demonstrar a época tecnológica de nosso tempo.

A arte moderna, afinal, é moderna, por apresentar uma nova forma quase que totalmente desconexa com a arte convencional e realista, de certa forma, com um liberalismo artístico, valorizando somente a expressividade e significado que a obra vem a despertar ao apreciador.

Inserida por AZEVEDODouglas

⁠É bem verdade dizer que o visível é a imagem onde se reflete o invisível, porque nos séculos futuros, não é Deus que se separa justamente dos maus, mas os maus que se separam totalmente de Deus.⁠

Inserida por samuel_roberto_1

⁠**Receita de fazer versos medíocres**
Esta receita é infalível
e todo poeta
que não tem leitura
nem troca versos com outros poetas
sejam eles vivos em livros
ou amigos que cantam...
Com ela
poderão fazer poemas
o tempo todo!
E é bem fácil de aprender:
Reclame de dor de amor em uma primeira frase
depois coloque palavras difíceis eruditas
até francês na segunda frase...!
Desde que rime é o que vale
e que pareça bem culto!
Na segunda estrofe diga esperanças
E rime tudo
não importa com quê
desde que eruditíssimo
E sucesso você vai ter!
Vai ganhar concursos literários
Vai sentar na roda dos novos escarnecedores
Vai até viajar a Europa!
Pois do culto ao culto
você deve participar
E mesmo que não tenha sentido
Rime rime tudo com o erudito
Pois mais vale a rima
na mediocridade
que a ideia boa na sanidade!

Inserida por bill_oliveira_william

⁠Me recuso a chamar de arte um movimento que tem como principal obra um penico

Inserida por teologiapentecostal

Me recuso a chamar de arte um penico sujo ⁠

Inserida por teologiapentecostal

Nova Poética

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito.
Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama:
É a vida.

O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.
Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfa, as virgens cem por cento e as amadas que envelheceram sem maldade.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M. Belo, Belo, 1948

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