Minha Vó
Eu descobri que ao seu lado é o meu lugar... e é por isso que não calo a minha voz, e te faço aqui juras de amor...
E às vezes no silêncio do meu dia, no momento mais conturbado da minha alma, paro pra pensar em quando tudo isso começou. Eu sei, todos nós desperdiçamos oportunidades, chances, pessoas, amores… Mas de alguma forma, quando eu te conheci, eu sabia que seria você. Talvez tenha demorado pra perceber, mas o fato foi que percebi e naquele momento eu tive a certeza de que não podia te perder. Eu temia que fosse amor. Mas, de repente me senti tomada por algo mais forte que eu e de alguma forma você teria que ser meu.
Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Minha mente tem falhado cada vez mais;
além de engolir palavras,
fato mais emblematicamente registrado
no último verso do poema VIDA.
'A vida é muito para ser insignificante'
era pra ser, na verdade, 'a vida é muito curta para ser insignificante',
mas eu engoli o 'curta' ),
e agora também estou a cometer
erros grosseiros de português
e de digitação.
Não que eu seja um defensor severo da gramática.
Definitivamente, não dou a mínima pra ela.
Mas cometer erros grosseiros tem evidenciado
que algo não está funcionando bem em minha mente.
Eu me percebo e sei bem qual o meu destino.
Provavelmente padecerei de alzheimer.
Tenho histórico de alzheimer em minha família,
e já sofri problemas graves de memória.
Então é provável que eu termine a vida
sem reconhecer meus familiares,
meus amigos, meus amores,
e seja incapaz de reconhecer ao menos um verso meu...
Mas isso é o de menos, eles nunca foram meus:
o que eu escrevo é pra vocês. :)
Já que não tenho coragem de assumir minha loucura, queria que ao menos algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. Eu queria que existisse um canto do mundo que nunca me dissesse ‘’ei, você se expõe demais’’ e que me deixasse ser assim e apenas me deixasse ficar quietinha e quente quando o mundo resolvesse me magoar porque eu sou briguenta, mas sou mais sensível que maria-mole na frigideira.
Nunca entendi. Nunca ME entendi. Nunca soube explicar o real motivo do nosso fim, da minha fuga. Por que sim, eu fugi. Fugi de um amor cheio de promessas… Promessa de ser pleno, de ser eterno, de ser perfeito... E a perfeição assusta e muito! Mas hoje eu sei o porquê de tudo. Eu precisava dessa fuga, desse intervalo de tempo. Eu precisava ter certeza que o que há entre nós é maior do que tudo aquilo que parece existir por aí. Eu acho que o meu amor por você fingiu morrer só pra nunca deixar de viver, pra nunca deixar de ser amor, esse amor, amor pleno, eterno e perfeito. E principalmente, pra nunca ver o fim do teu amor por mim. E agora que estamos novamente lado a lado eu consigo enxergar: era o meu destino!
