Minha Terra tem Palmeiras onde Canta o Sabia

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A PRIMAVERA

Dentre todas, eu novamente
Aqui num novo ciclo a brotar
Sou a reflora, oh minha gente!
A todo canto, acabo de chegar

Cheguei! Vim toda contente
Perfumada, colorida, doce ar
Se aconchegue e se assente
Sou fascinação em todo lugar

De todas a mais bela. Ingente!
Repleta de feitiço a figurar
Que da sedução sou regente
E no amor o remate pra amar

Venham todos, todos venham
Sou a estação para encantar
Sou poesia. E que todos tenham
Magia, eu a primavera a celebrar!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

TEMPO EM SONETO

Se tempo é a minha fortuna, quero ir além
Ter quem, no essencial tempo para amar
Tempo nas palavras pra falar com o olhar
Tempo no tempo pra ter tempo, também...

Porém, que este tempo traga um lugar
Que se possa no tempo confiar a alguém
Tempo ao tempo que esperança contém
Criando tempo no meu vário caminhar

Se tempo é tudo que tenho, me convém
Aprecia-lo com tempo, assim, respeitar
Cada tempo que o tempo no fado detém

Então, no tempo eu ter afeto sem desdém
E cada detalhe do tempo, o bem embalar
Sem objeções e ofensas ao tempo... Amém!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da Dor Doída

Nas asas da saudade partiste
Fostes como brisa ao vento
Minha alma ao relento triste
Poeta uma porção de lamento

Na solidão um quarto vazio
Que ainda caminha teu cheiro
Nas lembranças apenas frio
De um chamado ainda inteiro

Contigo levaste parte de mim
Em mim um todo de vós ficaste
Levarei impregnado até o fim

E neste teu momento de partida
Suspiros, foste ao coração engaste
Agora choro eu, por esta dor doída.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
19 de Julho 2015
Cerrado goiano
ao meu pai.

Inserida por LucianoSpagnol

MINHA BUSCA

Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,
ou talvez apenas aquele sorriso roubado.

Então vou num serelepe agreste caminhar,
pelos abraços, laços, dum algo desejado.

E no afã dum afago, um riso, outro chorar,
aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.

O vazio que me devora, implora, põe a orar,
vem do coração, que quer amor denodado.

Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,
o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.

Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,
se acostumou com uma solidão, está calado.

Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,
ainda busca, não consegui estar parado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

À MINHA MÃE

Sei que a saudade, mãe! é bastante...
A esta, que não estou mais a teu lado
O aperto no peito, sentir, é constante
Vazio em vazio, um coração repicado

Aflição! Recordação! a cada instante
Ter... Volver, é um perceber replicado
De lembrança, no suspiro soluçaste
De ti, a falta, do teu amor tão amado

Minha mãe! Minha mãe! só saudade!
Estou com saudade! Cá lamentando
Passo a passo, a mais dura realidade

E aqui nestes versos tão maltrapilho
Minhas mãos, trêmulas, chorando
Lacrimejam saudades de teu filho...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Eu conto

Cá na minha poesia eu conto contos
Eu conto nas entrelinhas desencontros
Nos sub textos a ficção de reencontros
Eu conto várias buscas de encontros
Conto as dores sem ter descontos
Eu conto os devaneios e confrontos
Faustos atos, reticências e pontos
Os sonhos em forma a serem prontos
Tricotados no amor em prespontos
Cá só não conto segredos de contrapontos
Particulares, os que deixam tontos
Estes só a mim mesmo... Eu conto!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11'04", 11 de junho, 2012
Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

Em Você

Encontrei tranqüilidade e calma,
Consolo para a minha solidão,
Acalento aos desejos da alma,
Verdade nas palavras do coração.
Em você...
Os dias amanhecem em euforia,
As tardes são cheias de alegria,
As noites já não são mais frias.
Encontrei você...
Com luz de sonhos e vitalidade,
Com oferta de amor nas mãos,
Com um sorriso que traz realidade,
Com um olhar de candura de uma flor,
Com o corpo cheio de abrasador calor.
Encontrei em você...
A possibilidade de então ter
Deste amor poder viver
Para sempre a ti pertencer
Em você encontrei...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007

Inserida por LucianoSpagnol

CHOVE

Acordei
E vi que chove
Observei
Que não era só lá fora
Revestido de breu
Minha alma
Também chora
Dengosa
Amorosa
Reclama do olhar
Da sua beleza singular
Sua essência
Desta sua silenciosa ausência
Não importa os desencontros
A sua irreverência
Não diminui o meu amor
Nem a dor
De sua indolência
Onde está?
Os sonhos sonhados
Os beijos por nós calados
Curvo-me diante desta ferida
Aberta
Sofrida
Tocada sem nenhum pudor
Nenhuma compaixão
Nenhum valor
Acho que foi só ilusão!
Agora solidão...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, 30/08/207
05'30"

Inserida por LucianoSpagnol

TORMENTO
Divagando pela veneta
Da noite
Destrancando minha gaveta
Das aflições em açoite
Entre as estrelas e a lua
Na janela das saudades silentes
Em delação tão minha, tão sua
Vou trovando motivos urgentes
Nos lamentos com agrura crua
De um tempo que já se foi...
E neste silencioso agudo
Só a alma põe-se falante
E assim, então, eu a saúdo
Segando o tormento dissonante
Versando a solidão em suspiros rudo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/04/2013, 01’45”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

REVERÊNCIA

minha tristura
saúda a lágrima
e nesta usura
a vida é estima
na ternura
se em baixa ou em cima
saúdo a loucura...

no silêncio, um covil
solidão
tudo é funil
só amor é coração
e possível
com emoção...
O resto falível!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

(sal)gado

minha saudade além do cerrado
não chega a ser um uivo
ou tão pouco ouvidos calados
são silêncios em ruídos
vindos do gosto salgado
do mar, são sentidos
que sinto aqui no cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NA CHUVA

Quantas vezes, pés descalços, enxurrada
A minha infância, na inocência eu brinquei
Águas em versos, chuva molhada, sopeei:
Quantas vezes eu naveguei na sua toada?

Na narração me perdi, no tempo maloquei
As lembranças ali no passado deixada
De memórias fartas, meninice, criançada
Aqui no peito guardada, e nelas estarei...

Céu cinza do cerrado, nuvem carregada
Deixa chover, pois só assim eu alegrarei
Da varia recordação da pluvial derivada

Pingo a pingo, trovoada, no outrora voltei
Água na cara, cachoando na alma calada
De saudades, neste soneto na chuva, falei!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SORTE (soneto)

Na minha má sorte, a boa é pendente
Eu nunca inferi por que. Não entendia
Nos prados do fado estava ausente
Indaguei a vida por que era. Não sabia

Na quimera do meu dia, fui inocente
De uma tal timidez íntima e correntia
Que o passar do tempo foi em frente
E as venturas pouco tiveram cortesia

E assim, o sonho se fez bem distante
O vario momento me foi um instante
E por eles pouco soube dessuar valor

Sinto, sem, no entanto, ser dissonante
Que se fiquei ou se eu passei avante
O importante é que fui e serei amor...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MINHA RUA (soneto)

Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou

Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras

Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou

Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...

Inserida por LucianoSpagnol

ALMA DESERTA (soneto)

A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho

Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho

Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta

Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Tenho ainda uma poesia vazia

Tenho ainda uma poesia vazia
e branca na inspiração:

à minha espera

tão cheia de quimera
de amarras na emoção
e me resta melancolia

triste comoção

que sempre quisera
que sempre urgia
funesta direção

ó tão anca ironia
tão seca espera

tão vão ilusão

pobre coração
sem valentia
tão mera...

Tenho ainda uma poesia vazia...
à minha espera!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

UM AMOR (soneto)

Foste o amor maior de minha existência,
ou talvez o danado... o pior ou o gentio,
glória e tormento, a escuridão e luzidio,
contigo fui poesia sem uma reverência!

Morreste, e a minha solidão é residência :
ardes-me o suspiro, enches-me de vazio,
e o meu anseio tem gosto de doce arrepio,
e rolo-te no pensamento com insistência.

Amor extremo, árvore de insano fruto,
foi o tempo, muito mais que só instante
por que, feito, eu não vesti o teu luto.

Sinto-me o beijo, e no abraço te escuto,
triste olhar rútilo! e desejo tão delirante,
na ferida saudade deste amor irresoluto.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de janeiro, 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO MALFERIDO

Foste a quimera maior da minha vida
ou talvez a irreal... Evidente e ausente
contigo o amor foi no ter vorazmente
contigo, também, a alma foi repartida

Partiste, e a trova não mais te ouvida:
arde-me a inspiração, lota o presente
no cerrado agoniado fica o sol poete
num amargor da memória malferida

Amor extremo, minha perda e ganho
penitência e regozijo, dor sussurrante
um anacoreta de sentimento estranho

Sinto-me vazio, e na noite te escuto
delirante anseio, sentir sem tamanho
na vastidão do suspiro de um minuto...

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 08 de dezembro, 2019

Inserida por LucianoSpagnol

SOFRÊNCIA

Nu, o meu lamento pranteia na solidão
Na minha dor o silêncio me comprime
E, em suspiro visceral que me oprime
A boca saudosa de teu beijo, só ilusão

Nessa tortura aflitiva do meu coração
O desejo de outrora não mais inanime
Uma realidade, o que já foi tão sublime
Faz-me arrepiar em amarga sensação

Em melancolias de dessabores infinitos
E minh’alma vozeando em frêmitos gritos
Rompe a exaustão do dia, em um frenesi

E o tempo alonga as horas, lentamente
Escreve a sofrência já no cerrado poente
Num soneto jeremiado, e chorado por ti...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/12/2019, 17’14” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VELÓRIO (soneto)
Penso às vezes na minha morte, os tutores
Se dela estarei dormindo no meu cansaço
Penso nas instalações do eterno regaço
E se com dores choraram as dadas flores...

Penso no quão terei pêsames sofredores
Ou não. E se olhares ecoaram pelo espaço
Laços de adeus, ou simplesmente passo
Sem rezas, de quem perdeu seus valores

Penso se serei um dissabor, no que fiz
Me diz: ó Deus, nestes vacilos dispersos
Se vou deixar saudades, se assim condiz!

Penso nas conversas, os causos imersos
Se ali estarei descontente ou então feliz
Digo: a quem possa saber... - fui diversos.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/02/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

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