Eu sabia, dês da primeira vez que você pôs os olhos em mim, o quanto você me odiava. Odiava minha voz, meio jeito de sorrir, minhas piadas sem graça, odiava o modo como eu pensava, como eu gritava, e insistia que sabia cantar. E talvez se na quela época eu parasse para pensar um pouquinho mais, teria chegado a conclusão de que você me odiava até quando eu respirava. A gente não se dava bem, não se completava, nem ao menos se suportava. E bem eu até poderia dizer que também te odiava. Suas palavras sempre coincidiam com suas ações, suas verdades sempre eram verdades, e o resto bem, que se tornasse mentira. Você não se importava, nem ao menos um pouco ligava. Porque eu não conseguia ser assim? Porque eu não conseguia jogar no mesmo jogo que você? Porque eu ligava e me importava? Você me dizia, tanto fazia. Dizia que o mundo não estava nem aí para ninguém e que eu provavelmente eu iria acabar sozinha. E que você provavelmente também. Dizia que pessoas como nós nasciam para viver sozinhas, e terminarem sozinhas. Fazia horrores com minha mente, trazia e criava lembranças das quais eu queria esquecer, você tornava o mundo mais difícil para mim. Você odiava meu cabelo. Não suportava vê-lo solto, dizia que o irritava. Não gostava quando eu começava a falar e sempre mandava eu calar a minha boca. E eu pensava, uau, que submissa eu. Me calando por um homem qualquer. Eu estava enlouquecida. Você estava me enlouquecendo, e me perguntava até aonde essa loucura iria. Até onde você chegaria com essa história mal terminada, até onde você me controlaria, até onde você iria me fazer agir sempre pensando em você, até quando você me deixaria, ou me agarraria para sempre. Você criticava meu modo de viver, e me dizia que eu iria morrer sem nada ter feito, enquanto na verdade eu pensava constantemente em que você iria morrer sem nada fazer. Eu criticava o seu jeito, seus defeitos, minha mente estava sempre posta para apertar o gatilho em sua direção. Meus medos de todos o maior era terminar sozinha. De envelhecer, e no fim de tudo, nada viver. Eu corria sempre para o inevitável, e queria mudar ser a mudança, e como sempre você me criticava dizendo que eu sonhava demais. Você afirmava que sim, eu não era ninguém. Mas bem, dias depois você me disse que eu estava te deixando louco, e que não aguentava mais dividir o mesmo comodo que eu por muito tempo. Você me odiava, me desprezava. Engraçado, achei que você tivesse dito que eu era um ninguém, gritei uma vez para ele. E bom, ele gritou de volta: “Você sabe e sempre soube que você não é nada, uma ninguém, mas isso só quando não está comigo.” E eu pensei, meu deus como eu odeio esse tipo de cara. A gente não se completava, não se controlava, nem se suportava. A gente não servia para nada, muito menos para ficar juntos. Mas bem, tínhamos algo em comum, nós dois odiávamos seguir regras.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
João 14:27
Laço de abraço
É no laço de seus braços
Que minha dor se desfaz,
Me ensina a crescer...
Sem você não sou capaz!
Essa noite velei,
Pensando em nosso amor!
Tu me faz tão bem,
Que livrai-me da dor.
Tudo que queria
Era dormir em teus braços.
Meu amor, meu carinho
Me deixe dormir,
E sonhar com nosso ninho.
De amor!
Depois que descobri a tua habilidade na arte de mentir, eu constatei que minha vó tinha razão: todos, sem exceção são bons em alguma coisa.
Nós íamos viajar para Paris
Nós íamos fazer tatuagens
Eu disse pra minha mãe que me casaria com você
Começamos a construir um alicerce
Eu, você, do chão ao teto
Construímos nossas paredes tão fortes que ninguém passou
Em minha intimidade Deus faz abrigo, minha fé suplica por sua misericórdia. Até o derradeiro dia, vou acreditar que o amanhã será abençoado e tudo que sonhei será realidade.
Abre a porta vó, deixa de ser má! Não vê que sou seu neto e preciso entrar? Acho que minha vó tá gagá.
Minha vó sempre me diz :
-Que se sente vergonha de algo, não pratique. Se algo estiver errado, não compactue. E se algo te desagrada, fale. E se falar não resolver, cale, pois as pessoas são responsáveis por tudo o que fazem, e sim ...devem ser.
(UM SÁBIO )
Saudades… saudade daquele cheiro de café da casa da minha vó, saudade da falta de interesse em me olhar no espelho e se não penteasse os cabelos ainda era melhor, saudade de não sentir falta de muita coisa, bastava um chinelo remendado e biscoitos variados para me alegrar, saudade de quando a minha maior vontade só era brincar. Saudades, saudade que chega doer o peito, de um tempo que de todo jeito não pode mais voltar, só me resta pedir a Deus, que se no céu existir crianças, que é essa minha esperança: que nesse lugar, ele me deixe para sempre ficar
SUPERAÇÃO.
Não posso me sucumbir às tristezas, carências ou desilusões, porque a minha alegria e vontade de viver são bem maiores e superam, em muito, todas as intempéries da vida. Respiro fundo, volto a focar nos meus objetivos e vencerei, porque eu acredito em mim e, principalmente, em Deus.
